quinta-feira, 31 de julho de 2008

É Segredo... (23º Capitulo)


23º Capitulo

- Hum…Nada… - diz atrapalhado.

- Está a festejar o facto de ficares cá. – diz Tom muito naturalmente, saindo da cozinha. Resposta esta que lhe custa um caldo de Bill.

Sorrio para ambos e sento-me no sofá onde acabam por se sentar também um de cada lado de mim. Passamos a tarde os três sentados a ver TV até que chegam Georg e Gustav para perguntarem se queremos ir até um bar ou uma discoteca. Aceitamos e vamos para cima arranjar-nos, deixando-os a ambos à espera na sala.
Primeiro arranjo-me eu no quarto de Bill e Depois Tom, Bill é o último a ficar pronto, mas no final está um estrondo.
Vamos todos para o carro de Tom.

- Sabes conduzir Chris?

- Sei. Porquê?

- Queres levar o Cadillac?

- Tu deixas-me?

Não me responde, apenas me estende a chave do carro que eu aceito sem demora. Senta-se ao meu lado deixando Bill, Georg e Gustav no banco de trás.
Tom indica-me o caminho para uma discoteca da sua eleição. A discoteca tem um ambiente giro e a música é boa. Vamos para a zona VIP por causa deles e sentamo-nos numa mesa. Pedimos as bebidas.
Bill apenas bebe coca-cola por causa da operação, não queria começar a abusar com as bebidas alcoólicas. Tom e Georg pedem Vodka preta, Gustav uma cerveja e eu um Safari cola.
Bebemos, conversámos, rimos. Somos todos grandes amigos e isso nota-se quando estamos juntos. As músicas que passam dão vontade de dançar, e eu sou viciada em dança. Pergunto se alguém quer dançar, apenas Tom aceita.
Vou com ele para a pista de dança. Dançamos os dois.

- Tu danças bem miúda. – diz-me enquanto dança.

- Tu também danças bem, mas não me chames miúda. – respondo-lhe rindo-me. Olho para a mesa, reparo que Bill nos observa atentamente e que se encontra agora sozinho na mesa. Gustav e Georg já lá não estão. – O teu irmão está a olhar para nós. Está sozinho. Se calhar quer companhia.

- Pois quer. Mas não quer a nossa companhia. – diz-me sorrindo. Olho para ele sem perceber. – Ele quer a tua companhia. Vai até lá. Eu arranjo par para dançar.

Afasta-se de mim e vai procurar a sua presa desta noite. Caminho em direcção à mesa onde Bill continua a observar-me até eu chegar à sua beira e me sentar ao seu lado.

- Danças bem. – diz-me quando acabo de me sentar. Dou um gole na minha bebida.

- Podias vir dançar comigo. – faço olhar de cachorrinho.

- Eu não sei dançar. Vou fazer figuras tristes.

- Não vais nada. – puxo-o pela mão para a posta de dança. – Sente a música.

Agarro-me no seu pescoço e ele põe as mãos na minha cintura. Começa a sentir a música, é uma música sensual e eu começo a ser mais provocadora com ele. Ele não se faz rogado e deixa-se levar pelos meus movimentos junto do seu corpo.
Dançamos ambos sensualmente, ele aprende depressa. De repente agarra-me com força pela cintura colando o meu corpo ao seu.
Estamos próximos, muito próximos. Sinto o seu cheiro, a sua respiração ofegante, o seu coração descompassado.
Olhamo-nos nos olhos durante cerca de dois segundos.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

É Segredo... (22º Capitulo)



22º Capitulo

- Não sei. – respondo-lhe, baixando o olhar. Sinto que ambos me observam. – Preciso de ponderar o que fazer à minha vida. A verdade é que tudo o que tenho em Portugal posso ter aqui. Mas é complicado mudar tudo o que tenho lá para aqui. Tenho a minha madrinha, a universidade, a casa, os meus amigos,… Não sei.

Tom diz qualquer coisa a Bill em alemão e levantando-se sai do quarto deixando-me sozinha com Bill. Este levanta-se e dá uma volta ao quarto mexendo aqui e ali sem fazer nada de realmente importante. Alguns segundos depois senta-se no chão à minha frente e pega nas minhas mãos.

- Tu tens sido uma grande amiga e não me arrependo nem por um minuto de te ter pedido para vires comigo. E é por isso que sei que gostava que ficasses aqui, comigo… connosco – emenda, logo de seguida – Comigo e com o Tom. – conclui.

- Eu vou ser sincera contigo Bill. – digo-lhe olhando-o nos olhos, o seu olhar faz-me arrepiar – Eu telefonei para a minha universidade em Portugal a perguntar quais as possibilidades de me mudar para uma universidade aqui neste momento. Eles disseram que ainda o posso fazer. Mas se quero acabar a licenciatura ainda este ano tenho de fazer as cadeiras todas por exame final. O que neste momento não me preocupa. – ele olha-me com esperança – Eu sinto-me muito bem aqui, com vocês, vocês fazem-me sentir em casa. Fazem-me sentir bem. Mas para ficar cá, tenho de voltar a Portugal e tratar de tudo.

- Podes ir connosco quando formos para a América, ficas lá, resolves tudo, e depois voltas connosco outra vez. – diz-me, com um grande sorriso. – Depois ficas a viver connosco no nosso apartamento.

- Bill? Posso fazer-te uma pergunta? Prometes que me respondes?

- Diz. Pergunta, eu respondo-te.

- Porque me pediste para vir contigo? – pergunto-lhe olhando-o nos olhos.

- Já me fizeste essa pergunta. E eu já respondi. – diz-me desviando o olhar e levantando-se do chão. – Eu senti que podia confiar em ti. Eu sou impulsivo por natureza. Foi um impulso do qual não me arrependo. – responde já de costas para mim, acaba a frase e sai do quarto.

Fico no quarto a olhar pela janela para o céu.

Bill…

(Na sala)

Tom encontra-se sentado no sofá e vê o seu irmão entrar e dirigir-se para a cozinha. Levanta-se e segue-o.

- Falaste com ela? Disseste a verdade?

- Não consegui. Não tive coragem. – reponde-lhe Bill sentando-se numa cadeira e batendo com os punhos na mesa. – Cobarde… Sou um cobarde.

- Não és nada mano. – conforta-o Tom, dando-lhe uma palmadinha num ombro.

- Sou sim. Encho-me de coragem mas depois, quando olho nos seus olhos verdes, tão lindos, perco a coragem toda. Nunca vou conseguir.

- Uma coisa é certa Bill. Ela não tem nenhum namorado em Portugal e está disposta a mudar a vida para ficar aqui. Contigo. Ela está aqui por ti. Não é por mim, nem por ela, nem por mais ninguém. Ela está aqui e está disposta a ficar aqui, apenas por ti. Já agora, e por falar em ti e na Chris. O Andreas não voltou a dizer nada nem aparecer.

- Pois, esse nem perguntou se eu estava melhor. Que rico amigo que ele me saiu. Mas agora não quero saber disso, Tom. Ela vai ficar. Vai viver connosco. Isso é que me importa agora. – levanta-se e sai da cozinha aos pulinhos.

(No quarto)

Levanto-me do puff e saio do quarto, desço as escadas à procura dos gémeos. Quando desço o último degrau um Bill aos saltinhos passa na minha frente. Olha-me e pára.

- O que estás a festejar? – pergunto-lhe.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

É Segredo... (21º Capitulo)



21º Capitulo

Uma hora depois sinto o seu braço mexer. Ergo a cabeça e olho-o, ele olha-me com um grande sorriso e prepara-se para falar. Tapo-lhe a boca.

- Não podes falar durante 9 dias. Tens de ter paciência. – digo-lhe, sorrindo – Voltei. Estava preocupada contigo, queria estar ao teu lado quando saísses da operação e falei com o Tom. E, agora, aqui estou eu. Estás feliz?

Ele acena com a cabeça e sorri muito. Ergo-me e dou-lhe um beijo na testa, ele volta a sorrir. Volto a sentar-me ao seu lado à espera do regresso de Tom e Simone, que quando regressam vêm também acompanhados de Georg e Gustav.
Todos fazem uma grande festa a Bill, que se encontra visivelmente contente por os ter a todos ali.

Passam-se três semanas.
Bill teve de escrever sempre que queria comunicar com alguém, dormi no quarto dele todos estes dias. Já perdi várias semanas de aulas. Tomei uma decisão que provavelmente vai mudar a minha vida toda. Não sei se será a decisão correcta mas desde o dia na capela da clínica com Tom, que penso em ficar aqui, com eles. Bill faz-me falta. Já não imagino a minha vida sem a sua presença.

Vou mudar toda a minha vida por ti…
Pelo teu amor… Por te amar…
Por te amar sem saber se me amas…

Ainda não lhes disse nada. Eles não sabem da minha decisão, mas já ando a telefonar para a universidade a pedir transferência para uma universidade alemã. Tenho muita coisa para tratar. Tenho de falar com a minha madrinha. Se decidir realmente vir para cá, é para sempre. E por isso tenho de vender a casa em Portugal. Mudar as minhas coisas para cá e despedir-me dos meus amigos.
Talvez esta seja uma decisão precipitada demais, talvez não devesse fazer isto. Eles não me dizem porque me chamaram naquele dia em Portugal. Quando pergunto a Tom porque me pediu para ir no autocarro com eles, ele sorri e olha para Bill, não me respondendo. Quando pergunto a Bill porque me pediu para vir com ele para a Alemanha com ele, apenas me diz que sentiu confiança em mim.
As suas respostas não me satisfazem. Apesar de me sentir bem com eles e de já os adorar antes de os conhecer pessoalmente, gostava que me dissessem a verdade, a verdade sobre o estar aqui com eles. Gostava que Bill me dissesse porque me pediu para vir com ele.
Por vezes sinto o seu olhar a observar-me de noite através da luz da lua que entra pela janela. Ouço-o murmurar qualquer coisa baixinho, mas não percebo o que diz. Quando me sente mexer vira-se para o outro lado para eu não perceber que me observa.
Eles já me mostraram a vila toda, Leipzig, Berlim, tudo. Já me sinto como se estivesse em casa, até já sei dizer algumas coisas em alemão. Falta tomar a minha grande decisão. E falar com os meus amigos em Portugal, que me telefonam constantemente a perguntar como estou e onde estou. Não lhes disse, não quero que saibam onde estou, para não fazerem perguntas às quais não quero ter de responder.

Estou sentada no puff junto à janela no quarto de Bill, ele e Tom saíram no Cadillac. Não me disseram onde iam, apenas que tinham de tratar de assuntos. Ouço a porta de casa abrir, devem ser eles.
Ouço a porta do quarto abrir-se, olho para trás e vejo um Bill sorridente aproximar-se de mim e dar-me um beijo na testa, Tom, que entra a seguir a ele, repete o gesto do irmão e ambos se sentam na beira da cama.

