domingo, 31 de agosto de 2008

É Segredo... (33º Capitulo)


33º Capitulo

Acabamos de arrumar a cozinha e fomos para a garagem.

- Tu conduzes e eu indico-te o caminho, ok? – diz-me Bill abrindo-me a porta para a garagem.

- Está bem. – pego na chave do Cadillac e entro.

Guiei durante cerca de 45 minutos seguindo as indicações de Bill, quando dou por mim estou em caminhos estreitos no meio duma espécie de bosque. Continuo seguindo as suas instruções até encontrar um portão castanho alto. Ele retira um pequeno comando do bolso do seu casaco e com ele abre o portão.
Entro com o carro na propriedade e ele diz-me que pare ali o carro, enquanto volta a fechar o portão com o comando.
Na nossa frente encontra-se uma casa campestre e térrea. Ele sai do carro e eu sigo-o, fechando o carro e guardando a chave na mala.

- Bem-vinda ao estúdio dos Tokio Hotel! – Diz-me abrindo os braços e apontando para a casa.

Pega-me na mão e guia-me até à porta de entrada para a casa. Mostra-me tudo, divisão por divisão, até chegar à sala de gravações.

- Queres que cante para ti?

- Se quiseres cantar. – respondo-lhe sentando-me no sofá em frente ao microfone.

- Qual a tua música favorita? Das nossas?

- “In die Nacht”. Pode ser? – pergunto-lhe, inclinada para a frente, observando-o enquanto prepara o microfone.

“In mir wird es langsam kalt
Wie lang könn' wir beide hier noch sein
Bleib hier
Die schatten woll'n mich hol'n
Doch wenn wir gehen,
Dann gehen wir nur zu zweit
Du bist
Alles was ich bin
Und alles was durch meine adern fließt
Immer werden wir uns tragen
Egal wohin wir fahr'n
Egal wie tiefIch will da nicht allein sein
Lass uns gemeinsam
In die nacht
Irgendwann wird es zeit sein
Lass uns gemeinsam
In die nacht“

Canta até ao refrão olhando-me nos olhos. A sua voz soa ao cantar dos anjos ali naquela sala, naquela casa onde só nos encontramos nós os dois. Continua.

“Ich höreWenn du leise schreist
Spüre jeden atemzug von dir
Und auch wenn
Das schicksal uns zerreißt
Egal was danach kommt
Das teilen wirIch will da nicht allein sein
Lass uns gemeinsam
In die nacht
Irgendwann wird es zeit sein
Lass uns gemeinsam
In die nacht
In die nacht...irgendwann
In die nacht...nur mit dir zusamm'
Halt mich, sonst treib ich alleine in die nacht
Nimm mich mit und halt mich
Sonst treib ich alleine in die nacht
Ich will da nicht allein sein
Lass uns gemeinsam
In die nacht
Irgendwann wird es zeit sein
Lass uns gemeinsam
In die nacht
Du bist
Alles was ich bin
Und alles was durch meine adern fließt“

Termina a canção e vem sentar-se ao meu lado.

- Gostas-te?

- Adorei Bill! Obrigado.

Levanta-se e pega-me pela mão para me mostrar o resto da casa. Mostra-me mais algumas divisões pelas quais ainda não tínhamos passado e depois abre uma porta para o jardim. Do outro lado da porta vejo um bonito jardim, muito bem cuidado e, no meio, encontra-se uma piscina pouco iluminada por algumas luzes que se encontram no seu interior e que fazem parecer que a sua água se movimenta lentamente.

- Queres experimentar a piscina? – pergunta-me puxando-me para lá.

- Mas nós não trouxemos fato de banho.

- Isso é problema? – pergunta-me, fazendo um sorriso malicioso.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

É Segredo... (32º Capitulo)


32º Capitulo

Do outro lado da soleira da porta está Andreas que me olha de cima para baixo por ser bastante mais alto do que eu.

- Eles estão no estúdio. Não estão aqui.

- Eu sei. Eu vim aqui para falar contigo.

Abro mais a porta dando-lhe espaço para que entre. Ele entra e senta-se no sofá. Sento-me no sofá oposto ao dele.

- O que me queres afinal? – pergunto-lhe sem paciência para os seus queixumes.

