86º Capitulo
Já tirei as roupas anteriores e agora visto um longo vestido preto, elegante e com decote em bico. Êlo enverga um vestido branco com motivos florais pretos e Sarah um vestido vermelho um pouco a cima do joelho e com alças finas.
Todos no centro do palco, chamamos Hanah para junto de nós com a intenção de que seja ela a falar um pouco sobre Joshua e a agradecer os donativos de todos os presentes.
Hanah fica emocionada com todo o apoio que conseguimos com esta iniciativa e ainda mais quando lhe dizemos que já temos todo o dinheiro que será necessário para a operação de Joshua no dia seguinte e ainda mais. O restante dinheiro arrecadado com os donativos será doado a uma associação de apoio às crianças com leucemia.
Descemos todos do palco e juntamo-nos ao reboliço de pessoas a abandonar o salão. Somos cumprimentados por algumas pessoas que abandonam o edifício e nos dão os parabéns pelo espectáculo que organizámos.
Olho em volta, observando as pessoas que por ali passam, um vulto atrai a minha atenção. Uma pequena criança encontra-se parada no meio da multidão. Enverga um longo vestido branco que lhe cai até aos pés, arrastando no chão e observa-me.
Mantém o seu olhar fixo no meu durante muito tempo. Viro a cabeça para o outro lado, tentando esquecer aquela visão.
Sou abraçada por mais uma dezenas de pessoas, mas é impossível não sentir a curiosidade de olhar novamente para aquele local. Só para confirmar.
Olho novamente para lá, a menina agora sorri e estica um braço na minha direcção.
Mar…
Na minha frente vejo a minha irmã, Mariana, que morreu com apenas seis anos, internada num hospital, com leucemia. Eu tinha apenas doze anos e contava-lhe uma história, enquanto ela a ouvia muito serenamente deitada com a cabeça no meu colo. Repentinamente deixei de sentir a sua respiração, ela estava morta, no meu colo.
Desde esse dia sou atormentada com os sonhos da morte de pessoas que conheço. Desde o dia em que ela me abandonou, vi a minha vida ser virada do avesso, vi os meus pais tratarem-me como se fosse maluca e assisti à morte deles no meu sonho.
Agora, tenho-a aqui, na minha frente. Uma miragem, uma ilusão, partida, da minha mente. Caminho até ela.
É impossível…
Chego a escassos centímetros dela. Ajoelho-me na sua frente e o seu sorriso alarga-se ainda mais, o seu braço, anteriormente esticado na minha direcção, como que me chamando, volta a ficar estendido ao longo do seu corpo.
- Mar? – sussuro a medo.
- Olá, Chris! Estás linda hoje.
- Como é possível que estejas aqui? Eu vi-te…Tu…Tu morreste nos meus braços. É impossível que estejas aqui. Igual à última vez que te vi. A última vez que te toquei.
O seu sorriso desaparece. Fica com um olhar sério. Um olhar pouco típico para uma criança de apenas seis anos.
- Eu vim para te buscar… - diz, finalmente.
- Como…? – estico um braço na sua direcção, para lhe tocar.
O meu gesto é interrompido por um chamamento. A alguns metros dali Bill chama-me. Olho para trás e vejo-o avançar para mim. Com um lindo sorriso nos lábios.
Volto a olhar para Mar. Ela não está lá. No sítio onde estava parada, encontra-se agora depositada uma pena branca. Pego nela e levanto-me do chão, sacudindo o vestido.
- O que fazias ai no chão?
- Ah? Estava a apanhar isto. – disfarço, mostrando-lhe a pena.
- É bonita, não sei como veio aqui parar. Deve ser do vestido de alguém.
- Sim…Deve ser.
Olho novamente para o local onde tinha visto Mariana. A sua imagem aparece novamente na minha frente e acena-me, dizendo adeus.
“Estás bem aqui…” Ouço a sua voz ao longe e vejo-a desaparecer, na frente dos meus olhos.
Volto para juntos dos outros de mão dada com Bill. Juntamo-nos todos, eu, Bill, Tom, Coral, Georg, Caty, Êlo, Gustav e Sarah, e posamos para a fotografia. Na fotografia seguinte, juntam-se a nós Jost e Hanah.Fotografias para mais tarde recordar…
Já tirei as roupas anteriores e agora visto um longo vestido preto, elegante e com decote em bico. Êlo enverga um vestido branco com motivos florais pretos e Sarah um vestido vermelho um pouco a cima do joelho e com alças finas.