- Estivemos a falar com o David. Vamos começar a preparar-nos para retomar a tour. – diz Tom alegremente – A primeira paragem vão ser os Estados Unidos.

- Fico feliz por vocês. – respondo-lhe sorrindo.

- Vais voltar para casa? – pergunta-me Bill, não sorri, olha-me tristemente e espera uma resposta.

Tenho de decidir…
É agora ou nunca…Qualquer decisão que tome pode alterar toda a minha vida.
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Obrigado pelos vossos comentários!
Amanhã não haverá capitulo...
A net não queria que postasse o capitulo...Desculpem...
Küss***
Chris

É Segredo... (20º Capitulo)


20º Capitulo

Faço a viagem praticamente toda a dormir. Chego ao aeroporto em Berlim e tenho um muito disfarçado Tom à minha espera com um grande sorriso. Quando me aproximo abraça-me e dá-me um grande beijo na cara.

- Obrigado por teres vindo.

- Não tens de agradecer. Já não aguentava estar longe de vocês. – digo-lhe, retribuindo o beijo.

Vamos para o carro, Tom ajuda-ma a carregar as malas e guia-nos até à clínica onde Bill se encontra neste momento a ser operado. Uma viagem de cerca de meia hora até lá. Deixo as minhas malas no carro. E subimos para a clínica.
Simone espera ansiosamente sentada numa cadeira na sala de espera. Quando me vê levanta-se e abraça-me dando-me as boas vindas.
Sentámo-nos os três continuando naquela espera desesperante por uma notícia do estado de Bill. Todos calados, cada um pensando com os seus botões.

- Tom? Há alguma capela aqui na clínica? – pergunto-lhe baixinho.

- Sim. Ao fundo daquele corredor. – responde-me apontando-me o corredor.

Levanto-me e dirijo-me para a capela, ajoelho-me num dos bancos e rezo. Poucos minutos depois alguém me toca no ombro e sinto a pessoa ajoelhar-se ao meu lado. Olho e é Tom.

- Ensinas-me a rezar?

- Não é preciso ensinar-te. Está dentro de ti. Basta teres fé que Deus atende as tuas preces.

Ele olha para o altar e juntos e em silêncio ambos rezamos para que Bill melhore. Acabo de rezar e sento-me no banco atrás de mim, quando olho para Tom reparo que este chora, gordas lágrimas correm pela sua face. Ponho a mão no seu ombro.
Ele olha-me e abraça-me.

- Obrigado por tudo. Tens sido uma boa amiga. – diz-me. Depois larga-me e limpa as lágrimas – Eu e o Bill gostaríamos muito se viesses morar para aqui. Connosco.

- Eu não posso viver eternamente em vossa casa. Estou a dar trabalho à vossa mãe.

- Nós temos um apartamento. É para lá que vamos quando o Bill estiver recuperado. Tu podias viver lá, connosco. Temos um quarto a mais.

- Não sei Tom. Eu tenho as aulas e o trabalho. É complicado mudar a minha vida toda agora. – respondo-lhe, baixando o olhar.

- Tens tempo para pensar. Mas davas uma grande alegria ao Bill. – termina a frase e levanta-se saindo da capela, sem me dar oportunidade de dizer nada.

Fico mais um pouco na capela a olhar o altar e a pensar no que fazer à minha vida. Deixei tudo para trás para vir ter com eles. E quando penso a sério no assunto, realmente não tenho nada que realmente me prenda a Portugal. Tudo o que tenho lá, posso construir aqui também.

Os meus amigos, Lisete, Andreia, Cátia Vanessa, Tiago, Natália.
Será que vocês aprovariam a minha decisão?

Acordo dos meus pensamentos e levanto-me voltando para a sala de espera onde Tom se encontra agora sentado ao lado da mãe. Sento-me ao seu lado e juntos esperamos por uma notícia.
Cerca de meia hora depois aparece o médico, vem sorridente e bem-disposto o que nos anima. Tom traduz-me que ele diz que a operação foi um sucesso e que Bill se encontra no quarto a dormir, devido à anestesia.
Simone é a primeira a ir ao quarto ver como está o seu filho. Sai de lá com um sorriso na cara, apesar de ele estar a dormir ela sente-se feliz por a operação ter corrido bem. Bill agora terá de estar 9 dias sem dizer nada.

Será uma tortura para ele.
Agora é que o quadro do Tom lhe vai fazer jeito.

Tom é o seguinte a ir ver Bill, em primeiro lugar a família. Eu fico para último.
Entro no quarto e sento-me numa cadeira junto da cama. Tom disse-me para ficar no quarto até ele e a mãe voltarem. Vão a casa buscar algumas coisas para Bill.
Dou-lhe um beijo na testa, e pego-lhe na mão sentando-me a olhá-lo.

És tão bonito assim a dormir.

Deitado naquela cama está um Bill diferente da estrela que se apresenta em palco, está um Bill sereno, sem as extravagâncias da maquilhagem preta e das roupas. Dorme profundamente, parece que nunca mais vai acordar.
Deito a cabeça sobre o seu braço, não largando a sua mão. E fico ali à espera de um sinal seu.

Como será que vais reagir quando souberes que aqui estou?
Quando souberes que voltei por ti?
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Estou de volta!!!
Novo capitulo às 21.30h!!!
Küss***

quinta-feira, 24 de julho de 2008

É Segredo... (19º Capitulo)


19º Capitulo

Ligo para Tom. Ele atende do outro lado e com uma voz expectante pergunta, logo ao atender:

- Mudaste de ideias? Vens?

- Amanhã. Vou ligar para o aeroporto para fazer a reserva. Depois ligo-te a dizer a hora. Vias buscar-me ao aeroporto?

- Claro! Até amanha! Beijinhos. Obrigado!

- Tom, não digas ao Bill que vou para aí. É surpresa. Até amanha. Beijo.

Vou para o quarto, pego nas minhas malas e arrumo lá a minha roupa. Vou perder aulas mas não faz mal. Depois compenso. Só me faltam quatro cadeiras para acabar o curso. Depois resolvo tudo.
Pego no telemóvel novamente e ligo par o aeroporto, tenho voo no dia seguinte às 17 horas.
De seguida telefono a Carlos a dizer que vou para fora e não sei quando volto e depois ligo aos pais de alguns meninos a quem dou explicações e aulas de dança a dizer que quando voltar a trabalhar aviso. Depois ligo a uma amiga, Nat, a dizer que vou faltar às aulas, não lhe digo para onde vou, apenas lhe digo que não posso ir às aulas.
Por fim faço uma última chamada.

- Olá. Sérgio?

- Sim princesa? Decidiste aceitar a minha proposta?

- Sim. Encontra-me amanhã aqui em casa às 16h.

- Claro princesa. Mas não queres que vá aí agora?

­- Agora vou ter de sair. Até amanha.

Desligo a chamada. E ligo para Tom para combinar para ele me ir buscar ao aeroporto.

No dia seguinte saio de casa às 14horas para ir para o aeroporto, chego lá faço o check in e sento-me na sala de espera à espera da hora de embarcar. O meu telemóvel toca. Olho para o visor e vejo que é Lisete.
Lisete é irmã de Sérgio, o meu ex, mas apesar de nós já não namorarmos eu e ela continuamos muito amigas, quase irmãs. Atendo.

- Oi Lisete.

- Oi Chris. O meu irmão teve um acidente de carro. Ele morreu Chris.

- O Sérgio morreu?

- Sim! Saí agora da morgue do hospital. Ele saiu de casa a dizer que ia ter contigo, que já estava tudo bem entre vocês.

- Tu sabes que eu nunca voltaria a andar com ele. Eu e ele não dava mais. E eu neste momento estou no aeroporto. Já estou aqui à mais de uma hora. Vou embarcar para fora. Desculpa não poder ir aí. Quando voltar vou ter contigo.

- Mas para onde vais?

- Desculpa-me. Não te posso dizer. Tenho de ir. Estão a chamar para o meu voo. Adeus. Beijo.

- Adeus. Boa viagem. Beijo.

Desligo a chamada, guardo o telemóvel na carteira e levanto-me do meu lugar. Dirijo-me para a porta de embarque.

Adeus, Sérgio…
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Meus amores...
Este fim-de-semana não vou estar em casa, e para onde vou não tenho net...
Assim sendo, o próximo capitulo só será colocado na próxima 2ª feira. E colocarei 2 para vos compensar.
Desculpem.
Küss***

É Segredo... (18º Capitulo)


18º Capitulo

A semana passa devagar, na segunda-feira Bill vai ser operado. Já não me telefona, agora quem me telefona é Tom e fala pelos dois. Bill não consegue falar.
Passo os dias em aulas, mas passo o tempo todo das aulas a olhar para o telemóvel para onde Tom e Bill estão constantemente a enviar fotos e vídeos seus, dos seus dias sozinhos em casa.

Sinto muito a vossa falta…

É domingo, dou aula de dança de manhã. No fim da aula sento-me no chão no meio daquela sala com as paredes cobertas de espelhos. Vejo o meu reflexo em todos eles. Vejo um reflexo que me diz para voltar para a Alemanha. Que me diz que não tenho nada que me prenda em Portugal.
O telemóvel toca, é Tom.

- Olá Tom! – digo-lhe ao atender.

- Oi. Quero pedir-te uma coisa.

- Diz…

- Volta! O Bill anda insuportável desde que foste embora. Passa o dia fechado no quarto com aquele caderno que não deixa ninguém ver o que é.

- Mas ele parece-me bem quando estamos a falar no telemóvel ou na internet.

- São os únicos momentos em que noto que ele está feliz. A tua presença aqui fazia-lhe bem. Volta, por favor!

- Desculpa, Tom. Não posso. Tenho o meu trabalho, as aulas. Não posso ir embora agora.

- Está bem. Desculpa estar a chatear-te com isto. Beijinhos. Xau.

- Beijo. Xau Tom.

Desligo a chamada e deito-me no chão. Olho para o tecto, também ele coberto por um grande espelho.

Não me olhes assim.
Não posso largar tudo de repente, por pessoas que mal conheço.
Quando ele voltar à sua vida normal nem se vai lembrar de mim.


Levanto-me e arrumo as minhas coisas. Apanho o autocarro para casa, mas quase deixo passar a minha paragem, tão distraída que vou nos meus pensamentos.
Penso em Bill, nos dias na Alemanha com ele e Tom. Penso na sua operação, amanha.
Entro em casa absorta nos meus pensamentos e calco uma carta. Tinha sido colocada por baixo da porta. Um envelope grande e selado. Sem remetente.
Abro o envelope, dentro está uma fotografia bastante nítida, minha e do Bill no aeroporto. Por trás está escrito:
Eu disse-te que tinha a certeza que eras tu. Volta para mim ou a fotografia vai parar à imprensa.

Sento-me no sofá, a pensar. Não sei o que fazer. Se a notícia for para os jornais estrago a minha vida e a do Bill.