- Vim pedir-te desculpa. – a sua declaração deixa-me estupefacta a olhá-lo. – Vim pedir desculpa por tudo o que te disse a ti e o que lhes disse a eles por tua causa. Desculpas-me?

- Não sei. – digo-lhe pensativa – Primeiro insultas-me e agora vens aqui pedir-me desculpa esperando que esqueça tudo o que disseste?

- Eu sei que agi mal. E reconheço que tu realmente és amiga deles e queres o bem deles, tal como eu. Eu não quero perder a amizade deles e como tal o primeiro passo para isso é pedir-te desculpa a ti.

Sorrio-lhe.

- Eu desculpo-te. Por eles. Porque sei que eles também não querem perder a tua amizade.

- Isso significa que estou perdoado?

- Sim. É isso.

Acabamos por apertar as mãos em sinal de novo começo e ele acaba por se ir embora deixando-me novamente sozinha com os meus livros.

Quase noite e eles sem chegarem, decido fazer o jantar. Preparo a mesa e colo ao fogão preparando o jantar. Cerca de meia hora depois a porta abre-se e Tom entra em casa seguido de perto por Bill. Vêm bem-dispostos e sorridentes.

- Cheira-me a jantar! – diz Tom entrando na cozinha e esfregando a barriga.

Pego na panela e levo-a para a mesa. Jantamos calmamente.

- Podíamos ir passear os três. Que tal? Dar um passeio agora depois do jantar? – pergunta Tom.

- Eu tinha pensado numa coisa. Queria mostrar uma coisa à Chris. Podias ir sair com o Georg e o Gustav. Acho que eles tinham falado em ir a uma discoteca nova. – diz-lhe Bill.

- Está bem. Sendo assim vou ligar-lhes.

- Mas Tom? Eu precisava do teu carro. Pode ser?

- Claro!

Afasta-se com o telemóvel na mão para ligar a Georg.

- Onde vamos Bill?

- Quando lá chegarmos vês!
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Queridas leitoras.
O próximo capitulo apenas será colocado no dia 1 de Setembro. Pois vou de férias e não terei como colocar a fic aqui...
Espero que compreendam e quando voltar compensar-vos-ei!
Küss***

terça-feira, 12 de agosto de 2008

É Segredo... (31º Capitulo)


31º Capitulo

- Quem eram elas? – pergunta-me Tom quando já estamos suficientemente afastados da faculdade.

- Elas estão na minha turma e são vossas vizinhas em Magdeburg. Logo elas reconhecem o teu carro. Não podes vir buscar-me aqui Tom. Eu volto a pé para casa.

- Como queiras, mas foi o Bill que disse para te vir buscar. Tem medo que te percas. – ri-se.

Chegamos a casa e Bill encontra-se sentado no sofá da sala com o comando da televisão na mão. A mesa para o almoço já estava pronta e da cozinha vinha um cheiro agradável.

- Aleluia. Estava a ver que vocês não chegavam. Já estava a pensa que vocês tinham fugido. – diz-nos Bill quando nos vê entrar a porta.

- Não te preocupes que eu não ta roubo. – responde-lhe Tom com um sorriso matreiro e seguindo para o seu quarto.

Bill cora e corre apressado para a cozinha sem me dizer nada. Tom volta já sem o casaco e entra na cozinha, juntando-se a Bill junto do fogão. Ouço Bill falar em alemão para ele no que me parecia ser uma repreensão. Tom sai da cozinha carregando uma travessa e sorrindo com ar gozão.

- Senta-te. – indica-me o meu lugar na mesa.

Bill volta para a sala, também, e sem me olhar senta-se ao meu lado na mesa. Almoçamos em silêncio. No fim do almoço arrumo a cozinha enquanto eles descansam na sala. Tocam à campainha. Tom vai abrir e é Saki que os vem buscar para irem para o estúdio onde David os espera.
Bill vem à minha beira à cozinha.

- Temos de ir para o estúdio, temos reunião com o David. Ficas bem?

- Fico. Não te preocupes. Vai lá.

- Um dia levo-te a conhecer o estúdio. – dá-me um beijo na face e pegando num casaco sai pela porta. Tom vem também dar-me um beijo e sai com Saki que me acena com a mão e fecha a porta atrás de si.

