terça-feira, 30 de setembro de 2008

É Segredo... (55º e 56º Capitulos)


55º Capitulo

- Não! Eu nem sei o que ela toma. Ela sempre me disse que os comprimidos eram para as dores de cabeça.

- Foi o mesmo que me disse a mim. Eu acredito em ti. Aquilo eram anfetaminas. Ela vai ter de se tratar. Quando voltarmos para a Alemanha ela tem de ir ao hospital e fazer uma desintoxicação. Não pode tomar mais daquilo. Temos de estar de olho nela.

- Vamos estar. Ela não toma nem mais um comprimido daqueles. Chris?

- Sim.

- Ela deve tê-los trazido com ela. Deve tê-los na mala.

Olho para a minha carteira. Tinha trazido as coisas dela do hospital, inclusive o keycard. Levantamo-nos e saímos do quarto em direcção ao quarto de Êlo. Fechamos a porta para ninguém ver o que estamos a fazer. Apesar de ser uma área reservada, andam sempre empregadas e seguranças pelos corredores.
Abrimos a mala dela e tiramos a roupa. Não encontramos nada no meio da roupa nem nas bolsas que ela levava lá. Começamos a procurar pelo quarto, ela podia ter escondido aquilo no quarto. Não encontramos nada, mais uma vez. De repente tenho uma ideia. Volto para junto da mala. Apalpo o fundo da mala e as beiras.

Um fundo falso…

Ergo o fundo da mala e lá debaixo encontro um pequeno saco transparente com cerca de uma dúzia de comprimidos brancos dentro. Mostro o saco a Coral que cai em cima da cama, pálida.

- Tens noção que passamos no aeroporto com droga dentro de uma das malas? – pergunta-me, pálida, sem reacção.

- Era o que eu estava a pensar. Temos de nos livrar disto de alguma maneira. Temos de falar com o Saki. Ele é segurança, vai saber como nos ajudar.

- Sim. – acena com a cabeça, recuperando a cor do rosto.

Voltamos para o quarto dela, levo o saco escondido na minha carteira. Ligamos a televisão ainda a tempo de ver o encore dos Tokio Hotel no final do concerto. Lindo…
Ficamos na conversa as duas durante um bom par de horas. Coral age de modo estranho. Não pára quieta, está sempre a mexer em alguma coisa.

- Estás bem Coral? – pergunto.

- Estou. – bate o pé no chão nervosamente. – Bem… Não estou…

- Que se passa?

- Eu preciso de te contar uma coisa…



56º Capitulo

- Fala Coral.

Ela senta-se novamente no cadeirão à minha frente. Olha-me durante uns segundos ponderando o que dizer.

- Vou ser directa. Eu tenho namorado, Chris.

- O quê?! – fico perplexa a olhar para ela.

- É verdade. Eu sei que andavas intrigado sobre porquê que rejeito as investidas do Tom. Aqui tens. Eu tenho namorado. Ela vive na Bélgica, quando começamos a namorar eu já estava inscrita para Erasmus, por isso vim e ele ficou lá. Não gosto muito de falar da minha vida privada, por isso nunca vos contei nada disto.

- Tens de contar ao Tom.

- Não é preciso. Eu daqui por umas semanas vou embora e ele já nem se vai lembrar de mim. Sou apenas mais uma que ele queria para a colecção dele.

- Não, Coral. O Tom mudou. Mudou por ti! Porque está apaixonado por ti.

- Não brinques Chris…- ri-se.

- Não estou a brincar. – afirmo seriamente. Ela olha-me. – Estou a falar a sério. Ele está apaixonado por ti, ele ama-te e está a sofrer.

Ela levanta-se e sai para a varanda para digerir as minhas palavras. Ouço barulho no corredor e portas a abrir nos quartos ao lado deste.
Batem à porta.
Levanto-me e dirijo-me à porta. Vejo Coral espreitar para dentro do quarto. Abro a porta e do outro lado está Tom.

- Estás aqui? A Coral está aí contigo? A Caty encontrou-nos pelo caminho. Foi agora para o quarto. Parece que já resolveu o que queria.

- Sim, Tom. Está ali na varanda, entra. Ok, obrigado.

Afasto-me para o deixar passar e saio do quarto, antes de fechar a porta olho uma última vez para Coral. Esta olha-me a pedir ajuda. Desvio o olhar e fecho a porta.

Tens de fazer o que está certo.
Não adianta fugir.
Pobre Tom…

Vou pelo corredor para o meu quarto e de Bill. Mas a meio do caminho surge um vulto a sair do quarto de Georg. É Saki…

- Saki! Preciso de falar consigo! – dirijo-me a ele – Venha.

Puxo-o para o quarto de Êlo que abro com a chave que permanece em meu poder. Entramos e ofereço-lhe o cadeirão para ele se sentar. Sento-me na cama à sua frente.
Tiro o saco da carteira e mostro-lhe. Ele abre muito os olhos.

- Sabe o que isto é?

- Isso é droga! Onde arranjas-te isso?

- Estava aqui no quarto da Êlo. Ela teve uma overdose. Isto são anfetaminas e não sei como me livrar disto.

- Eu trato disso. Deixa estar.

Pega no saco, levanta-se e sai do quarto. Saio também a seguir a ele.
Como será que estão a correr as coisas entre a Coral e o Tom?

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

É Segredo... (53º e 54º Capitulo)


53º Capitulo

Os dias passam estranhamente rápido. O dia 1 de Junho chega com uma manhã de sol. Já estamos no avião a caminho de Portugal. Como combinado vamos colocar as malas ao hotel, na mesma ala que eles. A gerência do hotel já está avisada da nossa chegada. Depois vamos passear até eles chegarem.
Saímos do táxi em frente à entrada do hotel onde um simpático funcionário se oferece para levar as malas enquanto fazemos o check-in. Vamos para os nossos quartos, que são grandes, grandes até demais, cheios de luxos desnecessários.

Eles realmente escolhem bem os hotéis…

Saiu do quarto e encontro Caty à espera no corredor. Está encostada à parede com ar pensativo. Vou até ela.

- É o último dia convosco… - diz-me quando me sente aproximar.

- Pois é… Mas já falta pouco para acabar o semestre. Podias ir fazer o próximo ano lá, na Alemanha.

- Achas? Não tenho nada que fazer lá… Para além de te ter a ti…

- E ao Georg…

Olha-me com ar de fúria e estica o braço para me dar um caldo. Fujo antes que me atinja e ela vem a correr atrás de mim. Começamos a correr e a rir pelo corredor como duas crianças.
Coral e Êlo saem ao mesmo tempo dos seus quartos vindo deparar-se com aquela linda cena. Começam a rir-se chamando a nossa atenção, que paramos de correr. Aproveitando um momento de distracção meu, Caty acaba por me dar o prometido caldo.
Caminhamos todas em direcção à saída do hotel. Vamos explorar a cidade. Estamos a chegar à porta que o empregado abre educadamente, quando Êlo me agarra o braço com força.
Olho para ela. Ela olha-me com uma expressão aterrorizada e sem dizer nada cai no chão desmaiada.

- Êlo?? Acorda! – bato-lhe na cara chamando-a, ela não dá sinais de vida – Chamem uma ambulância – falo em português para o empregado entender bem o que quero.

Poucos minutos depois aparece uma ambulância com dois paramédicos que ao verem que ela não reage decidem levá-la para o hospital.

- Eu vou com ela. Eu falo português é mais fácil. Quando os rapazes chegarem avisem-nos. Eles que não tentem ir lá, isso só chamaria as atenções. Eles que vão dar o concerto, que eu vou dando noticias.

Entro na ambulância juntamente com os paramédicos e arrancamos para o hospital. Ela é levada para uma sala de observações. Fico na sala de espera a desesperar. Passado cerca de uma hora vejo uma médica sair da sala.

- É familiar da menina?

- Sou amiga. Ela está cá comigo e com uns amigos. O que lhe aconteceu?



54º Capitulo

- A sua amiga estuda?

- Sim. Nós estudamos juntas na Alemanha.

- Não tem reparado em nenhum comportamento estranho nela?

- Bem…Não… Espere! Ela tem andado a tomar muitos comprimidos… Disse-me que eram para as dores de cabeça. Que anda com muitas dores de cabeça. Mas porquê tantas perguntas, doutora?