Não posso continuar assim.
Tenho de mudar a minha vida.
O meu destino sou eu que o faço.

Deito-me no sofá e acabo por adormecer.

Um Seat Ibiza preto vai a grande velocidade na auto-estrada. O condutor ri-se com o que tinha acabado de fazer. Põe a música muito alto e canta, festejando o seu recente feito. Acelera ainda mais. O conta quilómetros mede agora 220 km/hora.
Um camião trava de repente na sua frente. A velocidade é muita, os travões não chegam para parar o carro. Bate contra o camião fazendo o carro explodir.


Acordo. Vejo que estou dentro de minha casa, deitada no meu sofá. Tomei uma decisão. Pode não ser a correcta, mas é o que o meu coração me diz neste momento.Pego no telemóvel.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

É Segredo... (17º Capitulo)


17º Capitulo

- Não sabia que trabalhavas aqui.

- Há muita coisa que tu não sabes sobre mim. Agora deixa-me trabalhar. Sai daqui.

O seu nome é Sérgio e traiu-me com uma das minhas melhores amigas, Soraia, ou que pelo menos eu julgava ser uma das minhas melhores amigas.
Descobri a sua traição um mês antes da morte dos meus pais. Já não os via desde essa altura. Agora ele aparece novamente na minha vida.

- Mas existe uma coisa que eu sei sobre ti, e que mais ninguém sabe. – diz-me provocador – E que provavelmente tu não queres que ninguém saiba. – olho-o agora interessada.

- Diz lá o que é que sabes sobre mim?

- Eu sei que tu és a rapariga que aparece naquelas fotos do vocalista duma banda alemã no aeroporto. Eu vi as fotos e sei que és tu. – ele sorri mais do que antes, eu sinto o meu coração cair-me nos pés – Não sabia que agora te davas com gays.

- Tu livra-te de o voltares a insultar. Ele é muito mais homem do que tu.

- Ai é? Já provaste?

- E se tiver provado? Tens alguma coisa a ver com isso? Pelo menos ele nunca trairia a namorada com a sua melhor amiga. – digo-lhe virando-me de costas para ele.

- Estás assanhada hoje. A convivência com gays anda a fazer-te mal.

- Se voltas a insultá-lo, não sei o que te faço. – digo, voltando a virar-me para ele. Agarro numa garrafa de vodka – Por acaso até tenho uma ideia. Se o voltas a insultar, eu juro-te, eu mando com uma garrafa à cabeça. – termino irritada.

Ou por saber que eu era capaz de cumprir a minha promessa ou por não querer escândalos, ele cala-se e vira costas indo sentar-se numa mesa, mas não deixando de me observar.
Continuo o meu trabalho, sirvo os clientes ao balcão e algumas mesas e vou dançando ao som das músicas que Melquim, Milú para os amigos, vai passando.
Faço-lhe um sinal com os braços, ele percebe o que pergunto e como resposta encolhe os ombros.

- Estou aqui! – diz uma voz atrás de mim, pregando-me um susto que me faz saltar e entornar um pouco da bebida que estava a servir.

- Que susto, Paulo. Ia morrendo do coração.

- Eu vi-te perguntar ao Milú por mim. Já agora, tu agora andas a ameaçar clientes com garrafas de vodka?

- Foi um caso isolado. Não te preocupes. Ele merece. – olho de soslaio para a mesa onde se encontra Sérgio, sozinho, com uma cerveja na mão. – Vamos apresentar a que horas?

- Tu queres apresentar? Como não ensaiaste nada durante a semana, pensei que não querias.

- Eu sei a coreografia. Não te preocupes.

Ele assente e vai ao escritório de Carlos para ver a que horas podemos apresentar. Volta cinco minutos depois dizendo que dentro de uma hora devi estar pronta para apresentar.Sinto saudades de dançar. Quando estou muito tempo sem dançar começo a ficar deprimida. É uma forma de esquecer os meus problemas, de limpar a minha mente e a minha alma. Posso dizer que a dança é a minha droga, sou viciada na dança, faz-me sentir abstraída de tudo à minha volta. É bom voltar a dançar, já não danço há duas semanas.
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Obrigado pelos comentários meus amores!!!
Vocês deixam-me emocionada.
Se gostam da minha fic passem pelo blog principal e leiam as minhas one shots e comentem.
Espero que gostem tanto delas como da minha fic.
Küss***
Chris

terça-feira, 22 de julho de 2008

É Segredo... (16º Capitulo)


16º Capitulo

Não me posso apaixonar por ele, ele é uma estrela, mundialmente conhecido. É famoso. Poria a minha vida toda a descoberto. E não o posso fazer.
Volto para casa, a minha casa vazia, sem ninguém à minha espera.

Chego a Portugal e vou directa para casa de táxi. Peço ao taxista que espere um pouco à porta enquanto pouso as malas. Preciso de ir ao bar.

O Carlos vai matar-me.

Chego ao bar, cumprimento o porteiro e entro, junto ao balcão está Melquim. Olha para mim e abre um grande sorriso, abraçando-me de seguida.

- Que te aconteceu? Liguei-te centenas de vezes nestes últimos dias. O teu telemóvel dava sempre fora de área. – diz-me preocupado.

- Estive fora do país e esqueci-me de activar o roaming. Desculpa. – digo-lhe, fazendo olhar de cachorrinho.

- Não tens de me pedir desculpa. O Carlos é que está uma fera contigo. Quando ele te apanhar, prepara-te. – avisa-me – Tenho de ir ver se está tudo bem com o som. Até já!

Vai para junto da mesa de mistura. Melquim é o DJ do bar, foram ele e o seu irmão Paulo que me arranjaram o trabalho aqui. É com Paulo que faço coreografias de hip hop algumas vezes. São grandes amigos meus e apoiaram-me muito quando os meus pais faleceram. Falaram com Carlos, o meu patrão, para me dar emprego aqui. Agora desiludi Carlos, faltei duas noites sem avisar.
Carlos sai do escritório e encara-me. Engulo em seco, preparo-me para ser despedida.

- O que te aconteceu? Estava preocupado contigo. Desapareceste sem dizer nada.

- Desculpa. Tive de sair do país de urgência. Uns problemas familiares, e não tive tempo de avisar ninguém. Esqueci-me de activar o roaming. – minto-lhe.

- Não faz mal. Mas vê se para a próxima avisas. Estávamos todos preocupados. – dá-me um beijo na testa e segue o seu caminho.

Vou à casa de banho e arranjo-me para começar a trabalhar, quando me preparo para sair da casa de banho o meu telemóvel toca. Olho para o visor. Bill…

- Olá Bill!

- Olá. Então, chegaste bem? Estava a ficar preocupado. Ainda não tinhas dito nada. Decidi ligar.

- Cheguei bem. Estava agora a preparar-me para começar a trabalhar.

- Então vou desligar. Vai trabalhar. Amanha de manhã ligo-te. A que horas sais do trabalho?

- Saio às três da manhã. Vou então. Dorme bem Bill. Deseja boa noite ao Tom. Beijo.

- Bom trabalho. Até amanha. Beijos.

Desligo o telemóvel. A voz de Bill continua fraca, está a deixar de falar completamente. Noto o esforço que faz para falar comigo no telemóvel.
Saio da casa de banho e esbarro-me contra alguém.

Isto só pode ser um pesadelo…

Na minha frente e a olhar-me com um sorriso provocador na cara está o meu ex-namorado. O ex-namorado que me traiu com uma das minhas melhores amigas. Olho-o com desdém e sigo o meu caminho.
Ele segue-me até ao balcão.
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Muito obrigado pelos vossos comentários...
Adoro-vos...Vocês são umas queridas!!!
Küss***
Chris

É Segredo... (15º Capitulo)


15º Capitulo

“Durante estes dias, nunca pensaste em começar uma vida nova aqui?”

Era esta a mensagem escrita no seu quadro, ou melhor, a pergunta que me fazia. Olho nos seus olhos e vejo que falava a sério.

- Não posso dizer que nunca pensei nisso. – digo-lhe – Mas é muito complicado. Tenho a minha vida toda lá.

- O que tens lá, podes ter aqui também.

- Esquece Bill. Isso está fora de questão. – digo-lhe terminando a conversa.

Com ar amuado ele apaga a mensagem do quadro e volta a pegar no caderno. Continua a escrever mas não revela o que escreve.

Passa os dias seguintes a escrever no caderno. Acho que escreve músicas, pois escreve e apaga centenas de vezes, mas ele prefere não revelar o conteúdo daquele caderno.
Depressa chega domingo, é dia de Páscoa, mas tenho de voltar a Portugal. Bastante disfarçados Bill e Tom acompanham-me até ao aeroporto.
Tínhamos criado uma bonita amizade e prometemos telefonar-nos todos os dias. Eu queria saber o estado de Bill. Vai ser difícil não voltar a vê-lo, agora que me começava a habituar à sua presença na minha vida. À sua presença e à de Tom, que se tornaram como uns irmãos para mim. Mas é chegada a hora de voltar para Portugal, a minha terra, a minha casa, o meu lar, …

- Espero voltar a ver-vos meninos. Adeus. Adorei estar convosco. – digo-lhes – Põe-te bom Bill! – acrescento dando-lhe dois beijinho na cara.

- Vou tentar. – diz-me tristemente.

- Adeus Tom. – dou-lhe dois beijinhos na cara e afasto-me.

Sou agarrada por trás, quando me viro tenho Bill e a poucos centímetros de mim, olha-me nos olhos e abraça-me.

- Vou sentir muito a tua falta… - diz-me junto da minha orelha.

- Também vou sentir a tua falta, Bill. Mas tenho de ir. – agora ambos chorávamos. A despedida estava a ser mais dolorosa do que esperava.

Largámo-nos e sigo o meu caminho para o avião. Uma longa viagem, sozinha, naquele avião me espera. O meu lugar é junto da janela, sento-me e aproveito para pensar olhando para as nuvens.

Desculpa Bill.
Também queria ficar aí. Contigo…
Será que me estou a apaixonar?
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Muito obrigado pelos vossos comentários.
Continuem a comentar e convidem as vossas amigas para ler.
Küss***
Chris

segunda-feira, 21 de julho de 2008

É Segredo... (14º Capitulo)


14º Capitulo

A meio da discussão algo me chama a atenção. Paro no meio das escadas.

Eles disseram o meu nome.
Afinal o que se passa ali?

Desço os poucos degraus que me faltam a tempo de entrar na sala e ver Bill dar um murro a Andreas no exacto momento em que se aproxima dele.
Não diz nada, não se explica, não tenta gritar. Apenas lhe dá um murro e lhe aponta a porta de casa. Andreas percebe a mensagem e sai sem dizer nada. Bill olha para mim e sobe a correr as escadas de volta ao quarto. Preparo-me para subir atrás dele mas Tom agarra-me.

- Espera. Deixa-o acalmar um bocadinho. O que aconteceu entre ti e o Andreas? – pergunta-me.