Passo a tarde a tentar pôr a matéria das minhas quatro disciplinas em dia. Vou alternando entre o meu quarto e a sala. Entre a secretária, a cama e, por vezes, o chão. Tiro apontamentos, leio, escrevo colo post its coloridos. Faço de tudo para recuperar o tempo perdido. A meio de um dos meus muitos raciocínios sou interrompida pelo súbito tocar da campainha.
Levanto-me do chão do meu quarto e dirijo-me para a porta. Abro-a.

- O que fazes aqui?

domingo, 10 de agosto de 2008

É Segredo... (30º Capitulo)


30º Capitulo

- Nada. Estava a ver porque estavas tão calado. Mais nada.

- Senti-me observado. – ri-se – Quando me olham enquanto durmo costumo acordar.

Volto para o puff e ele deixa-se ficar na cama, mas desta vez vira-se de lado ficando a observar-me.

- Como fazes isso? Escrever sequências de passos numa folha?

- Imagino os passos na minha cabeça e escrevo-os para não me esquecer deles.

Ele sorri e continua deitado a observar-me. A seguir os movimentos que de vez em quando faço com os braços, a cabeça ou os pés. Segue cada movimento meu atentamente. Não me sinto incomodada, estou habituada a ser observada enquanto danço. Por vezes olho para ele e vejo que sorri.
Tom entra repentinamente no quarto.

- O Andreas já foi embora. Que estão a fazer vocês os dois?

Respondemos-lhe e ele acaba por ficar também no quarto, deitando-se no chão ao meu lado de barriga para cima a contemplar o tecto.
Passamos horas em silêncio os três dentro daquele quarto, como quando Bill não podia falar. Por vezes olhámos uns para os outros e sorrimos. Os olhares e os sorrisos bastam para mostrarem o que sentimos uns pelos outros. Bastam para notarmos que juntos somos felizes.

Adoro-vos rapazes.

- Pareces triste Tom. Que se passa? – pergunto-lhe, parando a música e voltando o meu olhar para ele. Ele olha-me também e sorri.

- Nada. Eu estou bem. Apenas cansado. Preciso de descansar. A visita aos Estados Unidos foi cansativa.

Fecha os olhos e fica em silêncio. Volto a pôr os phones nos ouvidos.

(…)

No dia seguinte mudámo-nos para o apartamento. Um apartamento grande com três quartos. Acomodo-me no que eles indicam que será o meu a partir de agora. Passámos o fim-de-semana por casa e arranjar as coisas. Aquele apartamento estava claramente desabitado à imenso tempo.

Chega segunda-feira e com ela o meu primeiro dia de aulas na nova universidade. Tom deixa-me no portão de manhã cedo e dirijo-me imediatamente à secretaria para saber o meu horário. Sou informada de que fui colocada numa turma de alunos estrangeiros. Naquela turma apenas existem alunos de nacionalidade não alemã e as aulas são leccionadas em inglês.
Primeira aula, Economia Monetária, é excelente, a professora, uma inglesa de aproximadamente 35 anos, Miss Kelly Clark, parece ser muito simpática e ensina bem. A aula decorre muito bem com a participação de todos os alunos das mais diversas nacionalidades.
Fico numa das primeiras mesas junto de duas raparigas, que pelo seu aspecto e pela pronúncia me parecem francesas.
Acaba o dia de aulas, saiu da faculdade e sou chamada pelas duas raparigas que estavam sentadas ao meu lado. Uma de cabelos longos pretos e olhos castanhos muito escuros, quase pretos, Élodie, e a outra com cabelos castanhos-escuros e olhos verdes, Coralline. Apresentam-se e cumprimentam-me.

- És nova cá, não és? De onde vens? – pergunta-me Élodie.

- Sim, sou nova aqui. Venho de Portugal, mudei-me à pouco tempo. Sou a Chris.

- A mim podes tratar-me por Êlo e a ela por Coral. Acho que nos vamos dar muito bem. – rimo-nos as três.

Olho para o portão e vejo um Cadillac preto estacionado em frente.

- Aquele Cadillac é igual ao do Tom Kaulitz. Sabes nós somos vizinhas dos irmãos Kaulitz, dos Tokio Hotel, conheces? Vivemos na mesma rua que eles em Magdeburg. – diz-me Coral.

- Sim, conheço. Bem eu tenho de ir. – digo adeus com a mão e corro para a saída.