- As análises ao sangue da sua amiga revelaram que ela ingere anfetaminas. E pelos níveis que encontramos ela já é viciada. O que lhe quero dizer é que a sua amiga teve uma overdose.

Caio para trás e fico sentada na cadeira de onde me havia levantado. Vejo a médica afastar-se lentamente, como se não tivesse acabado de lançar uma bomba em cima de mim. Levanto-me e caminho até à porta do quarto de Êlo. Espreito pelo pequeno vidro da porta e vejo o seu corpo imóvel ligado a máquinas.

O que foste fazer Êlo…

A enfermeira que está dentro do quarto aproxima-se da porta e sai fechando-a atrás de si. Olha para mim e sorri.

- A sua amiga poderá ter alta amanhã. Mas aconselho que ela se trate quando voltarem para a Alemanha. A doutora disse-me que vocês não são daqui.

- Obrigado. – agradeço-lhe e continuo a olhar pelo pequeno quadrado transparente.

- Vá para casa descansar. Volte amanhã para buscá-la. Ela vai dormir até amanhã.

Olho uma última vez para Êlo, sinto a enfermeira afastar-se de mim. Viro costas ao quarto e dirijo-me à saída.
Apanho um táxi na entrada do hospital e volto para o hotel. Subo até ao meu quarto, o quarto está vazio, já são 20h os rapazes estão a dar o concerto a esta hora. Saio e bato na porta do quarto de Coral.
Espero um pouco. Ninguém responde. Passados alguns segundos ouço passos dentro do quarto. Coral abre a porta.

- Desculpa a demora. Estava na casa de banho. Entra. Como está a Êlo? Onde está ela?

Entro e sento-me na beira da cama. Ela arrasta o cadeirão e senta-se na minha frente. Olho para as mãos sem lhe responder.

- A Êlo ficou no hospital. Tem alta amanhã de manhã. Precisamos de ter uma conversa as duas.

- O que foi? O que lhe aconteceu? Por que é que ela desmaiou?

- A Êlo teve uma overdose. – digo-lhe seriamente, olhando-a nos olhos.

Coral encosta-se para trás no cadeirão digerindo a notícia. Parece meditar um pouco no assunto olhando para as pernas e fazendo vários gestos com as mãos.
Finalmente olha para mim e fala.

- Foi por causa dos comprimidos que ela andava a tomar?

- Sim, Coral. Coral vou fazer esta pergunta uma única vez. Espero que sejas sincera comigo. Eu acreditarei na tua palavra.

- Sim. Diz.

- Tu tomas o mesmo que a Êlo?

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

É Segredo... (51º e 52º Capitulo)


51º Capitulo

Acordo no dia seguinte e arranjo-me sem fazer barulho. Dou um beijo nos lábios de Bill que continua a dormir serenamente e saiu do quarto com as minhas coisas. Passo pela cozinha onde agarro numa maça e saiu de casa.
Encontro-me com Coral e Êlo no café da faculdade, onde tomamos um café. Vamos para as aulas e após a última aula antes do almoço saímos da faculdade em direcção a casa. Vamos despedir-nos dos rapazes que partem logo após o almoço. Para isso temos de faltar às aulas.
Chegamos a casa e mal abro a porta deparo-me com um grande conjunto de malas no chão da sala. Ouço vozes vindas dos quartos, os G’s já chegaram.
Para o almoço temos a especialidade do Tom. Diz que como vai ter saudades nossas quer ser ele a cozinhar para nós…

Tão querido…

Coral continua afastada dele, não se aproxima a menos de dois metros dele. Traz uma camisola de gola subida apesar do calor que se faz sentir. Acho que traz o colar dele no pescoço mas não lhe quer dizer.
Almoçamos com as brincadeiras do costume. Mas no fim é hora de eles irem embora terem com David. Saki vem buscá-los para os levar até ao estúdio onde David os espera. Descemos todos para a garagem.
Abraço os G’s em despedida. De seguida vem Tom que me agarra com força.

- Obrigado por tudo, maninha. – sussurra-me no ouvido.

- Estou sempre aqui para ti, maninho.

Dá-me um beijo em cada bochecha e entra na carrinha onde já estão os G’s. Bill aproxima-se de mim e abraça-me, deixando um lágrima correr pelo seu rosto, que depressa faz com que várias corram pelo meu.

- Adeus amor. Daqui por uns dias estou aqui contigo. No dia dos COMET durmo contigo aqui. É uma promessa.

- Adeus amor. Vou morrer de saudades tuas. Cuida-te.

Dá-mos um beijo apaixonado e ele entra na carrinha. As quatro vemos a carrinha afastar-se lentamente. Acenamos em despedida, mas não os conseguimos ver por causa dos vidros escuros.
Voltamos para dentro de casa onde decidimos que é melhor estudar para ocupar a cabeça e compensar o faltar às aulas. Vou ao quarto buscar os meus livros e cadernos e volto para a sala. Caty também pega nas suas coisas para estudar um pouco, já que está a faltar às aulas e só vai voltar para Portugal connosco no dia do Rock in Rio.
Vou à cozinha e encontro Êlo com um copo de água na mão a tomar um comprimido. Quando dá por mim engole-o com ligeireza e pousa o copo.

- O que é isso?




52º Capitulo

- É um comprimido para as dores de cabeça.

- Estás bem? – franzo o sobrolho desconfiada.

- Sim, sim. Não te preocupes.

Ela sai da cozinha apressada. Fico um pouco mais e olho para o caixote do lixo. Não está nenhum invólucro de comprimido lá. Já não é a primeira vez que a vejo tomar comprimidos. Mas nunca lhe havia perguntado para que os tomava.
Saio da cozinha e junto-me a elas na mesa da sala. Estudamos um bom par de horas até à hora de jantar. Faço o jantar com Caty enquanto Coral descansa a ver televisão e Êlo continua a estudar, agora sentada no sofá.
Acabamos de fazer o jantar e Coral vem ajudar a pôr a mesa. Jantamos calmamente. A ausência dos rapazes nota-se na casa. Eles fazem falta.
Levantamos a mesa e pergunto-lhes se querem ficar a dormir lá. Elas aceitam. Vou ter companhia em casa.

Passam-se alguns dias e continuo a reparar na exagerada frequência com que vejo Êlo tomar comprimidos para “as dores de cabeça”. Não lhe pergunto mais nada. Não me quero meter na vida dela. Mas estou preocupada.

Chega o dia dos COMET. Os Tokio Hotel ganham os três prémios para os quais estão nomeados e ainda o SuperCOMET.
Chega a hora dos agradecimentos pelo último prémio recebido. Eu e as meninas estamos todas na sala coladas à televisão a ver a cerimónia. Bill começa os agradecimentos.
“Queremos agradecer às nossas famílias, aos nossos amigos, ao nosso manager David Jost. Bem… Mais? À Universal Music, ao Saki por todo o trabalho que tem com a nossa segurança. Acho que é tudo” Tom chega-se ao microfone e interrompe-o: “Não é tudo não. Também queremos agradecer à minha maninha. Obrigado maninha por todo o apoio!” Afasta-se novamente do microfone deixando o Bill despedir-se por todos.

- Quem é a maninha dele? – pergunta Êlo que havia desviado a cabeça do livro de Fiscalidade que estava a ler.

- Sou eu. – respondo-lhe sorrindo – Em vez de me chamar cunhada ele prefere chamar-me maninha.

- Ele é tão fofo. Está tão diferente ultimamente. Nem parece o mesmo. – comenta ela, inocentemente.

- Vai-se lá saber porquê… - respondo-lhe olhando de relance para Coral que faz de conta que não é nada com ela.

No final da cerimónia vão para a after party, mas, tal como prometera, Bill vem dormir comigo para matarmos saudades.

- O que é feito do Tom? – pergunto-lhe deitada no seu peito na cama já a altas horas da madrugada – Pensei que viesse contigo para casa.

- Preferiu ir para o estúdio. O Saki deixou-o lá antes de me vir trazer. Acho que ele não queria encontrar a Coral, ele pensava que ela estaria cá.

- Elas foram embora depois de acabar a transmissão da cerimónia. Eu tenho quase a certeza que ela utiliza o colar dele.

- Que colar?? – pergunta-me erguendo a sobrancelha, um gesto tão característico dele.