- Ele insinuou que eu estava aqui para me aproveitar do Bill. Eu apenas lhe expliquei que não sou esse tipo de rapariga. E que se ele tinha essa opinião sobre mim que a escondesse de Bill porque neste momento ele não precisa desse tipo de problemas. – digo-lhe. Ele ouve-me com atenção.

- Pois. Para não dizer nada ao Bill decidiu dizer-me a mim. Era por isso que estávamos a discutir. Ele estava a insultar-te. E eu não gostei. E pelos vistos o Bill ouviu a conversa e gostou ainda menos que eu. – diz olhando para o tecto e sentando-se – Espero que o Andreas ponha a cabeça no sitio e venha pedir desculpa pelo que disse.

Estava desiludido com Andreas, dava para ver na sua cara. Deixo-o ficar sentado no sofá da sala a pensar e subo até ao quarto de Bill.
Entro, Bill esta sentado no puff de costas para a porta, aproximo-me dele por trás. Abraço-o e digo-lhe obrigado baixinho junto da sua orelha.

- Não estou orgulhoso do que fiz. Mas ele estava a merecer. – diz sempre a olhar para a janela – Eu ouvi a vossa conversa ontem. Mas não dei importância, porque tu respondeste-lhe à altura. Mas não pensei que ele agora fosse falar mal de ti ao Tom. O Andreas desiludiu-me. – conclui tristemente.

- Aquilo passa-lhe Bill. Vais ver. – conforto-o.

- Chris? Quando vais embora?

- Tenho de ir no fim da semana. No máximo no domingo tenho de voltar para Portugal. Tenho aulas. – digo-lhe enquanto me sento no chão à sua frente.

- Tão rápido. Pensei que ficasses mais tempo.

- A minha vida não é aqui Bill. Tenho a minha vida à minha espera em Portugal. As aulas, os meus outros amigos e os meus trabalhos. E se ficar até domingo já vou perder três dias de trabalho.

- Está bem. – diz-me com ar triste, dando por encerrado o assunto.

Fica alguns minutos a olhar para a janela, a ver as nuvens no céu lá fora. Não diz nada. Tem o quadro em cima das pernas e o giz na mão. De vez em quando escreve alguma coisa no quadro, mas apaga logo de seguida. Depois volta a escrever, mas desta vez não apaga, limita-se a olhar para o que escreveu durante alguns minutos.
Pousa o quadro virado para baixo no chão e levanta-se, vai à secretária e pega num pequeno caderno de capa preta. Volta a sentar, desta vez com o quadro, o caderno e um lápis. Começa a escrever no caderno. Tento espreitar mas ele não deixa.

O que será que estás a fazer?
A escrever alguma música?


Pousa o caderno no chão e volta a pegar no quadro. Reescreve o que lá tem e depois volta o quadro para mim.
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Aqui fica o capitulo 14.
Muito obrigado pelos vossos comentários.
Amanhã coloco o capitulo 15!
Küss***
Chris

É Segredo... (13º Capitulo)


13º Capitulo

- Eu sonho com a morte dos meus pais. – digo-lhe sem olhar para ele.

- Sinto muito… - diz-me com uma voz que fazia notar que realmente tinha ficado triste - Já desconfiava que não tinha pais, mas apenas pensei que talvez não te desses com eles. Como vieste comigo sem avisar ninguém. Mas sonhas com a morte deles como? Estavas lá?

Não lhe posso contar…
Ninguém pode saber…
É o meu segredo…

- Não estava, mas houve algumas testemunhas e contaram-me como tudo aconteceu. Então sonho com isso. Pode não ser o que realmente aconteceu, mas é a imagem que tenho do sucedido. – minto-lhe, tenho de mentir.

Acabámos por ficar a conversar durante horas, não damos pelo tempo passar até que ouvimos a porta de casa abrir-se. Olho para o relógio, três e meia da manhã.

- Deve ser o Tom a chegar. – digo-lhe – Não precisamos de descer. Ele de certeza que te vem acordar. – completo rindo-me.

Acabo de pronunciar tais palavras e a porta do quarto abre-se.

- BILL!!!

Tom entra no quarto gritando o nome do irmão e segurando um embrulho na mão. Ao verificar que estamos acordados fica desiludido, pensava que nos ia pregar um susto ao acordar-nos a meio da noite. Cumprimenta-nos e entrega o embrulho a Bill.
Este abre-o sem demora e verifica o quão original é o presente do seu gémeo. Um quadro de ardósia, pequeno e com o giz, para Bill poder escrever em vez de falar.

- É para descansares a voz, maninho. – diz a Bill rindo-se e fazendo-nos rir a todos.

Aquela algazarra toda acaba por acordar Simone e Gordon que vêm dar as boas vindas a Tom. Riem-se com a originalidade do presente de Tom e mandam-nos dormir, porque já é tarde.
Tom vai até ao seu quarto e veste um pijama, mas um minuto depois entra novamente no quarto de Bill, fechando a porta atrás de si para os pais não nos ouvirem. Senta-se no colchão ao meu lado puxando um bocado do lençol para si e ficamos a conversar toda a noite. Bill aproveita agora para estrear a prenda do irmão e descansar a sua voz e, em vez de falar, escreve no quadro tudo aquilo que quer dizer.

No dia seguinte de manhã Tom volta par o seu quarto para que a mão não perceba que afinal não dormimos nada. Dormimos o resto da manhã, o sono era muito devido à noitada. Simone e Gordon não vêem que dormimos até tarde, pois saem cedo para trabalhar.
Acordo e verificando que os gémeos ainda dormem arranjo-me e vou para a cozinha preparar-lhes o pequeno-almoço.

Eles merecem…

Preparo o pequeno-almoço e vou acordá-los, que a muito custo lá decidem levantar-se e vir comer. Quando chegam à cozinha o seu ar de sono desvanece-se ao olharem para a mesa. Tinha-lhes feito panquecas, sumo de laranja, torradas e leite, E havia vários doces em cima da mesa que Simone havia deixado lá com um bilhete a dizer que eram para o nosso pequeno-almoço.
Sentámo-nos e comemos mas, subitamente, somos interrompidos pela campainha. Tom levanta-se e vai até ao intercomunicador para perguntar quem é. Um segundo depois carrega no botão para abrir a porta. E grita para a cozinha:

- É o Andreas!

Ao ouvir aquele anúncio, Bill sorri.

Não me faltava mais nada…
Se me chateias hoje, levas um murro…


Andreas entra na cozinha acompanhado de Tom, vem sorridente, mas ao olhar-me a seu sorriso desvanece-se. Apenas ma diz um “olá” de longe e dedica-se a falar com os gémeos em alemão.
Levanto-me da mesa e começo a arrumar a cozinha. Quando acabo subo as escadas e vou para o quarto de Bill, sento-me no puff com o MP3 nos ouvidos. Minutos depois Bill entra no quarto.

- Não estás a conversar com o Andreas?

- Ele disse que precisava de falar com o Tom.

Senta-se na ponta da cama a ouvir as músicas que tenho no MP3. Mas algo distrai a sua atenção. No quarto começam a ouvir-se berros vindos do andar de baixo. Bill fica atento ao que dizem, indo abrir mais a porta do quarto para poder ouvir melhor.
A sua expressão fica pesada de repente. E, sem dizer nada, sai a correr do quarto. Levanto-me e corro atrás dele. Apesar de não perceber o que se passava entre Tom e Andreas, sei que não é bom. Bill parece zangado, furioso.
Corre pelas escadas abaixo até à sala, corro atrás dele chamando-o, mas ele não liga aos meus chamamentos. Está completamente concentrado na discussão que vem da sala.

O que vais fazer Bill?
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Obrigado pelos comentários.
Logo à noite capitulo 14...
Küss***
Chris

domingo, 20 de julho de 2008

É Segredo... (12º Capitulo)


12º Capitulo

Observo-o durante alguns segundos pensando na resposta.

- Não sei. – respondo com sinceridade – Eu sou vossa fã, e sempre foste o meu favorito. Conhecer-te foi a realização de um sonho que eu achava que nunca se ia concretizar. Mas agora não estou aqui como tua fã. Estou como tua amiga, como uma pessoa que se preocupa contigo.

- Obrigado. Eu gostei de ti logo quando te vi pela janela do tourbus. Quando estavas a falar com o David. – diz-me, olhando agora para o tecto – Acho que foi por isso que o Tom te chamou. Pareceste-me diferente do resto das fãs. Eu comentei isso com ele. Não me parecias tão nova como a maioria das nossas fãs.

- E não sou. – digo-lhe sorrindo. Ele volta a olhar para mim.

- Que idade tens? Tens 18 como eu?

- Bill, eu tenho 20 anos. Sou mais velha que tu dois anos.

- Oh! – exclama olhando-me e parecendo desapontado.

Depressa o seu ar desapontado desaparece pois ao ligar a televisão está a dar Prison Break, a sua série favorita. Primeira vez que vejo um episódio completo, gostei, nunca tinha visto até ao fim nenhum episódio.
Simone vem ao quarto trazer as coisas para eu dormir à noite, anda triste desde a notícia do quisto nas cordas vocais de Bill. Anda com um ar preocupado mas tenta disfarçá-lo para dar apoio a Bill. Volta a sair do quarto e passados 10 minutos, já a série tinha acabado, chama-nos para almoçar. Bill reclama dizendo que não tem fome, mas acabo por convencê-lo de que tem de se alimentar.
As suas frases resumem-se agora ao mínimo indispensável, apenas fala quando é mesmo necessário. A sua voz está cada vez mais fraca, a desaparecer mesmo. Ele fica triste quando tenta falar e não lhe sai som nenhum. Fica desapontado e revoltado. Atira com as almofadas, que tem sobre a cama, contra as paredes deixando-as todas espalhadas pelo quarto, e voltando a apanhá-las e pô-las em cima da cama um minuto depois.
Observo-o, sentada no puff. Mexe-se muito, não pára quieto mais de 5 – 10 minutos. Caminha pelo quarto de um lado para outro sem estar a fazer nada de especial. Ora levanta-se e vai mudar uma caneta de um lado da secretária para o outro, ora muda uma fotografia de posição, ora ajeita uma almofada, ora decide organizar os seus organizados DVD’s.

É já noite quando, finalmente, sossega. Deita-se em cima da cama e olha para o tecto. Pensa. Não revela os seus pensamentos, mas vejo na sua cara que pensa na operação, pensa na possibilidade de não poder voltar a cantar.

Vais voltar a cantar Bill.

Dez horas da noite decide que é melhor dormir que está cansado. Aceito e vou para a casa de banho arranjar, quando chego ao quarto ele já está debaixo dos lençóis.

- É verdade que dormes só de boxers? – pergunto-lhe, rindo enquanto me deito na cama improvisada.

- Sim. Porquê? Queres ver? – responde-me, com um sorriso maroto que eu ainda não lhe tinha visto desde que o conheci.

- Não é preciso. Eu acredito na tua palavra. – rio-me e puxo os lençóis para cima.