Todos no centro do palco, chamamos Hanah para junto de nós com a intenção de que seja ela a falar um pouco sobre Joshua e a agradecer os donativos de todos os presentes.
Hanah fica emocionada com todo o apoio que conseguimos com esta iniciativa e ainda mais quando lhe dizemos que já temos todo o dinheiro que será necessário para a operação de Joshua no dia seguinte e ainda mais. O restante dinheiro arrecadado com os donativos será doado a uma associação de apoio às crianças com leucemia.
Descemos todos do palco e juntamo-nos ao reboliço de pessoas a abandonar o salão. Somos cumprimentados por algumas pessoas que abandonam o edifício e nos dão os parabéns pelo espectáculo que organizámos.
Olho em volta, observando as pessoas que por ali passam, um vulto atrai a minha atenção. Uma pequena criança encontra-se parada no meio da multidão. Enverga um longo vestido branco que lhe cai até aos pés, arrastando no chão e observa-me.
Mantém o seu olhar fixo no meu durante muito tempo. Viro a cabeça para o outro lado, tentando esquecer aquela visão.
Sou abraçada por mais uma dezenas de pessoas, mas é impossível não sentir a curiosidade de olhar novamente para aquele local. Só para confirmar.
Olho novamente para lá, a menina agora sorri e estica um braço na minha direcção.
Mar…
Na minha frente vejo a minha irmã, Mariana, que morreu com apenas seis anos, internada num hospital, com leucemia. Eu tinha apenas doze anos e contava-lhe uma história, enquanto ela a ouvia muito serenamente deitada com a cabeça no meu colo. Repentinamente deixei de sentir a sua respiração, ela estava morta, no meu colo.
Desde esse dia sou atormentada com os sonhos da morte de pessoas que conheço. Desde o dia em que ela me abandonou, vi a minha vida ser virada do avesso, vi os meus pais tratarem-me como se fosse maluca e assisti à morte deles no meu sonho.
Agora, tenho-a aqui, na minha frente. Uma miragem, uma ilusão, partida, da minha mente. Caminho até ela.
É impossível…
Chego a escassos centímetros dela. Ajoelho-me na sua frente e o seu sorriso alarga-se ainda mais, o seu braço, anteriormente esticado na minha direcção, como que me chamando, volta a ficar estendido ao longo do seu corpo.
- Mar? – sussuro a medo.
- Olá, Chris! Estás linda hoje.
- Como é possível que estejas aqui? Eu vi-te…Tu…Tu morreste nos meus braços. É impossível que estejas aqui. Igual à última vez que te vi. A última vez que te toquei.
O seu sorriso desaparece. Fica com um olhar sério. Um olhar pouco típico para uma criança de apenas seis anos.
- Eu vim para te buscar… - diz, finalmente.
- Como…? – estico um braço na sua direcção, para lhe tocar.
O meu gesto é interrompido por um chamamento. A alguns metros dali Bill chama-me. Olho para trás e vejo-o avançar para mim. Com um lindo sorriso nos lábios.
Volto a olhar para Mar. Ela não está lá. No sítio onde estava parada, encontra-se agora depositada uma pena branca. Pego nela e levanto-me do chão, sacudindo o vestido.
- O que fazias ai no chão?
- Ah? Estava a apanhar isto. – disfarço, mostrando-lhe a pena.
- É bonita, não sei como veio aqui parar. Deve ser do vestido de alguém.
- Sim…Deve ser.
Olho novamente para o local onde tinha visto Mariana. A sua imagem aparece novamente na minha frente e acena-me, dizendo adeus.
“Estás bem aqui…” Ouço a sua voz ao longe e vejo-a desaparecer, na frente dos meus olhos.
Volto para juntos dos outros de mão dada com Bill. Juntamo-nos todos, eu, Bill, Tom, Coral, Georg, Caty, Êlo, Gustav e Sarah, e posamos para a fotografia. Na fotografia seguinte, juntam-se a nós Jost e Hanah.Fotografias para mais tarde recordar…