quinta-feira, 20 de novembro de 2008

É Segredo... (72º e 73º Capitulos)



72º Capitulo

Uma hora depois Saki sai da sala, vem a transpirar, visivelmente cansado, exausto. Senta-se também ele no chão ao nosso lado.

- Ele não diz para quem trabalha. Vai ser difícil. A polícia vai organizar uma busca. Mas é complicado. Ele pode estar em qualquer sítio. Pode até já ter saído da cidade.

Tom cerra os punhos e embate com eles na tijoleira fria do chão do aeroporto. As suas mãos ficam vermelhas mas ele parece não se importar. Barafusta em alemão quase de modo inaudível. Saki observa-o e fala-lhe em alemão, dando-lhe pequenas palmadas no ombro.
Acabamos por ir todos para casa e deixamos a polícia encarregue do caso. Saki deixa-nos nas traseiras do prédio e segue para o estúdio para ir falar com Jost.
Subimos as escadas e entramos em casa, pouso a mala em cima da mesa e sento-me no sofá. Acabo por me aninhar nele agarrada a uma almofada.

- Tu tens de te deitar para descansares. Anda. – diz Tom a Coral levando-a para o quarto.

Enquanto vão fico deitada a olhar o vazio. A preocupação toma conta da minha mente e do meu espírito. O cansaço toma conta do meu corpo. Acabo por adormecer.

Uma ampla cave, os mesmos móveis que havia visto dias antes.
O lavatório, a mesa, a cama, o cobertor, tudo igual. Tudo do mesmo jeito. Tudo abandonado. Ausência de calor e de vida.
Com dificuldade caminho junto das paredes observando tudo à minha volta. Tudo conhecido, mas desconhecido ao mesmo tempo. Sento-me na cama.
Ouço o motor de um carro. A custo levanto-me e caminho até um pequeno postigo poeirento. Com a mão afasto o pó e olho para fora.
Vejo uma rua estreita, em paralelos, não passam carros, não existe movimento. Um pequeno gato aproxima do vidro e segue a minha mão com as suas pequenas patas.

- Ajuda-me. – a minha voz sussurra, inaudível.

Não sei onde estou.

- Chris, acorda.

Abro os olhos lentamente, vejo Tom ajoelhado na minha frente. Passa a mão pelos meus cabelos e sorri.

- Estavas a ter um sono agitado.

Não lhe respondo, não me apetece falar. Levanto-me e dirijo-me para a varanda. Ainda o ouço dizer, distante, que vai fazer companhia a Coral e tomar um banho.
Também preciso dum banho, mas é de um que me lave a alma que está escurecida como a noite. Sento-me numa cadeira na varanda e observo o céu e as estrelas que brilham alheias a todo o sofrimento que se passa cá em baixo.
Cerca de uma hora depois Tom vem chamar-me para que me vá deitar pois já é tarde e temos de descansar para ter forças. Obedeço-lhe e vou para o meu quarto, meu e de Bill. Arranjo-me e deito-me naquela cama que costumamos partilhar os dois, abraçados, apaixonados. Hoje está vazia.

Onde estás? Diz-me…

Contemplo a escuridão que envolve o quarto até que mais uma vez me deixo sucumbir ao cansaço e acabo por adormecer.

- Ajuda-me…


Observo mais um pouco a estrada, na esquina da rua existe o que parece ser uma padaria ou um café. Existe sempre gente a sair e entrar apressadamente. Mas ninguém repara na curiosidade do gato por aquela pequena janela.
Não vale a pena tentar. É impossível alguém reparar numa presença aqui.

Acordo com os primeiros raios de sol que entram pela janela. Levanto-me e sem fazer barulho saiu do quarto indo novamente para a varanda. Ajuda-me a pensar. E neste momento preciso de o fazer.
Lembro-me do homem no aeroporto, do seu sorriso cínico perante a nossa aflição. Conheço aquela cara mas não me lembro de onde. Preciso de pensar.
Apesar de ser cedo já anda gente na rua, apressada para o seu trabalho. Alguns metros afastados da casa uns trabalhadores tentam a todo o custo que um grande cartaz de promoção de um concerto fique bem colocado.
Observo o seu esforço.

Não pode ser…


73º Capitulo

*Flashback*

- Quem é aquele? – pergunto a Bill depois do homem se ter afastado.

- Aquele é o Bushido. É um rapper alemão, bastante conhecido aqui. – responde-me Andreas, Bill assente – Eu acho que ele tem inveja da fama dos Tokio Hotel. Veio aqui cumprimentar só para fazer boa figura.