Ele apaga a luz e ficamos os dois no escuro. Nenhum de nós fala. Apenas se ouvem as nossas respirações no quarto e, ocasionalmente, o som de um carro a passar na rua.

O sonho…
Vou ter aquele maldito pesadelo outra vez…

- Bill? – chamo-o no escuro.

- Sim.

- Se eu gritar, não te preocupes. Não precisas de acender a luz nem nada. Continua a dormir e faz de conta que não aconteceu nada. Está bem?

Ele acende a luz e debruça-se na cama olhando para mim.

- Afinal por que é que gritas de noite? Se me estás a dizer isso é porque ontem não foi a primeira vez… Contas-me?
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Obrigado a quem comenta a minha fic.
Adoro-vos.
Espero receber muitos comentários a este capitulo porque estive o dia todo fora e só cheguei agora e vim aqui de propósito para vos dar este capitulo.
E para além disso hoje estou muito triste porque o meu gatinho com apenas 15 dias e que se chamava Bill morreu :(
Küss***
Chris

sábado, 19 de julho de 2008

É Segredo... (10º e 11º Capitulos)


10º Capitulo

Vinha apenas de toalha à cintura, quando entra no quarto e me vê fica muito vermelho e atrapalhado.

- Eu vou até ao quarto do Tom enquanto te arranjas. Depois chama-me. – digo-lhe, saindo em seguida do quarto.

Entro no quarto de Tom e sento-me em cima da cama.

Gostava de saber por que é que o Tom me mandou entrar no tourbus ontem. Quando ele voltar tenho de lhe perguntar.

Não lhe tinha perguntado isso, não sei o que despoletou tudo isto. Não sei o que fez com que neste momento esteja aqui, em casa dos gémeos Kaulitz, a acompanhar Bill e a dormir no quarto de Tom. Apenas sei que muitas raparigas dariam quase tudo por estar no meu lugar. Ou até, simplesmente, para os conhecer.
Olho para a secretária, tem um computador com internet.

Tenho de saber como ficaram as coisas em Portugal com o cancelamento do concerto.

Dirijo-me à secretária e ligo o computador, vou logo ao fórum onde estou inscrita para saber as novidades. Tenho um choque. Imagens de fãs a chorar, a rasgar os posters e cartazes feitos para eles. Fãs a dizerem que vão devolver o dinheiro dos bilhetes, mesmo depois de o concerto ser reagendado para 29 de Junho. Após o choque inicial, um outro tópico chama a minha atenção. “Bill no aeroporto…de saída”. Abro imediatamente o tópico, se estava chocada com o que tinha visto antes, agora quase caio da cadeira. Dentro do tópico estão fotos tiradas a mim e a Bill no aeroporto pelas câmeras dos telemóveis das fãs que lá se encontravam. Tratam-me como a rapariga mistério, que não sabiam se seria portuguesa ou se teria ido com eles para lá. Ninguém do fórum me havia conhecido.

Valha-me isso…
Coitado do Bill. Quando o Tom lhe contar o que aconteceu depois…


Batem à porta do quarto e abrem a porta. É Andreas.

- Vem. O Bill já foi para baixo para falar com a mãe.

- Vais connosco à clínica? – pergunto-lhe, sem sorrisos, para ele o meu sorriso tinha desaparecido.

- Não. Não posso ir. Tenho compromissos agendados. – responde-me, enquanto me observa a desligar o computador.

- Boa viagem! – digo, passando por ele e descendo as escadas ao encontro de Bill.

Quando chego à sala Bill está na entrada da porta da cozinha a falar com a mãe que ia preparando o pequeno-almoço. Digo-lhe bom dia e juntamente com Bill sento-me à mesa. Andreas que havia descido atrás de mim apenas passa pela cozinha distribuindo beijos e abraços de despedida e vai embora.

- Pensei que o Andreas viesse connosco. – diz Simone, enquanto pousa uma caneca de leite quente à frente de Bill e outra à minha frente.

- Ele diz que tem uns compromissos. – responde-lhe Bill, desinteressadamente, com a sua cada vez mais fraca voz.

Tomamos pequeno-almoço em silêncio e preparamos as coisas para ir para a clínica. Bill remexe-se vezes sem conta no banco traseiro do carro onde está sentado ao meu lado. Está nervoso.

Espero que corra tudo bem.

Chegamos à clínica e Bill é imediatamente atendido, sendo levado para dentro a fim de fazer os exames prescritos pelo médico. Duas horas depois, quando eu e Simone já caminhamos de um lado para outro da sala de espera sem notícias, o médico aparece. Vem sério e fala para Simone em alemão. Esta chama-me e seguimos para dentro do consultório.
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11º Capitulo

Sento-me ao lado de Bill que imediatamente agarra a minha mão, o seu nervosismo é evidente. Simone senta-se em frente ao médico que se encontra muito sério, olhando-nos aos três. Fala em alemão, eu não entendo, apenas vou tentando interpretar as expressões faciais de Bill e Simone.
De repente vejo Bill soltar uma lágrima que lhe escorre lentamente pela face até finalmente cair sobre as nossas mãos juntas no seu colo.

- Bill? Estás bem? – pergunto-lhe, baixinho junto do seu ouvido.

- Ele diz que tenho um quisto nas cordas vocais. Vou ter de ser operado. Posso nunca mais voltar a cantar. – começa a chorar mais violentamente, abraçando-se a mim com força. Simone levanta-se e vem abraçar o filho.

Na minha carteira o telemóvel de Bill começa a tocar. Ele tinha-me pedido que o guardasse enquanto fazia os exames. Ao ouvir o seu telemóvel Bill diz-me que se for Tom para ser eu a atender.
Olho para o visor, é Tom, saio do consultório e atendo.

- Olá Tom. É a Chris.

- Olá! O Bill? Por que não foi ele a atender?

- O Bill está no consultório com a tua mãe e o médico. O teu irmão está com um problema.

­- O quê? Fala, por favor.

- Tom, o Bill tem um quisto nas cordas vocais. Vai ter de ser operado. – digo-lhe, tristemente. Do outro lado apenas ouço o silêncio.

- Eu estou a passar em França. Devo chegar aí de madrugada. Obrigado por estares aí, com ele. Tenho de ir. Adeus.

- Adeus Tom.

Desligo a chamada. Tom tinha despachado a conversa, precisava de digerir a notícia. Aquela notícia não arrasou apenas Bill, iria arrasar toda a banda e, provavelmente as fãs, que anseiam pelos seus concertos.
Volto para o consultório. Bill encontra-se agora mais calmo e ouve com atenção as indicações do médico. Promete cumprir tudo à risca e Simone agradece ao médico por tudo saindo em seguida do consultório, atrás de mim e de Bill.

- O que queria o Tom? – pergunta Simone.

- Era para dizer que deve chegar esta madrugada. Estão a passar em França.

- Está bem. Temos de arranjar um sitio para dormires, então. – conclui.

- Ela fica no meu quarto. Já combinamos. Só precisas de arranjar um colchão e roupa de cama. – diz-lhe Bill. Está triste, não sorri, fala muito baixo. Simone olha-o e assente.

Vamos para o carro e dirigimo-nos para casa. Ao chegarmos ao portão de sua casa somos engolidos por um mar de fãs que, entretanto, se havia aglomerado em frente à casa. A sorte é os vidros do carro serem fumados e não se conseguir ver nada para dentro. Simone abre os portões com o comando e ajudada por alguns seguranças que afastam as fãs entra no jardim indo directamente para dentro da garagem, fechando a porta da garagem antes de sairmos do carro.
Ninguém me pode ver aqui. Se me vêem são rios de tinta nas próximas semanas. Tenho de me manter escondida e anónima, não posso chamar a atenção sobre mim. Não quero os jornalistas a investigarem toda a minha vida.

Não podem investigar a minha vida.

Entramos dentro de casa, Bill vai direito para o quarto e deitasse em cima da cama. Sento-me no puff ao lado da cama e observo-o.

- Tenho saudades do Tom. Ainda bem que ele já volta hoje. – diz, tentava evitar o assunto “cirurgia”.

- Sim. A meio da noite deve chegar aqui. Hoje já fico aqui contigo no quarto, mas já sabes…tu na cama e eu no colchão.

- Está bem, como queiras. Posso fazer-te uma pergunta? – diz, olhando para mim.

- Claro. Diz. – respondo-lhe.

- Por que aceitaste deixar tudo e vir comigo?
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Aqui têm dois capitulos em sinal de gratidão pelos vossos lindos comentários.
Adoro-vos!!!!!!!
Küss***
Chris

sexta-feira, 18 de julho de 2008

É Segredo... (9º Capitulo)


9º Capitulo

- TOM??! – ouço chamar atrás de mim.

Olho para trás e tapo-me com a camisola que tenho na mão, há minha frente encontra-se um rapaz alto e magro de cabelo muito loiro que me olha chocado.

- O Tom não está aqui como já deves ter reparado. Ele não está em casa nem sei quando chega. Se quiseres falar com o Bill, ele está no quarto. – digo-lhe com cara de frete. Nesse momento Bill abre a porta do quarto e vendo a cena começa a rir-se. – Se me dão licença. – viro-me de costas para eles e visto a camisola. – Pronto, assim está melhor.

- Mas, mas… Quem é ela? – pergunta o rapaz a Bill.

- Sou a Chris, muito prazer. – digo-lhe, estendendo-lhe a mão que ele aceita – Tu deves ser o Andreas.

- É uma amiga minha Andreas. Deixa-a arranjar-se, anda para aqui. – diz-lhe Bill, chamando-o para o quarto dele. Andreas sai. – Depois vem ter connosco. – diz Bill desta vez falando para mim.

Fecho a porta do quarto e acabo de me arranjar.

Tenho de começar a fechar a porta à chave quando me quero arranjar.

Acabo de me arranjar e bato à porta do quarto de Bill. Andreas abre-me a porta. Olho para dentro do quarto e verifico que este se encontra sozinho.

- O Bill? – pergunto-lhe.

- Foi tomar banho. Entra e senta-te que quero falar contigo. – diz-me apontando para a cadeira em frente da secretária.

- O que queres falar comigo?

- O que estás aqui a fazer? És mais uma das oportunistas fãs dele que se quer aproveitar da sua situação e da sua ingenuidade?

- O quê?! Só podes estar a gozar comigo, certo? Eu estou aqui porque ele me pediu para vir com ele. Vim sem nada comigo. Sem roupa, sem os meus objectos, sem avisar ninguém. Só para lhe dar força neste momento, porque ele me pediu para eu o acompanhar. – digo-lhe tentando parecer calma – Não te venhas armar em paizinho ou em amigo muito preocupado para a minha beira. Poupa-me à cena. Sim?!