Entro apressada no carro, sendo observada pelas duas raparigas que agora começam também a correr para a saída.

- Arranca rápido, Tom. – ele olha para fora e ao vê-las arranca a grande velocidade.

Será que reconheceram o carro?

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

É Segredo... (29º Capitulo)


29º Capitulo

Andreas olha por cima da multidão procurando ver-nos. Bill vê-me a olhar para a multidão e segue a direcção do meu olhar reconhecendo, também ele, Andreas no meio da confusão.

- Está ali o Andreas, Tom? – diz, dando um pequeno toque no braço do irmão.

Tom olha na direcção indicada por Bill e ergue a sobrancelha. Pela sua reacção não esperava ver Andreas ali. Nenhum deles esperava.
Andreas que entretanto tinha conseguido ver-nos, aproximava-se agora dos seguranças e falava com Saki, que já o conhecia e por isso o deixa passar. Junta-se a nós. Não sorri.

- Quero falar com vocês! – diz virado para Bill e Tom – Olá. – acrescenta virando-se para mim.

- Olá. – respondo-lhe, forçando um sorriso.

Para passar despercebida diante do olhar das fãs levo vestida uma camisola do staff da banda e sigo atrás deles, juntamente com o resto do staff.
Vamos para a carrinha e a primeira paragem é em casa dos gémeos onde saímos eu, Bill, Tom e Andreas. A carrinha segue caminho para as casas de Gustav e Georg.
Quando entro em casa sigo directamente para o quarto de Bill, deixando-os aos três na sala, para falarem.
Sento-me no puff, como sempre.

Um novo começo.
Uma nova vida.


(Na sala)

- Desculpem. – diz Andreas sentando-se no sofá de frente para Bill e Tom. – Eu não sei onde tinha a cabeça. Não tenho nada a ver com a vossa vida. E não quero perder a vossa amizade.

- Ainda bem que reconheces isso. – responde-lhe Tom.

- Ela é vossa amiga e vocês gostam dela. Não tenho nada que me meter nisso.

- Ainda bem que agora pensas assim. Porque se queres manter a nossa amizade vais ter de lidar com ela. – diz-lhe Bill.

- O que queres dizer com isso?

- Ela vai ficar a viver connosco aqui. Ou melhor, no nosso apartamento, para onde nos vamos mudar amanha.

Andreas engole em seco e assente. Não lhe agrada a ideia da minha presença mas decide que tem de viver com ela, e para não perder a amizade de Bill e Tom prefere dar-se bem comigo.
Dando a conversa por terminada, Bill levanta-se e sobe as escadas que dão para os quartos.

(No quarto)

Entra sem fazer barulho e toca-me ao de leve no ombro, fazendo-me saltar com o susto. Sorri e senta-se no chão ao meu lado.

- Estás feliz por estar aqui?

- Sim. Acho que sim. É uma grande mudança. Um grande passo. Mas acho que estou feliz.

- Ainda bem. Vais ver que vais gostar de estar aqui. O que estás a fazer?

- Estava a ouvir música. E a fazer apontamentos para passos de dança. É um vício.

Ele sorri e levantando-se senta-se na beira da cama e abre a gaveta da mesinha. Olha para dentro e volta a fechá-la. Lembro-me agora que ele guarda o seu misterioso caderno naquela gaveta.

- Amanhã mudamo-nos para o apartamento. – diz com olhar sonhador – Vais ter um quarto só para ti lá. Podes tê-lo como quiseres. Vai ser teu.

Deita-se para trás. E, olhando para o tecto, sussurra:

- Vou ter saudades de te ter no meu quarto.

- O que disseste?

- O quê? Eu? Não disse nada. Estava a pensar alto. – responde-me atrapalhado, levantando-se e começando a deambular pelo quarto.

- Como ficaram as coisas com o Andreas?

- Bem. Acho eu. – olha para cima, pensativo – Sim, acho que ficaram bem. Ele aceitou que agora fazes parte da nossa vida. Não se vai intrometer.

Sorrio-lhe e volto a pôr os phones nos ouvidos e a pegar no lápis que entretanto pousara no chão ao meu lado. Volto ao que estava a fazer antes de ele entrar. Ele acaba por se deitar na cama por cima da colcha.
Cerca de meia hora depois apercebo-me de que ele se encontra estranhamente quieto. Ergo-me e aproximo-me da cama. Ele dorme, calmamente, respirando devagar. Fico a observá-lo.