Conto-lhe a história do colar e ele sorri. Acaba por soltar uma gargalhada embrenhado nos seus pensamentos.

- O meu irmão está a sair-me um romântico… Agora percebo porque ele comprou um pulseira com vários anjos gravados lá nos Estados Unidos.

- Ele fez isso?

- Sim. Deve ser para ela também. Ele não vai desistir tão facilmente. Só não percebo porquê que ela lhe dá sempre com os pés…

- Não percebes tu nem ninguém…

Na manhã seguinte Bill parte novamente para o estúdio, conduzido por Saki. Sou obrigada a despedir-me novamente dele.Faltam agora seis dias para irmos para Portugal. Meu país, meu antigo lar, minha antiga casa. Não vou visitá-la. Já tem novos donos e não quero ir em busca de recordações.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

É Segredo... (49º e 50º Capitulo)


49º Capitulo

Mexe nervosamente as mãos, Tom pelo contrário encontra-se estático com o olhar preso na televisão. Não fala, mexe ou sequer pestaneja.

- Bem, o que nós queremos dizer é que partimos amanhã em tour. – despeja Bill de uma só vez e falando muito rápido – Mas depois voltamos para os COMET e vamos embora outra vez. Vocês vêm ter connosco a Portugal para o Rock in Rio.

Eu e Caty olhamos uma para a outra.

- Então temos de nos despedir de vocês. As meninas vêm cá daqui por um bocado.

Ao ouvir as minhas palavras Tom acorda do seu transe. Olha para mim com os olhos muito esbugalhados e abre a boca para falar mas acaba por não dizer nada. Sorri, um grande sorriso.

- Vou ligar aos G’s. Eles vão querer despedir-se também. – acaba por dizer ainda com um grande sorriso.

Jantámos os quatro e pouco depois tocam à campainha. As meninas acabam de chegar. Entram e cumprimentam-nos. O sorriso de Tom é agora ainda maior do que antes. É giro ver o Tom apaixonado, anda com um sorriso parvo nos lábios e ajuda nas tarefas domésticas. Ficamos os quatro a conversar até que tocam novamente à campainha. Gustav apresenta-se agora na soleira da porta mostrando um grande sorriso ao ver Êlo. Entra e junta-se à conversa.
Caty olha incessantemente para o relógio e bate com o pé no chão nervosamente. Olha para mim e sorrio-lhe, ela retribui um sorriso cúmplice. Lê-mos as mentes uma da outra nestas situações. Ela espera Georg.
Depois de muita conversa chega finalmente Georg. Os pais não o tinham deixado sair mais cedo. Também queriam despedir-se dele. A primeira pessoa que cumprimenta mal entra a porta é Caty, que fica imensamente feliz ao vê-lo.
Conversam baixinho os dois. Gustav e Êlo também. Tom conversa comigo e com Bill e Coral também. Apesar de sentada no sofá ao lado de Tom, ela mantém uma certa distância dele. O sorriso que antes se formava na boca dele perante a expectativa de estar com ela, dá agora lugar a um olhar triste e melancólico.
Coral vai até à cozinha buscar um copo de água. Tom olha para mim e pisca-me o olho, levantando-se depois e dirigindo-se também ele para a cozinha.

(Na cozinha)

Tom entra e encontra Coral encostada ao balcão com o copo de água na mão a beber calmamente. Aproxima-se dela e encosta-se também ao balcão mas ficando virado para a porta, ao contrário dela que se encontra de frente para o balcão.
Ela olha-o pelo canto do olho.

- Posso falar contigo? – pergunta-lhe ele após alguns momentos de silêncio pesado.

- Sim. Claro. Diz.

- Vem comigo.

Ele pega-a pela mão e passa com ela pela sala indo para a varanda. Depois de também ela ter entrado na varanda ela encosta a janela e dirige-se a ela que tinha ido para junto do parapeito.

- Comprei-te uma coisa, Coral.

Ela vira-se para ele e fica a observá-lo a tirar uma caixinha pequena do fundo de um dos bolsos. Ele tira a caixa e põem-na direita com cuidado. Abre-a virada para ele.
Dentro da caixa encontra-se um fio de prata com um pequeno anjo prateado e brilhante pendurado. Vira a caixa para ela que abre a boca sem pronunciar nenhuma palavra.

- Posso guardar-te?



50º Capitulo

- Desculpa Tom. Não posso… Não podes… Vou para dentro.

Coral foge em direcção à janela preparando-se para entrar na sala novamente. Tom corre atrás dela agarrando-a numa mão. Ela olha-o suplicando-lhe que a deixe ir.
Ele fecha a pequena caixa com o colar e deposita-a na mão dela.

- Fica com ele. Foi comprado para ti, por isso é teu. – fecha a mão dela sobre a caixa e larga-a.

Ela abre a janela e entra sentando-se num canto do sofá. Tom entra e vai directo para o quarto sem falar com ninguém. Ao longe ouve-se a porta do quarto dele batendo com grande estrondo. Olho para Coral mas ela desvia o olhar colocando a caixa na carteira.

- Volto já, Bill.

Levanto-me e sigo pelo corredor até à última porta. Bato devagar. Nenhum som lá dentro. Bato novamente.

- Deixa-me Bill. Estou a descansar. – mente-me descaradamente.

- Não é o Bill, sou eu.

Ouço passos dentro do quarto e a porta abre-se devagar. Ele afasta-se novamente deitando-se de barriga para baixo na cama. Entro na penumbra do quarto apenas iluminado pela luz da lua que entra pela janela ao lado da cama. Olho para o quarto e vejo alguns CD’s espalhados pelo chão, claramente provenientes de quando ele entrara no quarto.
Sento-me na cama ao seu lado, acabando por me deitar de barriga para cima. Ouço o seu choro abafado.

- O que aconteceu?
- Ela deu-me com os pés outra vez – responde-me entre soluços – ofereci-lhe um colar, e ela recusou. Estou farto de estar apaixonado. O amor não presta. – atira uma almofada para o chão.

- Não digas isso, Tom. Não podes desanimar. Força rapaz. – viro a cara dele para mim – Tens de ir à luta.

Ele esboça um sorriso. A sua tristeza começava agora a dar lugar a uma secreta esperança. Limpa as lágrimas com a manga da camisola.

- Também amanhã vou viajar, vai servir para pôr as ideias em ordem.

- Sim. É isso.

Levanta-se e dá-me a mão para me ajudar a levantar também. Voltamos para a sala e ele senta-se no mesmo sofá que Coral mas na ponta oposta. Mantém a distância dela, embora lhe custe, prefere não a pressionar.
Continuamos na conversa até altas horas da noite. Eu e as outras meninas, excepto Caty, temos aulas no dia seguinte, mas não nos interessa, vamos estar muito tempo sem eles. Temos de nos despedir.
Cerca das três horas da manhã Gustav anuncia que tem de ir para casa e oferece-se para levar Êlo e Coral a casa. Elas aceitam e Georg decide que também são horas de ele próprio ir para sua casa. Dá um beijo na bochecha de Caty, dizendo-lhe algo junto ao ouvido, e sai com os outros três.
Coral sai de casa sem se despedir de Tom, apenas olha para ele pelo canto do olho ao passar para fora da porta.

Esta rapariga é estranha…

Tom vai para o seu quarto, percorrendo o corredor melancolicamente. Caty vai também deitar-se, bocejando um boa noite.
Eu e Bill vamos para o nosso quarto também, onde adormecemos abraçados. Ele não me pergunta se quero ir em tour. Sabe que para mim neste momento isso está fora de questão.
Vou ter saudades tuas…

domingo, 14 de setembro de 2008

É Segredo... (47º e 48º Capitulo)


47º Capitulo

Vejo Caty com um pano molhado na mão. Estou deitada no chão do quarto dela. Ergo-me e com a sua ajuda sento-me na cama.

- Estás bem, amiga?

- Sim, Caty. Deve ter sido só uma quebra de tensão. Não te preocupes. Vou para o meu quarto descansar um bocadinho.

Levanto-me e dirijo-me ao meu quarto. Fecho a porta atrás de mim e encosto-me à cómoda a olhar o meu reflexo no espelho.

Porque me fazes isto Mar? Porquê?
Eu nunca tinha desmaiado.

Caminho para trás até à cama onde me deito. Não faço por adormecer. Não quero adormecer. Por mim ficava para sempre acordada.