- Não digas isso, Andreas. – reprova-o Bill.

*End of flashback*

Sem pensar em mais nada saiu da varanda a correr em direcção ao quarto de Tom. Abro a porta sem bater mas este já se encontra acordado e arranjado. Agarro-o por um braço e puxo-o comigo para a varanda. Ele não reclama mas olha-me como se estivesse a pensar que estou doida.
Na varanda aponto para o cartaz.

- É o Bushido. O que tem??

- Ele estava no aeroporto Tom. Ele ria-se enquanto nos via naquela aflição. Estava escondido no meio da multidão e fugiu quando notou que eu reparei nele.

Tom olha perplexo para mim e para o cartaz. Abre e fecha a boca. Não emite palavras nem sons. O choque é maior do que a sua capacidade de reciocinio.

- Foi ele Tom…

Saiu da varanda e vou para o quarto onde me arranjo apressadamente. Passo pela cómoda e da gaveta retiro o canivete que escondo debaixo da roupa. Meto-o dentro da carteira e saiu, passando pela sala silenciosamente para que Tom que continua na varanda não me ouça.
Pelo caminho roubei a chave do Cadillac e saiu com ele sem que Tom repare. Conduzo até ao posto da polícia, onde muito inocentemente pergunto indicações para chegar ao estúdio ou à produtora do Bushido. Todos muito simpáticos ajudam-me prontamente e fornecem-me as indicações.
Continuo o meu caminho até chegar à produtora, passo pelos seguranças sem que eles sequer reparem em mim, provavelmente pensando que sou uma nova funcionária.
Procuro o gabinete de Bushido sem dar nas vistas. Não é difícil encontrá-lo, tem o seu nome escrito na porta dentro de uma grande estrela, tipo camarim de teatro.
Abro a porta sem bater e entro devagar. O seu olhar perscruta-me sem proferir nenhuma palavra. Está sentado numa grande cadeira atrás da secretaria que ocupa quase todo o gabinete. Caminho também em silêncio até à mesa e sento-me na cadeira em frente a Bushido.

- Reconheces-me?

- Não creio… - responde-me com um sorriso cínico – devia?

- Penso que sim…Visto que raptaste o meu namorado.

Ele sorri ainda mais e observa-me atentamente. Levanta-se e prepara-se para vir na minha direcção. Caminha devagar.

- Se fosse a ti deixava-me estar sentado. Eu não sou de confiança…

O seu sorriso apagasse e como que pensando melhor na atitude a tomar, volta para trás sentando-se novamente. Une as pontas dos dedos de ambas as mãos e assenta o queixo nelas.

- Eu não te conheço. E não sei quem é o teu namorado. Não percebo o que fazes aqui.

- Não te faças de desentendido, porque eu sei que foste tu. E não tenho paciência para estas brincadeiras.

Devagar meto a mão dentro da minha bolsa e retiro o canivete. Pouso a mala na cadeira e levanto-me. O canivete vai escondido dentro da manga da camisola. E caminho até junto da cadeira dele. Paro ao seu lado. Baixo-me até os meus lábios ficarem junto da sua orelha.

- Não me faças perder tempo… O tempo é precioso, sabias? E para ti, pode já ser pouco. A morte está a caminho para te buscar…

- O que estás a dizer rapariga? Tu és doida?

- Talvez sim, talvez não…

5 comentários:

Anónimo disse...

como diria uma amiga minha "estou xokada"...
porque e que paras sempre nas partes mais interessantes?????
axim deixas-me mais curiosa sobre os proximos capitulos...
continua...


***Kusses***

Amy Allen disse...

acabas sempre na melhor parte!

aih pá!

era giro que agora nao tivesse sido ele a 'roubar-te' o Bill...xD

amei!

continuua, posta rapidoo^^

plyy*-*

küss*

Anónimo disse...

kumpletamente lindaa man!*.*


te tou imuxiunada

o k o amur nux fz...

kuntinua... sii!? kada vz ta mlhr...


küss**

bye

fikaa bem

Anónimo disse...

ta linda... eu li a fic toda... ta brutal...

este ultimo capitulo foi um pouco "xocante"...
mas ta linda....

e continua ... pk paraste mesmo num sitio... k todsas as pessoas kerem sber o k vai acontecer a seguir....


posta rapido....

ta brutal

Anónimo disse...

tens jeito para a coisa...

ta muito linda...

küss


ps: desculpa a invasao...
mas ja tens aki mais uma leitora...