És bonito, assim, a dormir.
Pareces um anjo.

Ele agita-se subitamente e abre os olhos, ficando a olhar para mim e assustando-me.

- O que foi? – pergunta-me fitando-me.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

É Segredo... (28º Capitulo)


28º Capitulo

Na minha frente está Tiago que me aperta o braço com força. Dou um puxão no braço com força fazendo-o soltar-me.

- Estás maluco? Isso aleija!

-Não vás! – diz-me seriamente. Era uma ordem, não um pedido.

- Tu não mandas na minha vida. Segue a tua vida que sigo a minha.

Entretanto Bill aproximara de nós seguido de Saki e ambos observavam a cena. Caty, que já virara costas, ao aperceber-se da cena voltara para trás e aproximava-se agora em passo rápido.

- Está tudo bem, Chris? Vamos? – pergunta-me Bill tocando-me ao de leve no braço. Estava de óculos escuros com o cabelo esticado e usava um casaco com carapuço que lhe tapava o cabelo e escondia parte da cara.

Olho-o.

- Vamos. Adeus Tiago. – acrescento olhando para Tiago.

Viro costas e caminho lado a lado com Bill. Tenho ainda tempo de ouvir Caty reclamar a plenos pulmões com Tiago no meio do aeroporto.

Obrigada amiga.

Entramos no avião, cumprimento o resto da banda e David , que haviam ficado lá e sento-me no lugar que Bill me havia guardado junto ao seu.

- O que se passou lá fora? – pergunta-me Bill.

- Nada. Era só um amigo que se veio despedir.

- Por que me mentes? Eu sei que não foi isso. A tua cara e da tua amiga diziam-me que não é isso.

- Está bem. Ele veio pedir-me para eu não vir com vocês. Mas a minha decisão está tomada.

- Obrigado. Até me esqueci! Não te dei um beijinho com aquela confusão.

Aproxima-se de mim para me dar um beijo na cara no exacto momento em que me viro para ele. Acaba por me dar um beijo no canto da boca e afasta-se rapidamente.

- Desculpa… - pede atrapalhado. Coro e viro-me para a janela.

- Não tem mal.

Fazemos o resto da viagem a conversar animadamente sobre os concertos nos Estados Unidos. Bill está felicíssimo por voltar a cantar. No meio da conversa acabo por ceder ao cansaço e adormeço encostada no ombro de Bill.

Acordo com o barulho do avião a aterrar, Bill dorme também encostado na minha cabeça.

- Que queridos os meninos… - goza Georg ao ver-nos acordar.

Olho para Bill e este olha para mim, sorrimos um para o outro. Levantamo-nos e pegamos nas carteiras e malas pequenas que lavávamos ali connosco. Saímos do avião e entramos no aeroporto rodeados pelos seguranças.
No meio da multidão que por ali se amontoa distingo uma cabeça loira que me chama a atenção.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

É Segredo... (25º, 26º e 27º Capitulos)


25º Capitulo

- Não precisas de ter vergonha. Eu estar aqui em boxers ou na praia em calções vai dar ao mesmo. – diz-me desvalorizando a situação.

- Bem… Pois…Realmente… - balbucio acabando por me deitar na minha “cama”.

Ele passa por mim deitando-se também. Fica a olhar para o tecto durante uns minutos e depois apaga a luz.

Já há algumas noites que não tenho o meu pesadelo de estimação.
Ainda bem…
Fogo! Não o tenho desde o outro…

Estou ocupada com os meus pensamentos quando ouço Bill movimentar-se na cama. E chamar-me baixinho:

- Chris? Estás acordada?

- Estou. Diz.

- Custa-me que estejas aí deitada no chão. Podias deitar-te aqui, ao meu lado. A cama chega para os dois.

- Eu estou bem Bill. Não te preocupes. – digo-lhe tentando terminar o assunto. Ele acende a luz e debruça-se na cama olhando para mim. – O que foi? Por que me olhas?

- Nada. Estava só a ver-te. – volta a pôr-se de barriga para cima olhando para o tecto – Não consigo parar de pensar…

- Em quê? – pergunto-lhe erguendo-me e ficando sentada em cima dos lençóis.