Para sempre…

Olho o tecto branco por cima de mim e penso na minha vida quando ainda tinha os meus pais e o mundo que eu pensava que nunca iria desaparecer.

*Flashback*

Estou sentada no muro da casa de uma vizinha. Tenho 13 anos e não tinha aulas naquela manhã.
Observo a casa à minha frente e choro.

- Anda embora Cristina! – diz a minha mãe agarrando o meu braço fortemente.

Deixo-me ser arrastada por ela, continuando a chorar. Ela está zangada, vejo-o na sua cara.

- Mas eu sonhei mãe!

- Não digas disparates rapariga! As pessoas já começam a pensar que és maluca!

Derramo mais algumas lágrimas até entrar em casa e me fechar no meu quarto.

*End of Flashback*

Posso ter ficado maluca naquele dia.
Por tua causa…
Por tua causa Mar! Porque me abandonas-te!



48º Capitulo

Arranjo-me e saiu do quarto, encontro Caty sentada no sofá da sala em frente à TV.

- Vou fazer almoço para as duas, Caty.

- Não é preciso. Já comecei a fazer. Hoje não tens aulas?

- Tenho. Agora à tarde. Tenho de almoçar e ir. Vou encontrar-me com as meninas no café em frente à faculdade.

- Está bem. Estás melhor?

- Eu estou bem Caty. Não te preocupes.

- Chris? – olho novamente para trás para ela – Tu e o Bill…Quer dizer…Vocês já…Pronto…Tu e ele… Ele e tu…

- Sim, Caty… Já…Mas não te preocupes porque eu não estou grávida, se é isso que estás a pensar. Eu tomo precauções e ele também.

- Está bem… - responde-me embaraçada.

Ela levanta-se e vem comigo para a cozinha tratar do almoço. Acabamos de preparar tudo e colocámos a mesa para as duas. Almoçamos e eu saio para a faculdade. Encontro-me com Coral e Êlo no café. Bebemos um café e vamos para as aulas.
Uma tarde normal de aulas enfadonhas. No final da última aula despeço-me delas e elas dizem que passam lá em casa depois de jantar.
Quando chego a casa Bill e Tom já lá estão. Encontram-se sentados no sofá com ar cabisbaixo, Caty está na cozinha e aparece na porta com um copo de água na mão.

- Então amor? Estás bem? – pergunta-me Bill, mal me deixando entrar a porta e correndo para me abraçar.

- Estou óptima. Foi só uma quebre de tensão. Porque estão com essas caras? – pergunto olhando para ele e Tom, que se mantém muito calado.

- Senta-te. Anda tu também Caty.

Eu e Caty sentamo-nos à frente deles. Tom continua muito sério, não sorri nem esboça expressão nenhuma. Bill por sua vez parece nervoso e agita-se bastante no sofá.

- O que nós temos para vos dizer é que… - interrompe-se, tentando ganhar folgo para o que quer contar.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

É Segredo... (45º e 46º Capitulos)


45º Capitulo

O homem aproxima-se mais e cumprimenta Bill que lhe retribui o cumprimento com um sorriso. Os outros elementos da banda apenas acenam levemente. Desviando a atenção daquele homem com um estilo bastante desleixado. Usa calças e camisolas como as do Tom, mas nota-se que é bastante mais desleixado com o seu visual do que Tom.
Afasta-se, indo para uma mesa onde se senta acompanhado de uma rapariga que aparenta ter a minha idade.

- Quem é aquele? – pergunto a Bill depois do homem se ter afastado.

- Aquele é o Bushido. É um rapper alemão, bastante conhecido aqui. – responde-me Andreas, Bill assente – Eu acho que ele tem inveja da fama dos Tokio Hotel. Veio aqui cumprimentar só para fazer boa figura.

- Não digas isso, Andreas. – reprova-o Bill.

Ficamos a conversar mais um bocado, depois alguns decidem ir dançar. Tom convida Coral para dançar com ele mas esta recusa. Faço sinal para Tom inventar uma desculpa e sair da mesa. Este percebe-me e diz que vai até ao bar convidando Bill para ir com ele. Bill ao aperceber-se da situação aceita o convite do irmão e vai com ele.
Fico sozinha na mesa com Coral, aproveito para me sentar ao lado dela e tentar perceber o que se passa.

- Por que é que afastas o Tom?

- Eu não quero envolver-me com ele, Chris. Ele só gosta de one night stands e, mesmo que fosse diferente, eu não me posso envolver com ele.

- Porquê?

- Eu daqui por menos de um mês vou embora, vou voltar para a Bélgica. Nunca mais me vão ver.

- É só essa a razão? – ela não me responde, observa Tom sentado num banco junto ao bar.

- Esquece Chris! Não quero falar disso.

Não insisto, não vale a pena, percebo que ela não quer mesmo falar sobre aquilo.
Cerca das 3h da manhã decidimos ir embora. Tom e Andreas fazem distribuição do pessoal pelas respectivas casas. Ao pararmos em frente à casa de Coral, Tom aproxima-se dela para lhe dar um beijo na cara, mas ela afasta-se saindo do carro dizendo apenas boa noite e deixando o beijo de Tom suspenso no ar.
Tom não diz nada, apenas volta a pôr-se direito em frente ao volante e arranca sem olhar para trás. Apenas fala quando chegamos a casa.

- Vou dormir. Até logo.

Segue o caminho até ao seu quarto sem olhar para trás e batendo a porta ao entrar.

- Vou lá falar com ele.

- Não vale a pena Bill. Deixa-o estar. Ele precisa de pensar no passo que deve dar.

Eu e Bill vamos para o nosso quarto onde nos arranjamos e acabamos por adormecer agarrados.
Acordamos às 7h da manhã com o toque incessante do telemóvel de Bill em cima da mesinha de cabeceira. Ele abre os olhos e procura o irritante objecto com uma mão. Olha para o visor e revira os olhos.

- Bom dia David! – saúda ao atender a chamada – Está bem. Aí estaremos. Até logo.

Desliga a chamada e volta-se para mim.

- Era o David. Temos reunião com ele no estúdio às 9h.

Dá-me um beijo na testa e levanta-se da cama saindo do quarto para ir acordar Tom.



46º Capitulo

Bill volta ao quarto e arranja-se para ir para o estúdio. Ouço Tom resmungar do quarto que aquilo não eram horas de se acordar ninguém. Bill apenas lhe responde que se se tivessem deitado cedo eram.
Arranjo-me também e quando chego à cozinha já Tom e Bill estão prontos para sair. Despedem-se de mim e vão com Saki que entretanto tinha batido à porta.
Caty aparece minutos depois, mesmo a tempo de tomar o pequeno-almoço comigo. Sentamo-nos a duas à mesa e ficamos a conversar. Ela depois ajuda-me a arranjar as camas enquanto vamos conversando.

- O Georg é mesmo simpático. – termina uma frase, enquanto se senta em cima da agora sua cama.

- Caty! Andas à quase duas horas comigo aqui em casa a conversar, e ainda não falaste de outra coisa que não o Georg.

Ela deita-se para trás na cama e tapa a cara com uma almofada. Destapa-se de seguida.

- Estou tão confusa, amiga. Eu acabei agora de sair desta relação com o Gonçalo…Aquele… - cala-se e aperta a almofada como se esgana-se Gonçalo – Não sei o que fazer à minha vida… Estou muito confusa. E o Georg faz-me sentir tão bem.

- Eu preocupada com um e afinal quem ataca é o outro. Está bonito está. Assenta as ideias e não faças nada de que te possas vir a arrepender. Está bem?

- Sim, Chris. Não te ouvi quando me avisas-te sobre o Gonçalo mas agora ouço-te. O que achas do Georg?

- O Georg é um querido. Mesmo muito fofo, mas às vezes é um bocado mulherengo.

- Tipo Tom?

- Tipo antigo Tom.

- Antigo tom?? Porquê antigo? Existe um novo Tom? Ele deixou de ser mulherengo?

- Acho que decidiu atinar…

Caty ri-se e rebola na cama. Levanto-me da cama e sinto o chão fugir-me de debaixo dos pés. Fica tudo escuro.