Ele olha-me admirado e chocado ao mesmo tempo. Abre a boca e fecha várias vezes, não emitindo qualquer som. Passado alguns segundos, e aparentemente refeito do choque provocado pelas minhas palavras, finalmente fala:

- Tu… És maluca. E muito senhora do seu nariz, pelo que vejo. Espero que o Bill não se arrependa de te meter cá em casa. – diz-me com cara de desdém.

- Não te metas comigo que eu não me meto contigo. Não quero estragar a minha amizade com o Bill, nem quero que estragues a tua. Mantém-te à distância de mim e comporta-te como se gostasses de mim, à frente do Bill pelo menos. Eu farei o mesmo. – digo-lhe com a mesma cara de desdém – Longe dele, podes dizer o que quiseres. Não me interessa. Não quero saber. A tua opinião sobre mim não me tirará o sono.

Mais uma vez ele fica a olhar-me sem me responder. Estava a chocá-lo com a minha maneira de ser. Mas é assim que sou. Vivo a minha vida e ninguém tem nada a ver com ela. É a minha vida e só eu decido sobre ela.
Nesse momento Bill regressa ao quarto.
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Capitulo 10 deve sair amanhã. Senão só no domingo... Mas quase de certeza que sai amanhã à noite.
Muito obrigado pelos vossos comentários.
Küss***

É Segredo... (8º Capitulo)


8º Capitulo

Acordo com o meu próprio grito. Olho em volta, estou no quarto de Tom, o quarto é apenas iluminado pela luz da lua que entra pelas frinchas da janela.
A porta do quarto abre-se e acendem a luz. É Bill, um Bill sem maquilhagem, sem o cabelo espetado, um Bill desgrenhado e completamente normal. Entra a correr no quarto e vem até mim.

- Estás bem? – pergunta-me, pegando na minha mão e ajoelhando-se junto à cama.

- Sim, obrigado Bill. Desculpa ter-te acordado. Foi só um pesadelo. – digo-lhe – Não te preocupes.

- Queres que fique aqui contigo o resto da noite?

- Não é preciso. Vai dormir que tens de descansar.

- Está bem. – dá-me um beijo na testa e sai do quarto, fechando a porta atrás de si.

Olho para o relógio, três da madrugada. Levanto-me da cama e vou até à janela. Observo a lua e as estrelas.
Outra vez o mesmo sonho, o mesmo pesadelo. Todas as noites, sem falta, ele vem. Está traçado no meu destino, este sonho acompanha todas as minhas noites, todos os meus sonos, desde aquele dia. Desde aquele fatídico dia.
Os meus pais no seu carro, a estrada, o carro em contramão. O condutor embriagado, que milagrosamente sobreviveu. Ele que não merecia viver. Ele que me levou os meus pais. Sobreviveu apenas com alguns ossos partidos, algumas escoriações. Agora está preso. Vinte e cinco anos de prisão por conduzir embriagado e levar pessoas inocentes embora deste Mundo. Por tirar os meus pais dos meus braços, por mos levar.
Visitei-o na prisão uma vez, fiz questão de lhe mostrar o que fizera. Levei uma fotografia minha com os meus pais para ele ver o lar que destruiu. Diz-se arrependido, que desde aquele dia nunca mais tocou em álcool. Isso agora não me interessa. O seu arrependimento não trará os meus pais de volta para a minha beira.
Nada restituirá o meu lar estragado naquele dia. O sofrimento experimentado pelo meu coração naquele dia nunca mais poderá ser apagado.
Desde esse dia tornei-me mais fria. Deixei de sentir tanto com o coração. Passei a sentir com a cabeça, tornei-me mais racional e menos passional.
Aquele fatídico dia mudou a minha vida para sempre. A minha vida nunca mais voltará a ser a mesma.
Aquele acidente mudou-me de tal forma, que tenho medo de mim própria.
Volto a deitar-me. Vou tentar voltar a dormir.

No dia seguinte de manhã acordo e tomo um banho. Começo a vestir-me quando chego ao quarto, mas quando me preparo para vestir a camisola encontrando-me apenas ainda com as calças vestidas, ouço a porta abrir-se.

É Segredo... (7º Capitulo)


7º Capitulo

Subo as escadas, chamo por Bill pois não sei qual é o seu quarto. Mas depressa o encontro ao ouvir música vinda de um dos quartos. Ele está deitado em cima da cama a ouvir Green Day.

- Como estás, Bill? O que disse o médico? – Pergunto-lhe sentando-me numa cadeira à sua frente.

- Que amanha de manhã devo ir ao hospital fazer exames. Ele diz que a garganta está muito inflamada e a atacar as cordas vocais. Quer que eu faça exames mais pormenorizados. – responde-me, olhando para o tecto – Queres ver um filme?

- Pode ser. Mas eu não percebo alemão.

- Eu ponho legendas em inglês para ti. Queres? – pergunta-me sorrindo – Anda par aqui.

- Pode ser. – levanto-me da cadeira e sento-me ao seu lado na cama.

Ele levanta-se e desliga a aparelhagem ligando o leitor de DVD em seguida. Escolhe um filme da sua estante. “Os treze fantasmas”, terror.

A sorte é que adoro filmes de terror.

Ficamos os dois deitados na cama a ver o filme, mas a sua mãe entra no quarto com a bandeja do chã e os biscoitos que tinha prometido.

- Põe pausa no filme, Bill. – diz-lhe pousando a bandeja em cima da secretária – Já combinei com o médico que amanha logo de manhã vamos à clínica para fazeres os exames que ele quer. – senta-se na cama, olhando para o filho – O Tom ligou. Vêm no tourbus e não sabem quando chegam. Por isso a Chris pode dormir no quarto dele, pelo menos esta noite. Depois arranjámos uma solução.

- Obrigado Dona Simone. – agradeço-lhe.

- Nada de Donas! Faz-me sentir velha. Só Simone! Chega. – diz-me provocando o riso em todos. – Agora deixo-vos. Toca a beber o chã Bill! – sai do quarto encostando a porta.

Bebemos o chã e comemos biscoitos. E depois voltamos para a cama para acabar de ver o filme, os dois deitados um ao lado do outro. Sinto-o respirar ao meu lado.

Meu Deus. Devo estar maluca. Tu deixas-me maluca Bill.
Como é que eu aceitei vir para a Alemanha assim de repente. Só por ti, mesmo.


O filme acaba. Ele desliga o DVD e acende a luz. Senta-se à minha frente e olha-me.

- Vais dormir no quarto do meu irmão?

- Foi o que a tua mãe disse. Por isso vou. – respondo-lhe – Pelo menos hoje. Só estou a dar trabalho.

- Não dás trabalho nenhum. Quando o Tom voltar dormes aqui. No meu quarto, na minha cama. Eu durmo num colchão no chão.

- Nada disso. Tu ficas na cama e eu no colchão. E não quero discussões se não eu vou embora. – ele faz cara de amuado mas aceita – Agora vou para o quarto do teu irmão que já é tarde. Amanha, tens de ir fazer os exames.

Levanto-me e dou-lhe um beijo na cara, saindo em seguida do quarto e entrando no de Tom. Preparo-me e deito-me a dormir.

- Não vão!
- Deixa-te disso, filha. Vá até logo!
Vão a Coimbra. Fazem 25 anos de casados e decidiram festejar indo os dois passear a Coimbra.
Vêm na auto-estrada a caminho de casa, num Opel Corsa cinzento, vêm felizes, sorriem um para o outro.
De repente aparece um Audi, preto, em contramão descrevendo s’s na estrada. Tentam desviar-se.
Tarde demais…

- NÃO!!!!!!!!!
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Muito obrigado pelos vossos comentários!
Continuem a ler e a comentar. Nem imaginam como isso me deixa feliz.
Digam às vossas amigas para virem ler.
Logo à noite coloco o Capitulo 8.
Continuem a dar a vossa opinião sobre a imagem de apresentação da fic.
Küss***
Chris

quinta-feira, 17 de julho de 2008

É Segredo... (6º Capitulo)



6º Capitulo

Tinha-lhe dito que iria com ele. Mas naquele momento toda a minha vida em Portugal me passa pela cabeça. Abano a cabeça. Aceito a mão que ele me estende.

- Vamos! – digo, convicta.

Posso estar a fazer uma grande asneira, mas neste momento isso não me interessa. É contigo que quero estar.

Somos guiados por Saki até a uma carrinha de vidros fumados, entramos e Saki prepara-se par nos levar para o aeroporto. Nesse momento aparece tom que abre a porta da carrinha.

- Vou telefonar à mãe a dizer que vais a caminho. Aproveito e peço-lhe para arranjar algumas roupas para a Chris. – diz-nos e fecha porta.

Com toda aquela agitação tinha-me esquecido que não tinha roupas. Se Tom ia tratar disso ficava mais descansada. Bill olha-me e sorri. Deita-se com a cabeça nas minhas pernas, passado pouco tempo começa a chorar. Não lhe digo nada, apenas lhe acaricio o cabelo. Por vezes precisámos de chorar para limpar a nossa alma. Neste momento Bill precisa de chorar.
Olho pela janela para os milhares de fãs na entrada do Pavilhão, continuam a entoar músicas dos Tokio Hotel e ocasionalmente gritam pelo nome dos membros da banda. Começam a gritar o nome de Bill, este ao ouvir ergue a cabeça do meu colo e olha para fora.

- Vou dar-lhes uma grande desilusão, não vou? – pergunta-me, olhando para os fãs.

- Não penses nisso agora. Eles gostam de ti e vão querer o melhor para ti. Eles vão compreender que esta é a melhor solução. – digo-lhe, tentando acalmá-lo.

Volta a deitar a cabeça nas minhas pernas e fica assim até chegarmos ao aeroporto. Ninguém contava com aquela repentina viagem, por isso não havia fãs nem jornalistas na entrada do aeroporto. No entanto, ao passarmos por um grupo de raparigas uma delas reconhece Bill e alerta as outras. Começamos a correr, não queremos ser apanhados por elas. Saki fica para trás impedindo-lhes a passagem coma ajuda de alguns seguranças do aeroporto. Apesar de todos os esforços deles algumas ainda conseguem fotografar-nos com os seus telemóveis.
Finalmente conseguimos chegar ao avião. Estava quase vazio, apenas cerca de umas vinte pessoas se encontravam neste voo. Uma viagem sossegada, onde ninguém parece reconhecer Bill. Ele evita agora falar, diz que as dores são tantas que prefere ficar calado. Logo ele que uma das coisas que mais gosta de fazer é falar.
Algumas horas depois aterramos em solo alemão. Bill continua triste, nem por estar no seu pais se alegra. Agarra a minha mão e juntos saímos do avião. Ao entrarmos no aeroporto uma mulher corre para nós. Bill larga-me e abraça-a. Era a sua mãe. Quando se largam ele volta-se para mim.

- Olá. Tu deves ser a Chris. Eu sou a Simone, mãe dos gémeos. O Tom ligou-me a dizer que vocês vinham. – abraça-me – Obrigado por teres acompanhado o meu filho. Já te arranjei algumas roupas. Vieste assim de repente sem nada. Só mesmo este meu filho para estas ideias. – abraça novamente o filho.