- No beijo… No beijo que me deste… No beijo que demos… No beijo que te quis dar na discoteca… - responde-me revirando os olhos – Estraguei tudo, não estraguei? Estraguei a nossa amizade. Fui um parvo. Deixei-me ceder. Pensei em ti como uma rapariga normal e não como uma amiga.

- Eu sou uma rapariga normal Bill. E fui eu que te beijei. Por isso esquece o assunto. – digo-lhe desvalorizando o assunto.

Os teus lábios sabem tão bem…

- Não consigo. – diz virando-se de barriga para baixo na cama – Não consigo deixar de pensar no beijo.

- Porquê?

- Porque… - cala-se, e depois diz baixinho – Porque eu gostei… E não devia…

- Esquece o assunto Bill. É passado. Não aconteceu nada. Esquece. – dou por terminado o assunto.

Falar disto dá-me vontade de te voltar a beijar.
E tu estás com remorsos pelo que aconteceu.
Burra! Não te devia ter beijado!

(---)

Passam-se mais duas semanas. Normais. Bill nunca mais falou no assunto e evita estar demasiado perto de mim.
Já temos tudo pronto para a viagem. Eles vão para a América e eu fico em Portugal, volto depois com eles. Tenho uma semana para resolver tudo lá.

26º Capitulo

Quando desembarco do avião em Portugal tenho Cátia Vanessa à minha espera, a minha Caty.
Com os seus cabelos castanhos apanhados num rabo-de-cavalo e os seus olhos verdes perscruta todas as pessoas à sua volta tentando encontrar-me no meio da multidão que enche o hall do aeroporto. Aceno-lhe com um braço e ela vem ter comigo a correr abraçando-me mal me consegue alcançar.
Caty tem 19 anos e anda no segundo ano de estilismo. É divertida e maluca. Liguei-lhe pedindo para me vir buscar ao aeroporto. Preciso de ir à universidade falar com os meus amigos, contar-lhes a minha súbita decisão. Tenho medo das suas reacções. Caty sei que me apoiará em qualquer decisão que tome. Ela entende-me e eu entendo-a a ela. Sei que ficará feliz com a minha decisão.
Ela conduz até à universidade onde já combinei com o resto do grupo. Pára o carro e prepara-se para sair.

- Caty, espera. – peço-lhe – Antes de falar com eles, quero falar contigo primeiro.

- Eu sei o que vis dizer. Vais viver definitivamente para a Alemanha, não é?

- Sim… Bem… é isso.

- Tens todo o meu apoio, amiga. Vai em frente. Tu precisas e mereces uma mudança de ares. – abraço-a. Tal como esperava ele apoia a minha decisão. Agora falta falar com os outros.

Dirigimo-nos para o local combinado e quando chegámos lá Lisete, Andreia, Tiago e Natália já nos esperam. Cumprimento-os a todos e sentamo-nos a conversar.
No meio da conversa anuncio a minha decisão.

- O QUÊ? – pergunta Tiago levantando-se. Natália puxa-o para baixo fazendo-o sentar-se novamente. – Tu estás a pensar deixar tudo o que tens aqui para ir viver para um sítio que nem conheces?

- Já conheço um bocadinho. Sinto-me bem lá. Estou a precisar desta mudança. Vai fazer-me bem. – digo olhando para Tiago. Olho seguidamente par Lisete – Lamento muito pelo teu irmão Lisete.

- Obrigado Chris. Os primeiros dias é que custaram mais. Depois uma pessoa começa a habituar-se à ausência, não é?

- Pois… Tem de ser. – digo, pensando nos meus pais.

Andreia e Natália apoiam a minha decisão, tal como Lisete. Tiago é o mais reticente quanto à minha partida para a Alemanha.

- Afinal quem tens lá à tua espera? Quem te fez decidir ir para lá? – pergunta-me, muito sério.

- Amigos. Amigos que tenho lá e que me fazem esquecer tudo o que tenho de mau aqui. Eu vou continuar a falar convosco e a vir cá. E se quiserem ir visitar-me basta ligarem que eu vou buscar-vos ao aeroporto. Neste momento é isto que quero fazer.

O meu telemóvel toca na carteira, pego nele e olho para o visor. É Bill, ele tinha-me prometido que ligaria quando chegasse aos Estados Unidos. Afasto-me um pouco para atender. Quando volto para a beira deles sou bombardeada com perguntas.