Abro os olhos. Estou num pequeno quarto que parece situado na cave de uma casa. O chão e as paredes são todos em pedra. Sinto dores no corpo. Olho à minha volta.
A única fonte de luz é um pequeno postigo quase rente ao tecto na parede à minha esquerda. Vejo um lavatório com um espelho por cima e um cabide ao lado com uma toalha na mesma parede. Na parede oposta encontra-se uma cama de ferro, velha e ferrugenta, apenas tem um cobertor, um lençol e uma travesseira em cima.
Na parede à frente encontram-se uma mesa de madeira velha e uma cadeira igualmente velha. Em cima da mesa está um prato de plástico com um pão.
A custo viro-me para trás, vejo a entrada, uma porta de madeira pesada. Pelo aspecto devia ser uma casa antiga ou muito mal tratada.
Sinto dores por todo o corpo e toco na minha cara. Quando afasto a mão da minha cara vejo sangue. Estou ferida. Observo as minhas mãos.
Estas não são as minhas mãos. Com esforço arrasto-me até ao lavatório e, apoiada nele, ergo-me.
Vejo o meu reflexo no espelho.
Não…
Fica tudo escuro…

Sinto algo molhado no rosto. Abro os olhos.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

É Segredo... (43º e 44º Capitulos)



43º Capitulo

É Andreas.

Esta casa está a tornar-se monótona.
Sempre que a campainha toca é este?
Valha-me Deus…


Andreas entra e pergunta quem são as meninas que se encontram na sala. Georg muito prestável apresenta-as.

- São a Êlo, a Coral – apontando para cada uma delas – e a Caty. – pousa as mãos em cima dos ombros da última.

Todas dizem olá e Andreas dá-lhes dois beijinhos. Fica na sala a conversar um pouco com Gustav e Georg, pois Tom decide voltar à sua tarefa de pôr a mesa, surpreendendo tudo e todos ao tornar-se tão prestável repentinamente.

- Ficas para jantar, certo Andreas? – pergunto-lhe, entrando na sala com uma travessa na mão.

- Sim. Se não for muito incómodo. Eu vim para vos convidar para irmos a um novo bar que abriu. Tem karaoke e tudo. Querem?

Olhámos uns para os outros, era uma boa ideia para festejarmos o primeiro dia todos juntos e a chegada de Caty. Para ela se divertir e esquecer dos problemas que deixou em Portugal, ou melhor, Espanha. Concordámos em ir ao tal bar depois de jantar.
É divertido estarmos todos juntos. As conversas são sempre animadas e nunca falta assunto. Parece que nos conhecemos à anos, parece que sempre estivemos juntos. Faz-me esquecer que eles estão quase a ir em tour e que vou estar longe de Bill.
Vou ter saudades de todos, eles são a minha nova família, a minha nova casa, a minha nova vida. São uma parte de mim e do meu coração. Já não me imagino sem a sua presença e o seu carinho. São os melhores amigos que podia ter arranjado. E todos os dias fazem com que eu não me arrependa da decisão que tomei.
Observo-os a rirem e conversarem.

Obrigado por estes momentos…

Acabamos de jantar e, com a ajuda de todos, arrumo a cozinha. Ficamos um pouco na sala a ver Tv pois ainda é cedo para ir para o bar. Apesar da felicidade de estar ali com eles e de toda a animação uma coisa não me sai da cabeça.

Aquele carro…
Terá sido coincidência? Ou terá sido de propósito?

Olho para Bill que conversa animadamente com Andreas, alheio aos meus pensamentos. Ele olha para mim, dá-me um leve beijo nos lábios e sorri.

Se tu soubesses…



44º Capitulo

Finalmente arranjamo-nos todos para ir conhecer o bar que Andreas fala. Vamos no Cadillac de Tom e no Audi de Andreas, como somos muitos não podemos ir todos no Cadillac.
O bar é apenas a meia hora de nossa casa e tem um aspecto bastante agradável por fora. Estacionamos os carros próximos da entrada do bar para não dar muito nas vistas e entrámos.
Um espaço bastante amplo serve como pista de dança, ladeado por várias mesas com sofás de veludo vermelho. As cores predominantes são o preto e o vermelho, num aspecto bastante “vampiresco” que me agrada bastante. O vermelho pode ser encontrado como cor dos sofás, dos candeeiros, do balcão e dos próprios copos onde são servidas as bebidas.
Caminhamos discretamente até uma mesa num sítio mais obscuro e sentamo-nos. Passados poucos minutos uma empregada vestida de preto dos pés à cabeça vem atender-nos. Pedimos as nossas bebidas e ficamos sentados a observar o bar e a conversar.
A música é obscura e sensual, todo o espaço faz lembrar um antro de vampiros como o que se vê nos filmes.
Andreas pede licença a todos e sai da mesa dirigindo-se ao balcão, mas desaparecendo pouco depois com uma das empregadas. Nós ficamos a conversar sobre o sítio e com conversas de circunstância. Apesar disso o ambiente entre nós é fantástico e os temas surgem naturalmente.
Convido Bill para dançar. Uma música que faz parte do meu filme favorito. Change (in the house of flies) dos Deftones. (http://www.youtube.com/watch?v=xYxzUUqckgc) Uma música sensual mas ao mesmo tempo com um toque rock.
Entretanto a música termina e regressamos à mesa onde todos se haviam juntado em “casais” Georg conversa animadamente com Caty, Gustav fala baixinho com Êlo e Tom encontra-se sentado ao lado de Coral, mas estes não falam, apenas estão sentados um ao lado do outro. Coral observa a pista de dança e Tom observa Coral pelo canto do olho. Sento-me ao lado dele e falo-lhe baixinho ao ouvido:

- O que se passa?

- Ela não me liga nenhuma. Foge de mim como o diabo da cruz! – diz-me também sussurrando.

Andreas saia agora da sala onde havia entrado vários minutos antes. Regressa à mesa e senta-se ao lado de Bill.

- Desculpem. Fui cumprimentar o meu primo. Ele é sócio daqui do bar. Ele e o sócio são obcecados com vampiros, por isso o bar tem este aspecto.

- Eu também gosto de vampiros. O bar tem um aspecto fantástico. Dá os parabéns ao teu primo! – digo a Andreas que sorri largamente.

Nesse momento ouve-se grande agitação vinda da entrada do bar. Alguém famoso tinha acabado de chegar e distribuía autógrafos junto da entrada. Do nosso sitio não dá para ver quem é, apenas se vêem seguranças e algumas pessoas com canetas e guardanapos ou cadernos nas mãos.
O causador de toda a agitação começa a deixar os seus fãs para trás com a ajuda dos seguranças e dirige-se para a zona VIP onde nós estamos.

Quem é este?

Ele olha para a nossa mesa e faz um sorriso matreiro, dirigindo-se depois até Bill.
Ele conhece o Bill…

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

É Segredo... (41º e 42º Capitulo)

41º Capitulo

Dou um beijo rápido em Bill e volto a casa onde encontro Tom sentado no sofá a ver televisão. Pouso as minhas roupas novas em cima da cama. Passo pela sala roubando a chave do carro a Tom e dando-lhe um beijo rápido na face. Saiu de casa a correr em direcção ao aeroporto.
Quando chego lá verifico que o voo proveniente de Portugal está atrasado.

Ufa…

Sento-me na sala de espera até ouvir a tão esperada voz mecânica dizer que voo chegou. Coroo para a porta de desembarque tentando vislumbrara a minha amiga por entre as pessoas que vão saindo do voo. Finalmente vejo-a.

- Caty!!!

Ela abre um enorme sorriso ao ver-me e empurrando o carrinho das bagagens à sua frente corre a abraçar-me. As saudades são imensas. Conhecemo-nos à imenso tempo e desde sempre que somos as melhores amigas. Irmãs… Este reencontro era esperado com bastante saudade.
Ajudo-a a empurrar o carrinho até ao Cadillac.

- Então este é que é o famoso Cadillac do Tom Kaulitz?

- O quê?

- Não te faças de desentendida. Eu não sou burra. Eu sei que vives com o Tom e o Bill Kaulitz. Achas que não reconheci o Bill no aeroporto da outra vez? Eu também sou fã deles, lembras-te? – sorri e pisca-me o olho – Não contei a ninguém, não te preocupes.

- Obrigado, amiga! Vamos?

Entramos para o carro depois de colocar as malas no porta-bagagem. Conduzo até casa mostrando-lhe alguns locais da cidade. Chegamos a casa e ajudo-a a levar as suas malas para o quarto.