Bill volta a garrar a minha mão e puxa-me em direcção à saída, juntamente com Simone dirigimo-nos para um carro cinzento parado na entrada do aeroporto. Bill baixa a cabeça para não ser reconhecido no caminho para o carro e suspira de alivio quando finalmente entra e verifica que ninguém o havia reconhecido.
Fazemos a viagem até casa deles onde Gordon, o padrasto de Bill nos espera com o médico. Após apresentações e cumprimentos Bill e o médico dirigem-se para o quarto. Fico na sala com Gordon e Simone decide ir fazer um chã. Converso um pouco com Gordon, muito interessado em saber coisas sobre Portugal. É simpático e divertido. Muito fácil gostar dele, não admira que os gémeos gostem tanto dele.
Simone volta da cozinha com o chã e biscoitos e nesse momento o médico desce para falar com Simone e Gordon.

- Podes subir filha. Vai ter com o Bill enquanto falamos com o médico. Vou já lá levar-vos chã e biscoitos. – diz-me passando-me a mão no ombro e olhando preocupada para o médico.

É Segredo... (5º Capitulo)


5º Capitulo

- Se eu voltar para a Alemanha, vais comigo? – pergunta-me olhando-me nos olhos e agarrando com mais força as minhas mãos.

- Mas Bill, tu nem me conheces. – respondo-lhe atormentada com tal pergunta. Não esperava aquela pergunta.

- Conheci-te hoje. E sinto-me bem contigo. Preciso de ti, do teu apoio. Tens sido uma boa amiga. Responde, por favor, estou a deixar de conseguir falar. – suplica-me.

- Não sei Bill. É complicado. Apanhaste-me de surpresa. Eu esta semana estou de férias, mas não sei. Assim, de repente. – ele continua a olhar-me com um ar de suplica – Está bem! Pronto. Eu vou contigo.

Espero não me vir a arrepender da minha decisão. Mas tu fazes-me sentir tão bem.

Ele sorri e abraça-me com força. Tínhamo-nos esquecido completamente do médico que olhava para nós e observava atentamente a cena.

- Vou lá fora falar com o seu manager. Volto já. – diz o médico par Bill abandonando a sala logo de seguida.

Ficamos sozinhos frente a frente. Nenhum diz nada, Bill apenas sorri, um sorriso triste mas sorri. Olha para o relógio, faltam 5 horas para o inicio do concerto. Levanta-se e começa a andar de um lado para outro dentro da sala. Olha par o chão e por vezes olha o tecto como que pedindo uma graça ao céu.

- Não queres ir para a beira do resto da banda? – pergunto-lhe, observando-o. Ele olha-me e apenas me acena negativamente com a cabeça. Sento-me na mesa onde minutos antes ele tinha estado sentado.

Vai correr tudo bem. Tem de correr.

Continuo a observá-lo, está nervoso. Senta-se no chão num dos cantos da sala, encolhe as pernas e encosta a cabeça nelas, mas no minuto seguinte levanta-se e recomeça a caminhar pela sala. Tenta falar, mas a sua voz contínua igual. Fraca, muito fraca.
O médico entra na sala seguido de David, havia passado quase uma hora desde a toma da injecção. Levanto-me dando lugar a Bill na mesa. O médico examina-o de novo.

- Desculpe Bill, mas como já lhe tinha dito a injecção não sortiu nenhum efeito. Como médico, aconselho-o a cancelar o concerto e voltar à Alemanha para tratar isto em condições. O menino é cantor. Todo o cuidado é pouco com as cordas vocais. – diz-lhe o médico falando seriamente e tentando convencê-lo de que aquela era a única decisão sensata a tomar.

Bill olha David e assente tristemente. Tinha acabado de tomar uma das decisões mais difíceis da sua vida. Estava prestes a cancelar um concerto.

- Tenho milhares de fãs lá fora à espera do concerto. Sou eu a anunciar o cancelamento do concerto. – diz a David. Ao que David acena negativamente.

- Isso está completamente fora de questão. Tu vais imediatamente numa carrinha para o aeroporto. O Tom enquanto teu irmão e membro da banda vai anunciar o cancelamento. Só fico descansado contigo quando estiveres em casa a tratar disso. – responde-lhe. Aquilo não era uma sugestão, era uma ordem.

Bill não contesta a decisão de David. Apenas se levanta e sai da sala. Sigo-o e encontro-o abraçado ao irmão despedindo-se dele. Despede-se também de Georg e de Gustav. Volta novamente para perto de Tom e abraça-o mais uma vez. Quando se afastam verifico que Bill chora, tenta limpar as lágrimas mas não havia maneira de as esconder, os seus olhos estão vermelhos e vontade de chorar é incontrolável. Vira-se para mim.

- Vamos?

quarta-feira, 16 de julho de 2008

É Segredo... (4º Capitulo)




4º Capitulo

Todos estão nervosos, Bill principalmente. Bate irrequietamente com o pé no chão e muda de posição no sofá a todo o segundo. Não fala, não tenta falar, não abre sequer a boca.
Assisto aos seus movimentos sentada numa cadeira no lado oposto aos lugares onde David e a banda se encontram. Olho Bill que se encontra agora com a cabeça apoiada na mão. Ele olha-me e faz-me sinal para que vá para perto si. Levanto-me e sento-me ao seu lado, ele pega na minha mão e aperta-a com força. Não olha para mim, apenas contempla as nossas mãos. E depois começa a brincar com o anel que levo no dedo, cinco alianças entrelaçadas.
Depressa pára com a sua brincadeira pois, momentos depois, entra na sala uma mulher da organização do concerto seguida de perto pelo médico.

- Boa tarde a todos. Este é o Dr. Carlos, está aqui para examinar o Bill tal como haviam pedido. – diz isto e sai da sala sem dizer mais nada. Todos a olham surpreendidos.

O médico, por sua vez, cumprimenta todos os presentes e pergunta quem é Bill para o poder examinar. Bill dirige-se para a sala ao lado seguido do médico que fecha a porta atrás de si. Dois segundos depois a porta volta a abrir-se e a cabeça de Bill aparece. Olha-me e faz-me sinal para que me aproxime dele.
Aproximo-me mas ele, em vez de me dizer alguma coisa, puxa-me por um braço para dentro da sala. O médico olha-me admirado. Digo-lhe olá e sento-me numa cadeira a um canto. Bill senta-se em cima da mesa e espera que o médico o examine.
Após alguns minutos em que o médico examina Bill silenciosamente, ele afasta-se e olha-o seriamente.

- Vou dar-lhe uma injecção. Não acho que vá resolver o problema. Mas podemos tentar. Você tem as cordas vocais muito inflamadas. Vou dar-lhe a injecção e esperamos algum tempo a ver se surte efeito. – diz o médico a Bill, falando sem rodeios.

Bill não diz nada. Apenas olha o médico que entretanto já tinha começado a preparar a dita injecção. Bill olha a injecção e fica branco. Aproximo-me dele e pego-lhe na mão.

- Não te preocupes. Se for para te ajudar vale a pena sofrer um bocadinho. – digo-lhe perto do seu ouvido. Ele sorri-me e esconde a cabeça atrás do meu braço.

- Vai doer-lhe muito a injecção? – pergunto ao médico, falando em português. Ele observa-me durante alguns segundos e só depois me responde.

- A menina não é alemã como eles, pois não? O seu português é perfeito. Digno de uma portuguesa.

- Eu sou portuguesa. Estou aqui com eles mas não faço parte da banda.

- Está bem. Mas respondendo à sua pergunta, vai doer-lhe um bocado, sim. – diz-me fazendo uma careta.

Afago o cabelo de Bill, ele preferia não perceber nada da conversa entre mim e o médico do que ter de olhar para a injecção que sabia iria sentir dentro em breve. O médico acaba de preparar a injecção e sem demora injecta-a em Bill, que solta um murmúrio em alemão.

- Já está Bill. Pode virar-se para mim outra vez. – diz-lhe o médico sorrindo. – Agora temos de esperar para ver se faz efeito. – fica sério de repente e continua – Vou ser-lhe totalmente sincero. Eu acho que, no estado em que está, esta injecção não lhe vai fazer nada. Deve ser examinado ao pormenor e tomar a medicação correcta para isso melhorar. Mas não é uma coisa que eu posa fazer agora a tão poucas horas do concerto. O tratamento pode demorar, pelo menos, uma semana.

Bill olha o médico e baixa a cara ficando a olhar para as mãos. Esforçava-se por se mostrar forte. Coloco-me na sua frente e ergo-lhe a cabeça com uma mão.

- Vais ficar bem. – digo-lhe, olhando-o nos olhos e afagando-lhe a cara – Mas, talvez a melhor solução agora fosse cancelar o concerto e voltares para a Alemanha.

Ele solta uma lágrima, que lhe seco com a mão. Olha-me e abre a boca fechando-a logo de seguida. Preparava-se para me dizer algo, mas as palavras não lhe saiam. Voltou a abrir a boca e fechar, olhando depois para baixo para as suas mãos e agarrando as minhas de seguida. Sem me olhar murmura algo, tão baixo que me foi impossível ouvir o que dizia.

- Olha para mim Bill. Não consegui ouvir-te. – peço-lhe erguendo-lhe a cara.

Ele olha para mim e, finalmente, fala.

É Segredo... (3º Capitulo)




3ªCapitulo

Olho para trás. Bill perscruta-me e aproximando-se mais de mim para que pudesse ouvi-lo diz-me:

- Não vás. Fica. Por favor.

Olho-o sem saber o que lhe responder. Ele continua a olhar-me com o seu olhar triste e quase que suplicando com o olhar volta a pedir: - Por favor…

- Está bem. – respondo-lhe colocando-me ao seu lado. Ele larga o meu braço e sorri. Diz-me um obrigado baixo, quase um sussurro.

Seguimos todos para dentro do Pavilhão, os seguranças guiam-nos até ao interior de uma sala que vejo ser o backstage. Bill dirige-se para a porta que dá acesso ao palco e entra. Sigo-o e dou com ele no meio do palco a olhar à sua volta.

- Que estás a fazer? – pergunto-lhe aproximando-me.

- A imaginar isto cheio. A imaginar o concerto de logo à noite. – responde-me com um sorriso.

Mas logo o seu sorriso se desvanece, ficando com um ar triste mas ao mesmo tempo sério. Volta-se para mim e olha-me seriamente.

- Achas que devo cancelar o concerto?

- Talvez fosse o mais acertado a fazer. Já viste o teu estado? Mal consegues falar. Estou aqui à tua frente e mal te consigo ouvir. Não estás em condições de cantar. Se tentares dar este concerto, só vais estar a piorar o teu estado. E podes perder definitivamente a voz a meio. – respondo-lhe com sinceridade.