- Eram eles? Os teus amigos? Quem é Bill? E Tom?

- Sim, eram eles. O Bill e o Tom são irmãos e é com eles que vou viver. Estão nos Estados Unidos e na quinta-feira passam aqui a buscar-me. Tenho de organizar tudo até lá.

- Mas… Tu vais mesmo? – pergunta-me Tiago pela centésima vez.

- Eu não vos vim perguntar se podia ir. Eu vim comunicar-vos a minha decisão. E espero que a aceitem e me desejem boa sorte. É isso que espero dos meus amigos.

Caty encontra-se alheia a tudo olhando felicíssima para o telemóvel. O namorado provavelmente. Gonçalo. Não gosto dele e ela sabe disso, disse-lho logo no dia em k o conheci. Ela aceita a minha opinião, mas diz que gosta dele e que quer estar com ele. Ela é que sabe, espero que ele não a faça sofrer.
Finalmente acorda do seu transe e olha seriamente para Tiago.

- Mas tu por acaso tens alguma coisa a ver com a vida dela? Ela quer ir embora, vai! Não tens de opinar sobre isso. Aceitas, desejas boa sorte e acabou o assunto. Não gostas, não comes.

Tiago olha para ela e abre e fecha a boca várias vezes, mas acaba por não contestar as suas palavras. Amua no seu canto e não diz mais nada o resto da tarde. Começa já a anoitecer quando me despeço deles, fico apenas com Caty que me leva até ao bar para conversar com Carlos e me demitir.
Carlos aceita bem a minha decisão, fica triste por perder uma empregada mas aceita. Milú e Paulo abraçam-me e choram, eles que me apoiaram quando me senti perdida vêem-me agora dar um novo rumo à minha vida. Choram de alegria por eu finalmente estar a tentar encontrar o meu caminho. Encontrar a minha felicidade.

Obrigado amigos.
Sem vocês já não estaria aqui.



27º Capitulo

Caty leva-me a casa e diz que quer ser ela a levar-me ao aeroporto daqui a quatro dias.
Entro em casa, uma casa escura e fria. Desabitada. Nota-se bem que não entra aqui ninguém à várias semanas, nota-se a ausência de vida nas paredes, nas divisões, nos objectos…
Percorro a casa em busca de objectos que quero levar comigo e empacotando o que quero que seja dado. Já liguei à minha madrinha a anunciar a minha decisão, ela não gostou, reclamou, mas não tem poder sobre a minha vida. Sou maior de idade, posso fazer o que quiser sem ter de dar satisfações a ninguém. Ela vai ficar encarregue da venda da casa, de dar um destino aos caixotes de objectos que amontoo-o na sala e de me enviar depois o dinheiro da venda.
A casa irá vender-se facilmente, é bem situada, não será difícil.

Caty e Andreia vêm todos os dias cá a casa ajudar-me a arrumar as coisas, verem as paredes ficar cada vez mais vazias.

- Esta casa tinha tanta vida. – diz Andreia sonhadora, deitando-se no chão da sala – Lembro-me da primeira vez que entrei aqui, um dia depois das aulas no 10º ano. Já lá vão 6 anos, Chris. Lembro-me de estarmos a destruir a cozinha a fazer panquecas nesse dia. A tua mãe ficou furiosa connosco por causa da desarrumação que fizemos na cozinha dela.

- Eu lembro-me. – digo-lhe, deitando-me também no chão ao seu lado. Caty deita-se também.

- Tivemos dias bons aqui. Um dia vamos juntar-nos todas outra vez aqui em Portugal ou quem sabe na Alemanha. Nunca se sabe as voltas que a vida dá.

- Sim. – concordámos eu e Andreia.

Os dias passam rápido, depressa chega o tão esperado dia de voltar à Alemanha. Caty leva-me ao aeroporto e juntas esperamos pela hora do meu voo.

- Caty? Promete-me que tens cuidado.

- Continuas assim por causa do Gonçalo? Tu não gostaste mesmo dele, pois não?

- Tu sabes que não. Se precisares de alguma coisa eu estou sempre disponível, tu sabes disso. Basta um telefonema.

- Eu sei, amiga. Não te preocupes. – diz-me dando-me um beijo na cara.