- Afinal onde é o teu quarto? A casa só tem três quartos e eu vou ficar a ocupar este. Onde dormes?

Pego-lhe na mão e puxo-a para fora do quarto em direcção ao quarto de Bill. Abro a porta e entro.

- É aqui que eu durmo.

- Mas… Mas este é o quarto do Bill. – diz ela olhando à sua volta – Espera aí! Tu namoras com o Bill??

Aceno-lhe que sim com a cabeça o que a faz pular e saltar agarrando-se ao meu pescoço. Estava feliz. Está feliz por mim. Ri imenso como é seu costume quando está feliz.
Mostro-lhe também o quarto de Tom. Ela fica maravilhada como ele tinha o quarto tão arrumado e organizado.

Já sei o que andas-te a fazer hoje de manhã, Tom Kaulitz…
A arrumar o quarto porque sabias que ela vinha…
Sempre o mesmo…


Vamos para a sala onde ficamos a tarde toda a conversar para ela me contar todas as novidades de Portugal.

- O Tiago deixou de andar connosco desde que vieste embora. Ele diz que nós somos os culpados. Que não fizemos nada para te impedir.

- Lamento que ele pense isso. Eu já tinha a minha decisão tomada. Era o que queria fazer, precisava de o fazer. Esta mudança fez-me bem.

- Vejo que sim… - diz Caty com um sorriso matreiro. Rimo-nos as duas até que ouvimos a porta abrir-se.

Para meu espanto não se apresentam apenas os gémeos à porta de casa, mas sim os Tokio Hotel em peso. Todos ansiosos por conhecer a minha amiga. Ela cumprimenta Bill, Tom e Gustav e por fim chega a vez de Georg. Este, em vez de a cumprimentar, fica especado em frente a ela a olhá-la.

- Allô? Georg? Estás aí??



42º Capitulo

- O quê? Sim… Ah… Olá! – diz atrapalhado e finalmente cumprimentando Caty que se ri com a situação.

Eu e Bill Vamos para a cozinha deixando os rapazes com Caty na sala a conversar. Aproveitámos para namorar um bocadinho e fazer o jantar, pelo meio dos beijos.
Ponho-me em frente ao fogão para mexer nos tachos e Bill abraça-me por trás, dando-me um beijo na nuca, que ele sabe que me faz arrepiar.

- Vamos voltar a andar em tour. Vamos estar menos tempo juntos. – diz-me pousando o queixo no meu ombro.

- Eu sei, amor. Não te preocupes. As meninas fazem-me companhia.

- Já me esquecia. Elas devem estar a chegar. O Tom ligou à Coral para elas virem aqui jantar, acho que ele está interessado nela. Só espero que não faça asneira.

- Não vai fazer. Não te preocupes. – dou-lhe um beijo na cara e afasto-me para ir buscar um pano.

Bill encosta-se à bancada e fica a observar-me. Passado alguns segundos volta a falar.

- Se tu o dizes. Mas quero falar-te de outra coisa. No dia 1 de Junho vamos estar em Portugal, no Rock in Rio. Sabes?

- Sim, eu sei o que é. E já sabia que vocês iam lá.

- Eu gostava que tu fosses. Quer dizer, nós vamos directos dos Estados Unidos para lá. Mas tu e as outras podiam ir de avião e encontravam-se connosco no hotel. Já falei com o David e ele aceitou. Só têm que fazer de conta que são do staff.

Abraço-me a ele e dou-lhe um beijo nos lábios e outro no pescoço.

- Claro que vou. Elas não sei, mas eu vou falar com elas. A Caty vai de certeza.

Ficamos um pouco mais aos beijinhos, até que Tom decide interromper-nos.

- Então meninos? Deixem os amaços. O jantar não vem? Elas já chegaram.

- Se estás com tanta pressa, Tom Kaulitz. – pego numa pilha de pratos e na toalha da mesa – Podes ir pondo a mesa.

Deposito-lhe os pratos e a toalha nos braços, deixando-o perplexo a olhar para mim. Mas não reclama, apenas vira as costas e começa a colocar a mesa na sala. Pela porta vejo que Coral o ajuda e que ele a observa, seguindo-a atentamente com o olhar. Ela parece não reparar, ou não querer reparar.
Sempre que ele dá um passo em frente para ela, ela dá dois passos para trás. Noto na cara de Tom que se sente frustrado por ver todas as suas investidas falhadas.

- O que se passa? – pergunta-me Bill percebendo que olho atentamente para a sala.

- Nada. O teu irmão nem reclamou de o mandar pôr a mesa. Estranho.

Bill ri e continua a cortar fatias de pão e a pô-las num cesto. Tom volta à cozinha e pega nos copos sem dizer nada, voltando a seguir com eles para a sala.
Bill encontra-se agora parado a olhar para a sala e a observar o irmão. Encolhe os ombros e volta para a bancada onde se prepara para me ajudar a fazer a salada.

- O meu irmão anda muito estranho…

- Está apaixonado!

- O Tom? Apaixonado? Deixa-me rir!

Fica a olhar para mim perplexo ao ver que não me rio e que me mantenho séria. Percebe que o que digo é verdade.

- Não posso acreditar!

Olha para a sala e fica parado a observar Tom até ser acordado pelo toque da campainha. Tom barafusta que a campainha desta casa toca vezes demais e que qualquer dia a desliga. Mas vai abrir a porta.

sábado, 6 de setembro de 2008

É Segredo... (40º Capitulo)


40º Capitulo

Bill olha para trás e corre para mim. Nesse preciso momento o carro passa a grande velocidade na passadeira. Algumas pessoas gritam insultos para o condutor.
Bill aproxima-se de mim. Dá-me um pequeno beijo nos lábios.

- Estás a tremer. – diz-me, pegando nas minhas mãos e perscrutando a minha face.

- Não é nada. Foi só de vir a correr para te apanhar. Onde vais? Eu vou comprar pão.

Dá-me a mão e seguimos juntos para a padaria. O meu coração parece estar agora mais calmo. Compramos pão e vamos à loja que Bill queria visitar. Uma pequena loja de roupa emo que abrira no dia anterior ali na rua.

- Tu viste aquele maluco? Aquele carro preto? A maneira como passou naquela passadeira? Podia ter atropelado alguém. – diz-me Bill enquanto observa várias camisolas estampadas com caveiras.

- Mas não atropelou e isso é que interessa.

Começo a caminhar por entre as estantes e cabides cheios de roupas e acessórios. Procuro algo que me agrade. Vejo algumas camisolas e casacos pretos que me chamam a atenção, faço um sinal a Bill e pagando em alguns vou para um gabinete de provas. Pouso a roupa dentro do pequeno cesto que se encontra pendurado na parede e começo a despir-me. Visto uma camisola preta com caveiras rosa choque e olho-me no espelho.

Esta vai comigo…

Sorrio ao ver-me com a camisola e dou mais uma voltinha em frente ao espelho. Vejo o meu olhar reflectido no espelho.

Desapareceu…
Como?


Volto a tirar a camisola e a experimentar mais algumas coisas. Acabo por optar pela camisola que experimentei em primeiro lugar e por um casaco curto em cabedal com estrelas de cinco pontos prateadas.
Quando saio do provador Bill ainda se encontra a escolher roupa. Pago a minha despesa e sento-me num banco a observá-lo.

- Bill!! Despacha-te! Pareces uma mulher. Eu já estou pronta. – digo-lhe rindo-me.

Ele deita a língua de fora e responde-me:

- Estou a escolher roupa para ficar bonito para ti. Por isso não reclames. – sorrio-lhe. Ele olha para o relógio – Mas tenho de me despachar porque tenho de ir trabalhar.

Olho para o meu relógio e salto no banco.

Caty!!!
Vou chegar atrasada!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

É Segredo... (39º Capitulo)


39º Capitulo

Tom puxa uma cadeira da mesa e entrega-ma, sentando-se depois noutra à minha frente. Começa a remexer o copo de água que havia enchido alguns minutos antes.

- A tua amiga Coral tem namorado? – pergunta finalmente.

- Não sei. Ela nunca falou em nenhum namorado. Porquê?

- Bem…Ela é gira e tal…Estás a ver?

- Não estou a ver nada Tom. Tu livra-te de a usares como usas as outras todas. Eu mato-te Tom Kaulitz!