Ele não responde, baixa o olhar e dirige-se novamente para o backstage onde se encontra o resto da banda reunido com o manager. Estavam sérios. Mesmo sem dizerem uma palavra percebo que falavam da possibilidade de cancelar o concerto. Quando vêem Bill entrar calam-se, Tom levanta-se e dirige-se ao irmão, afastando-se depois com ele para uma sala contígua aquela. David sentado num sofá de frente para Gustav e Georg mostrava-se preocupado com a situação e abanava a cabeça negativamente, absorto nos seus próprios pensamentos.

(Na sala ao lado)

Os gémeos entram na sala e sentam-se de frente um para o outro. Olham-se nos olhos um do outro durante alguns minutos, sem dizerem uma única palavra. Para eles não era preciso falar para saberem exactamente o que o outro sentia. Após aqueles momentos de silêncio, Tom decide falar:

- Mano, eu sei que é muito mau ter de cancelar o concerto em cima da hora, mas tu já viste bem o estado em que estás? Só vais estar a prejudicar-te a ti próprio. A prejudicar a tua voz. O melhor é entrares já num avião para a Alemanha para seres consultado pelo nosso médico.

Bill não diz nada, cada vez é mais difícil para ele falar. A cada minuto que passa sente a sua voz ficar mais e mais fraca. Sente a sua voz desaparecer. Após alguns segundos tenta falar.

- Podemos chamar um médico aqui. Mediante o que ele disser eu tomo uma decisão.

- Está bem. – concordou Tom. – Vamos falar com o David e tratar disso já.

Ambos se levantam prontos para voltarem para junto do resto da banda.

(De volta à sala principal)

Tom entra na sala logo seguido de Bill que fecha a porta atrás de si e se dirige para um sofá mais pequeno encostado num canto. Tom, por sua vez, senta-se de frente para David e fala-lhe. David acena afirmativamente e afasta-se pegando no telemóvel.
Todos ficaram em silêncio, esperando que David voltasse com uma resposta. Não foi necessário esperar muito pois, menos de um minuto depois, David voltou a entrar na sala. Em vez de falar para Tom volta-se para Bill e fala-lhe. Estava sério. Bill apenas assente com a cabeça às suas palavras, já não se atrevia a tentar falar antes de ser visto pelo médico.
Georg e Gustav mantinham-se a leste de tudo aquilo, não se manifestando, mas tomando muita atenção a tudo o que se passava naquela sala, onde o ambiente era agora de expectativa pela espera do médico.

terça-feira, 15 de julho de 2008

É Segredo... (2º capitulo)




2º Capitulo

Vestia roupas largas, bem ao estilo hip hop, usava rastas e um boné a condizer com a camisola. Aquele visual era inconfundível. Tom Kaulitz aproximava-se da porta do autocarro, com o seu característico sorriso malandro nos lábios. Brinca com o piercing do lábio e depois fala-me em inglês:

- Não nos queres acompanhar no autocarro? Para não nos perdemos… - faz um sorriso inocente. E de inocente aquele rapaz tem pouco. Mas, mesmo assim, respondo-lhe sorrindo.

- Está bem. Não tenho nada para fazer neste momento, por isso não há problema.

Ele estende a mão que eu agarro e subo para o autocarro. Leva-me pelo estreito corredor até uma espécie de sala. Lá dentro vejo sentados a uma mesa Georg e Gustav que jogam cartas. Olham para mim visivelmente espantados com a minha presença ali. Dizem qualquer coisa a Tom. Não percebo alemão. É nestas alturas que gostava de perceber. Sorrio-lhes e cumprimento-os com dois beijinhos a cada um. Volto a afastar-me deles e continuo a varrer a sala com o olhar. Quando olho para o lado da janela vejo-o, Bill, sentado num sofá, vestido de preto e com o cabelo caído, não usa a sua característica juba. Ele olha-me e sorri. Levanta-se e sem dizer nada vem até mim. Dá-me um beijo na bochecha e diz muito baixo:

- Como te chamas?

- Chamo-me Cristina. Mas podes tratar-me por Chris. Vou acompanhar-vos até ao Pavilhão. O Tom pediu-me. Tem medo que vocês se percam. – digo-lhe sorrindo, provocando uma gargalhada a Gustav e Georg que olham para Tom e se riem ainda mais. Tom faz cara de amuado e eles param.

- Vais assistir ao nosso concerto, Chris? – pergunta-me Gustav.

- Não. Estou aqui apenas de passagem, sou do Porto. Vim fazer um casting para umas fotografias de uma marca de roupa.

- Mas és nossa fã? – pergunta por sua vez Tom, perscrutando-me com interesse.

- Sou. Gosto muito da vossa música. Pára de olhar para mim, que eu não gosto. Tira daí o sentido. – digo-lhe afastando-me dele - O que se passa com a tua voz? – pergunto a Bill que se encontra parado ao meu lado.

Ele afasta-se novamente em direcção ao sofá onde estava sentado junto à janela, pousa a cabeça nos braços que cruza sobre o parapeito da janela e olha para fora com um olhar triste e não me responde.

- Acho que vamos ter de cancelar o concerto. Ele mal consegue falar, quanto mais cantar. – diz-me Tom olhando para o irmão tristemente. – Anima-te mano! – chega perto de Bill e dá-lhe uma palmada amigável no ombro. Bill olha-o e sorri, um sorriso triste. Voltando novamente a olhar para fora, para a estrada e para o Pavilhão que se vislumbra cada vez mais perto.

Chegamos ao Pavilhão, milhares de fãs encontram-se na entrada, com cartazes e cantando as suas músicas, esperando pelo inicio do tão esperado evento. Bill solta uma lágrima ao vê-las, mas depressa a limpa esperando que ninguém tivesse reparado.
David, o manager da banda, aparece na sala e, depois de olhar atentamente para Bill, fala-lhes. Não percebo o que diz mas todos se levantam e, pegando nas suas coisas, preparam-se para abandonar o autocarro. Dirigem-se para a saída. Saem e olham à sua volta, estávamos numa zona mais reservada do parque de estacionamento que as fãs não conseguiam ver. Saio do autocarro e despeço-me de todos com beijinhos e boa sorte. Vou seguir o meu caminho, voltar para casa. Conheci-os! Já é muito bom.
No momento em que vou começar a caminhar para me ir embora sou agarrada num braço.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

É Segredo... (1ºCapitulo)








1º Capítulo

- NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!

Abro os olhos, tudo à minha volta está escuro, estou deitada na minha cama, são 3horas da madrugada. Outra vez o sonho, todas as noites o mesmo sonho à 1 ano que sou atormentada por este sonho todas as noites. Sonho é maneira de falar, por este pesadelo.
Vejo o carro dos meus pais desviar-se e o outro carro desgovernado bater nele. Apenas sobreviveu o condutor do outro carro.

*flashback*

- Estou sim?
- Menina Cristina?
- Sim, sou eu. Quem fala?
- Daqui é do Hospital de São João no Porto, lamento informa-la que os seus pais faleceram num acidente de viação na A1.

*End flashback*

Nunca me vou esquecer dessas palavras, ficaram gravadas na minha memória como fogo. O dia mais infeliz da minha vida, o funeral, os pêsames de pessoas que eu nem sequer conhecia.
A minha madrinha queria que fosse viver com ela, não aceitei. Arranjei emprego. Ou melhor, vários. Trabalho num bar às sextas, sábados e domingos à noite, e recebo extras quando faço apresentações de hip hop com o meu antigo coreógrafo, para além disso dou explicações aos sábados durante todo o dia e dou aulas de dança a crianças e jovens aos domingos de manhã. Fico estourada, mas tem de ser, se quero acabar o meu curso tenho de fazer sacrifícios.
Na altura pensei em abandonar a universidade, em abandonar tudo, mas depois lembrei-me que estaria a dar um grande desgosto aos meus pais se o fizesse, eles que lutaram tanto para eu poder seguir o meu sonho.

Tento voltar a dormir, mas não consigo, levanto-me e abro as malas, verifico se está lá tudo o que preciso. Está tudo. Não me falta nada, também é só um dia de viagem. Vou a Lisboa para um casting para uma sessão fotográfica de uma marca de roupa. Tenho de me levantar às 5 horas da manhã, já não vale a pena tentar dormir.

(…)

Caminho sozinha pelas ruas de Lisboa. Já fiz o casting, eles disseram que me telefonavam se fosse escolhida para a sessão. Só faço isto pelo dinheiro que me faz bastante jeito, o mundo da moda não me fascina, para mim é um mundo de falsidade.
Vejo o Pavilhão Atlântico ao longe, hoje é dia 16 de Março, vão actuar lá uma das minhas bandas favoritas. Não posso ir. Não posso gastar dinheiro com essas coisas.
Um autocarro encosta na berma ao meu lado e um homem faz-me sinal para me aproximar da porta. Com algum receio aproximo-me. Um homem de cabelo castanho e que aparenta cerca de trinta anos sai da porta que, devagar, se abre entre nós os dois. Diz qualquer coisa numa língua estranha para dentro do autocarro, é alemão, tenho a certeza. Depois vira-se para mim e fala-me em inglês:

- Bom dia! Será que nos podia ajudar, por favor?

- Bom dia! Não sou daqui mas se estiver ao meu alcance, ajudo com todo o gosto. – respondi-lhe sorrindo, o senhor era simpático.

- Bem, é que nós precisávamos de chegar ao Pavilhão Atlântico. Mas estamos um pouco perdidos. Será que nos podia ajudar? – pergunta-me, também ele sorrindo.

- Claro! O Pavilhão é aquele edifício que se vê ali ao longe. – digo-lhe apontando para o local. Ele olha para onde lhe indico e sorri.

- Muito obrigado. Afinal estamos perto. Desculpe o incomodo.

Nesse momento ouve-se uma outra voz falar dentro do autocarro. Falava alemão. O homem responde-lhe na mesma língua e faz cara de descontente. É então que surge um vulto na porta do autocarro por trás do homem.

(continua)

Apresentação








Apresentação:

Chris – tem 20 anos, é portuguesa, anda na universidade e está quase a concretizar o seu maior sonho desde criança, ter o curso de Economia. É bem-disposta, divertida, amiga do seu amigo e detesta ver injustiças. Uma das grandes paixões da sua vida é a dança. Sofre em silêncio por causa de um grande segredo que guarda só para si.

Coralline – os amigos tratam-na por Coral, é belga e tem 21 anos. É muito divertida, mas tímida e sempre pronta a ajudar. A sua maior paixão é o violino que toca desde os 10 anos.

Élodie – conhecida pelos amigos como Êlo, é francesa e tem 21 anos. Vive na Alemanha à 2 anos. É divertida e fala pelos cotovelos. Completamente extrovertida e muito simpática. A sua paixão é a patinagem no gelo.

Tokio Hotel – banda alemã de grande sucesso, etc, etc, etc, … O resto não é preciso porque vocês já sabem…

Ao longo da fic irão aparecer outras personagens que para inicio da história não é importante apresentá-las.