Olho em volta, Bill disse que me viria buscar ao hall com Saki. Continuamos à espera durante mais cerca de meia hora. De repente vislumbro Saki ao longe.

- Adeus Caty! Eles estão ali. – despeço-me dela apontando para Saki e Bill.

- Eles têm um segurança? Quem são eles?

- Agora não te posso dizer. Um dia saberás amiga. Adeus.

Encaminho-me para Bill e sou puxada por um braço com força para trás, quase caindo. Equilibro-me e olho para quem me puxou.
- O que estás aqui a fazer? Aleijaste-me! Tenho de ir. Eles estão à minha espera.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

É Segredo... (24º Capitulo)


24º Capitulo

Ele afasta-se e sai a correr da discoteca. Corro atrás dele, saindo também da discoteca.
Encontro-o uma rua abaixo da discoteca encostado à parede, de olhos fechado. Aproximo-me dele devagar e coloco-me na sua frente.

- Por que saíste a correr? – pergunto-lhe. Ele abre os olhos e olha-me desviando o olhar de seguida.

- Precisava de apanhar ar. Estava calor lá dentro.

- Por que me mentes Bill? Não precisas de me mentir.

- Está bem. – diz com convicção voltando a olhar-me nos olhos. – Eu não te minto. Eu saí a correr porque tive vontade de te beijar. Não quero estragar a nossa amizade e por isso fugi. Queria sentir o sabor dos teus lábios. Mas não pode ser. Tu és minha amiga e eu repeito isso. Mas na dança tu estavas a provocar-me e eu quase não consegui resistir.

Olho-o nos olhos. Faço o que desde à muito tempo tenho vontade de fazer. Aproximo-me mais dele e beijo-o nos lábios.
Dá-mos um beijo carinhoso de poucos segundos e afastamo-nos. Ele olha-me e sorri.

- Sabes bem. – diz-me sorrindo. – Mas o que significa este beijo?

- Nada Bill. Não significa nada. Apenas provamos os lábios um do outro. Mais nada. Continuamos amigos como antes.

Ele assente e voltamos para dentro da discoteca onde Tom já tinha arranjado uma presa e Georg e Gustav conversavam animadamente com uma das empregadas no balcão. Sentamo-nos na nossa mesa novamente e ficamos a beber. Não falávamos, apenas bebíamos e olhávamos para a pista de dança.
Ele pousa a sua coca-cola na mesa e pega na minha mão. Olho para ele.

- Já decidiste se ficas? Ou aquele beijo foi um adeus e não me queres dizer?

- Eu vou ficar. Estou a precisar de um novo começo na minha vida. Vai fazer-me bem vir para aqui.

- Obrigado. Eu quero muito que fiques… És…uma grande amiga. – termina a sua frase a olhar para baixo e largando a minha mão.

- Queres vir dançar outra vez?

- Não! Eu estou bem aqui. – diz-me – Ainda faço alguma coisa da qual me venho a arrepender. – diz a última frase num murmúrio quase inaudível.

Concordo e ficamos sentados na mesa a conversar. Poucos minutos depois Tom junta-se a nós. Vem cabisbaixo.

- Então? Estavas tão bem acompanhado… Por que não ficaste lá? – pergunta-lhe Bill sorrindo.

- A rapariga é boa. É simpática. Mas tem namorado meu! Ela até estava na minha, mas eu não quero confusões para o meu lado. – diz-nos triste. – A noite já deu o que tinha a dar. O que andaram a fazer vocês os dois?

- NADA!! – respondemos eu e Bill ao mesmo tempo. Tom olha-nos erguendo a sobrancelha.

- OK. E se chamássemos os outros dois e fossemos para casa?

Concordámos. Chamamos Gustav e Georg, pagamos a despesa e fomos embora. Cada um para a sua respectiva casa.
Quando chegamos a casa Tom vai directo par o seu quarto, deixando-me a mim e a Bill no quarto de Bill. Eu vou para a casa de banho arranjar-me enquanto Bill se arranja no seu quarto. Quando volto ao quarto Bill está apenas em boxers junto ao guarda-fatos.

- Desculpa! Eu espero lá fora. – digo, atrapalhada virando e saindo do quarto.
Ele vem até á porta e puxa-me por um braço para dentro, fechando a porta atrás de si.