- Calma! Pronto… A verdade é que eu vejo-vos, a ti e ao Bill, todos os dias aqui, juntos, felizes, a apoiarem-se um ao outro. Vi como tu o ajudas-te enquanto ele esteve doente e sei que ele faria o mesmo por ti. E percebo que… - bebe um gole de água – Percebo que se me acontece-se algo como lhe aconteceu a ele eu não teria ninguém que cuidasse de mim, a não ser vocês, claro.

- Isso quer dizer exactamente o quê, Tom?

- Quer dizer que estou cansado. E que acho que é altura de assentar. E a tua amiga toco-me cá dentro. Percebes?

- Que bom, Tom! – levanto-me e abraço-o – Fico muito feliz por finalmente teres juízo nessa cabeça. Tu e a Coral até ficam giros juntos.

Tom sorri e levanta-se, dá-me um beijo na testa e sai da cozinha dirigindo-se para o seu quarto. Fico mais uns minutos na cozinha a observar a noite pela janela. Vejo o meu reflexo no vidro.

As sombras…

Pisco os olhos e pouso o copo na mesa. Apago a luz e volto para o quarto onde Bill dorme calmamente. Deito-me ao seu lado devagar para não o acordar e fico a olhar para o tecto à espera que o sono chegue.

Acordo com a luz do sol a entrar pela janela do quarto, tacteio a cama à procura do corpo de Bill, ele não está lá. Abro os olhos e olho em volta. Bill não se encontra no quarto. Visto-me rapidamente e saio do quarto. Na cozinha encontro Tom a tomar o pequeno-almoço.

- Bom dia alegria.

- Bom dia Tom. Viste o Bill?

- Saiu daqui há cerca de três minutos atrás. Foi à rua, disse que tinha de comprar qualquer coisa do outro lado da estrada.

- O que é que ele levava vestido?

- Nada de especial. Uma camisola preta, calças de ganga e aquele casaco preto e branco com a estrela.

Saiu a correr de casa e desço as escadas do prédio a grande velocidade. O meu coração bate forte e descompassadamente. As minhas mãos tremem. Saio para a rua e olho à minha volta. As pessoas passam afastando-se de mim indiferentes à aflição que sinto no meu peito. Observo os carros parados em frente ao prédio. Vejo um carro preto. O meu coração parece querer saltar fora do meu peito.

O carro preto…

Olho para a passadeira que sei estar a escassos dez metros do sítio onde me encontro. Ouço o carro ligar o motor. Observo todas as pessoas que se aproximam da passadeira. O carro arranca. Vejo-o.

- BILL!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

É Segredo... (38º Capitulo)


38º Capitulo

É Caty novamente.
Já combinou tudo com os pais e já reservou bilhete para o dia seguinte. Vem para a Alemanha passar alguns dias comigo. Precisa de uma mudança de ares.

Os rapazes ficam felizes por terem mais uma presença feminina cá por casa. Arrumo a cozinha com a ajuda das raparigas e depois vamos dar uma volta no carro de Tom, que pede a Coral para ir sentada ao lado dele. A meio da viagem ele olha pelo retrovisor para mim e pisca-me o olho. Faço-lhe cara de má.

Espero que não faças asneiras Tom…

Vamos até uma praia reservada onde podemos estar à vontade sem que ninguém os reconheça. Uma praia bastante bonita por sinal. Tinha sido descoberta pelos gémeos em pequenos e é para aqui que vêm quando lhes apetece apanhar sol sem serem descobertos.

Chegámos a casa já de noite. Estamos exaustos. Pelo caminho para casa deixamos as raparigas e Gustav e Georg nas respectivas casas. Comemos qualquer coisa na cozinha e vamos deitar-nos. O cansaço é muito.
Deito-me na cama ao lado de Bill e passados poucos minutos já estamos a dormir.

Caminho na estrada perto de casa.
Ouço um carro a ligar o motor e de repente acelerar com força fazendo chiar os pneus.
Passa na passadeira mais à frente sem parar e arrastando consigo uma pessoa que naquele momento atravessava a estrada.
Todos correm para socorrer a vítima.
- Está morto! – grita um homem que se baixara para sentir a pulsação da vítima.
Aproximo-me da multidão tentando vislumbrar alguma coisa. Algumas pessoas afastam-se a chorar. Finalmente consigo ver o corpo.


- BILL!!!!!!!!!!!

- Estou aqui! – diz Bill atrapalhado, acordado pelo meu grito – O que aconteceu?

- Nada. Volta a dormir. Foi só um pesadelo. Vou beber um copo de água à cozinha.

Levanto-me e saio do quarto. Acendo a luz do corredor para me iluminar o caminho. Passo pelo espelho no meio do corredor e miro o meu reflexo.

Foi só um pesadelo. Mais nada…
Não estão negros como das outras vezes…

Continuo o meu caminho para a cozinha, abro o frigorífico tirando de lá uma garrafa de água fresca que verto para o copo. Bebo enquanto observo a noite pela janela. O reflexo de Tom aparece na janela.

- Está tudo bem Chris? Ouvi-te gritar.

- Está tudo bem. Não te preocupes.

- Posso falar contigo?

- Claro! Diz!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

É Segredo... (36º e 37º Capitulos)


36º Capitulo

Êlo cai para trás ficando sentada no sofá, Gustav corre até ela e pega-lhe na mão.

- Estás bem? Eu sou o Gustav.

- Eu…Eu…Eu estou bem. – responde-lhe ela gaguejando – Eu sou a Élodie. Podes tratar-me por Êlo. Muito prazer. – completa ela, já refeita do choque inicial.

Os outros riem-se e ela olha para cima, parecia que só agora tinha reparado que estava mais gente na sala. Os outros rapazes apresentam-se a elas também. E Tom começa logo a chegar-se para a beira de Coral.
Almoçamos no meio de grandes gargalhadas, um almoço realmente divertido. Todos falam, riem, parece que estamos juntos à anos.
O meu telemóvel toca. Olho para o visor. Caty… Peço desculpa aos outros e levanto-me da mesa para a atender.

- Olá! – digo-lhe sorridente - Caty? – pergunto ouvindo uma respiração pesada do outro lado do auscultados.

- Chris? Preciso de ti… - responde-me entre lágrimas.

- Que se passa Caty? Fala rapariga!

- O Gonçalo deixou-me! Fugiu para Espanha com outra rapariga e a única coisa que fez foi deixar-me um mensagem no telemóvel a dizer que tinha sido bom o tempo que passamos juntos. Estou destroçada Chris… - começa a chorar mais.

- Tem calma Caty! Espera um bocadinho.

Bill juntara-se a mim no sofá e pergunta baixo o que se passava. Afasto um pouco o telemóvel e digo-lhe. Ele diz-me que a convide para vir passar umas semanas comigo aqui na Alemanha. Afinal o meu quarto estava vago, pois eu mudei-me para o seu quarto.

- Caty? Estás aí?

- Sim. Diz…

- Queres vir passar umas semanas aqui comigo?

- Tens a certeza que os teus amigos não se importam? Eu não quero abusar…

- Não abusas nada. Foram eles que convidaram. Vens?

- Ainda não falei com os meus pais. Mas eu vou! Não aguento estar aqui… Vou falar com eles e depois ligo-te a dizer quando vou. Obrigado.

- De nada amiga! Depois liga-me. Agora enxuga essas lágrimas. Ele não merece.

- Pois não. Os meus pais chegaram. Vou falar com eles. Adeus. Beijo.

- Adeus. Beijo. Força amiga!

Eu e Bill voltamos para a mesa. Conto aos outros o sucedido. Eles ficam indignados com o que Gonçalo fez a Caty, mas o mais indignado é Georg, fica revoltado mesmo com aquela atitude. Conto-lhes também que em principio ela virá passar uns dias connosco. Todos ficam felizes, mais uma menina para alegrar a casa.

- Fixe! Mais uma menina! Isto está a ficar bem frequentado. – diz Tom revirando o seu piercing com a língua.

- Fica longe dela Tom! Tu nem penses sequer em tocar-lhe com um dedo! – digo-lhe apontando-lhe o dedo – Arrependes-te amargamente desse acto!

- Está bem! Está bem! Não me batas. Eu não lhe faço nada. Eu sou simpático. Só quero ser amigo. – diz, amuando de seguida.

Continuamos a almoçar descansadamente com as mesmas conversas e brincadeiras de antes. Quando vamos a meio da sobremesa, tocam à campainha.




37º Capitulo

Georg levanta-se e vai abrir a porta. É Andreas, que já não aparecia à várias semanas cá em casa. Cumprimenta-nos e nós convidámo-lo a juntar-se a nós para a sobremesa. Apesar do inicio turbulento da minha relação com Andreas, penso que agora as coisas correm bem. Ele aceita a minha presença na vida dos gémeos. Mas ainda não sabe que eu namoro com Bill, pois este não lho quis contar por telemóvel.
Bill levanta-se da mesa e chama Andreas seguindo juntos para o quarto.

(No quarto…)

- Senta-te Andreas.

Bill senta-se na cadeira junto da secretária indicando a Andreas que se sente na cama à sua frente. Este anui e senta-se olhando para Bill, esperando que este fale.

- O que me queres dizer Bill?

- Bem. É que eu tenho uma novidade muito boa para te contar.

- Desembucha! Vá lá!

- Bem Andreas. A novidade é que eu e a Chris namoramos.

- O QUÊ?? – Andreas abre muitos olhos e fica a olhar para Bill como se tivesse acabado de ver um fantasma.

- É verdade. Namorámos já à algumas semanas. Eu não te quis dizer por telemóvel. Como tu és o meu melhor amigo achei que te devia contar pessoalmente.

Andreas refaz-se do choque inicial e assume agora uma posição de indiferença, embora não olhando Bill directamente nos olhos.

- Se estás feliz. Eu fico feliz por ti.

Levanta-se e prepara-se para sair do quarto.

- Mas tu nem me dás um abraço a felicitar-me? – pergunta-lhe Bill, franzindo a sobrancelha.

- Sim, claro.

Andreas abraça Bill felicitando-o mas largando-o passados poucos segundos. Dirige-se para a porta.

- Acho que não ficas-te feliz por mim.

- Fiquei sim. Mas tenho de ir embora. – responde Andreas sem olhar para trás e saindo do quarto.

(Na sala…)

Andreas volta aparecer na sala e dirige-se imediatamente para a porta de casa.

- Adeus!

Apenas se ouve esta palavra e no segundo seguinte o som da porta a bater. Andreas sai sem dizer mais nada. Bill volta à sala e senta-se na mesa.

- Não me perguntem o que lhe deu. Ele apenas me disse que tinha de ir embora.

Ninguém pergunta mais nada. Acabamos almoçar em paz e sossego claro sem a falta de uma ou outra piada do Tom.
O meu telemóvel volta a tocar.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

É Segredo... (34º e 35º Capitulos)


34º Capitulo

Começa a despir a roupa até ficar apenas em boxers e mergulha. Já dentro de água incita-me a fazer o mesmo e a ir ter com ele. Mando-o virar-se de costas para me despir.
Começo a despir-me sem reparar que ele se vira para me observar, voltando depois a pôr-se de costas para mim antes que eu repare. Acabo de me despir, ficando apenas em soutien e cuecas, e entro na água.
Brincamos um pouco na água, atirando água um ao outro e fazendo de conta que nos tentamos afogar mutuamente e depois fujo para a beira da piscina para descansar. Saio de debaixo de água e viro-me, dando de caras com Bill que se encontra quase colado a mim.

- Os teus olhos estão mais escuros desde o dia em que te conheci. – diz-me afastando uma madeixa do meu cabelo que me cobre um dos olhos.

Não lhe respondo, sei que é verdade.

Ficam mais escuros com cada um…
Um dia ficarão negros como a noite…

Olhamo-nos nos olhos durante alguns segundos e ele aproxima-se, sinto o meu corpo ser atraído para o dele sem que o consiga deter. Sinto o batimento do meu coração acelerar e começo a sentir também o batimento do seu coração, igualmente acelerado.
Acabamos por nos beijar, agora um beijo mais quente, com mais sentimento que o dado no outro dia na discoteca, um beijo com paixão.

- Amo-te! – diz-me, quando os nossos lábios se separam – Desde o dia em que te vi em Portugal.

- Também te amo, Bill.

Voltamos a beijar-nos com paixão. Ele segura-me pela cintura e eu agarro no seu pescoço. Os nossos lábios e os nossos corpos não se querem descolar, não querem ser separados. Sentimos uma atracção inexplicável um pelo outro. Uma atracção irrecusável.
Os nosso corpos são puxados um para o outro como que se de uma força superior se tratasse. Saímos da piscina e acabamos por voltar a entrar na casa ainda aos beijos e deixando o chão por onde passamos todo molhado.
Entramos no quarto que Bill havia indicado como sendo o seu quando está em gravações. Caímos juntos na cama, ignorando que nos encontramos encharcados da cabeça aos pés.
Os seus beijos descem pelo pescoço, pelo meu peito, pela minha barriga. Tocamo-nos mutuamente com paixão e desejo. Um desejo contido desde o dia em que nos conhecemos. Uma paixão negada desde esse mesmo dia. Dá-mos aos nossos corpos aquilo que eles pedem desde esse dia, dá-mos o corpo do outro.
Entregamo-nos à paixão que sentimos um pelo outro, acabando por fazer amor ali. Naquele quarto iluminado apenas pela luz que entra do corredor e encharcados pela nossa brincadeira na piscina.

Hoje somos um só ser…



35º Capitulo

No dia seguinte acordo com os primeiros raios de sol que entram pela janela do quarto. Encontro-me deitada com a cabeça no peito de Bill que me abraça. Mexo-me e ele acorda também com um sorriso maravilhoso nos lábios. Larga-me e baixa-se para me dar um pequeno beijo nos lábios.
Ficamos deitados a olhar um para o outro.

- Bill? O que somos? – pergunto-lhe ao fim de alguns segundos.

- Não sei o que somos. Mas sei o queria que fossemos… - responde-me pensativo.

- Ai sim? E o que é isso?

- Queres ser minha namorada? – pergunta-me com um grande sorriso mas, ao mesmo tempo, algo receoso.

- Claro que quero!

Voltamos a beijar-nos, a demonstrar o amor que sentimos. Olho para as horas e salto na cama.

- Bill temos de ir! Tenho aulas e não tarda nada o teu irmão está a ligar-nos para o telemóvel.

Ele levanta-se e corre para o jardim para pegar nas nossas roupas que haviam ficado lá na noite anterior. Entra novamente no quarto e apressadamente vestimo-nos e saímos do estúdio.
Quando chegámos a casa Tom ainda dorme. Tomo um duche rápido e despeço-me de Bill, tenho de ir para as aulas.

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Passam-se alguns dias, eu, Êlo e Coral damo-nos cada vez melhor e o meu namoro com Bill vai super bem. Tom ficou felicíssimo coma notícia e por vezes anda pela casa a cantarolar “O Bill e a Chris namoram, lá, lá, lá,…”. Parece uma criança.
Gostava de poder contar às meninas com quem vivo, mas não sei se a banda ia gostar da ideia. Estou em casa à espera que eles cheguem para falar sobre isso com eles.
Chegaram. Ouço as suas vozes nas escadas do prédio.
Falo sobre o assunto com os quatro e todos concordam que eu lhes conte, porque lhes garanto que elas são de confiança. Amanhã vou convidá-las para almoçarem connosco.

(No dia seguinte no fim das aulas)

- Bem meninas querem vir almoçar comigo? – pergunto às duas – Eu vivo aqui perto.

- Os teus companheiros de casa não se importam?

- Não! Eles querem conhecer-vos!

- Então aceitamos, não é Coral? – Coral anui.

Vamos para o apartamento a pé, como sempre faço. Tom nunca mais me veio buscar com o carro, com medo de ser reconhecido.
Chegamos a casa e os rapazes ainda não estão.

- Eles devem estar a chegar. Iam trabalhar hoje de manhã. É normal que se atrasem um pouco. Vou pôr a mesa. – digo-lhes enquanto me dirijo para a cozinha – Estejam à vontade!

Elas sentam-se no sofá à minha espera e dos rapazes que ainda demoraram cerca de meia hora a chegar. Ouço as suas vozes nas escadas, vêem animados a rir-se alto.

- Chegaram. – digo levantando-me, elas imitam-me levantando-se também.

Eles entram em casa calmamente, sorrindo para as convidadas.