quarta-feira, 16 de julho de 2008

É Segredo... (4º Capitulo)




4º Capitulo

Todos estão nervosos, Bill principalmente. Bate irrequietamente com o pé no chão e muda de posição no sofá a todo o segundo. Não fala, não tenta falar, não abre sequer a boca.
Assisto aos seus movimentos sentada numa cadeira no lado oposto aos lugares onde David e a banda se encontram. Olho Bill que se encontra agora com a cabeça apoiada na mão. Ele olha-me e faz-me sinal para que vá para perto si. Levanto-me e sento-me ao seu lado, ele pega na minha mão e aperta-a com força. Não olha para mim, apenas contempla as nossas mãos. E depois começa a brincar com o anel que levo no dedo, cinco alianças entrelaçadas.
Depressa pára com a sua brincadeira pois, momentos depois, entra na sala uma mulher da organização do concerto seguida de perto pelo médico.

- Boa tarde a todos. Este é o Dr. Carlos, está aqui para examinar o Bill tal como haviam pedido. – diz isto e sai da sala sem dizer mais nada. Todos a olham surpreendidos.

O médico, por sua vez, cumprimenta todos os presentes e pergunta quem é Bill para o poder examinar. Bill dirige-se para a sala ao lado seguido do médico que fecha a porta atrás de si. Dois segundos depois a porta volta a abrir-se e a cabeça de Bill aparece. Olha-me e faz-me sinal para que me aproxime dele.
Aproximo-me mas ele, em vez de me dizer alguma coisa, puxa-me por um braço para dentro da sala. O médico olha-me admirado. Digo-lhe olá e sento-me numa cadeira a um canto. Bill senta-se em cima da mesa e espera que o médico o examine.
Após alguns minutos em que o médico examina Bill silenciosamente, ele afasta-se e olha-o seriamente.

- Vou dar-lhe uma injecção. Não acho que vá resolver o problema. Mas podemos tentar. Você tem as cordas vocais muito inflamadas. Vou dar-lhe a injecção e esperamos algum tempo a ver se surte efeito. – diz o médico a Bill, falando sem rodeios.

Bill não diz nada. Apenas olha o médico que entretanto já tinha começado a preparar a dita injecção. Bill olha a injecção e fica branco. Aproximo-me dele e pego-lhe na mão.

- Não te preocupes. Se for para te ajudar vale a pena sofrer um bocadinho. – digo-lhe perto do seu ouvido. Ele sorri-me e esconde a cabeça atrás do meu braço.

- Vai doer-lhe muito a injecção? – pergunto ao médico, falando em português. Ele observa-me durante alguns segundos e só depois me responde.

- A menina não é alemã como eles, pois não? O seu português é perfeito. Digno de uma portuguesa.

- Eu sou portuguesa. Estou aqui com eles mas não faço parte da banda.

- Está bem. Mas respondendo à sua pergunta, vai doer-lhe um bocado, sim. – diz-me fazendo uma careta.

Afago o cabelo de Bill, ele preferia não perceber nada da conversa entre mim e o médico do que ter de olhar para a injecção que sabia iria sentir dentro em breve. O médico acaba de preparar a injecção e sem demora injecta-a em Bill, que solta um murmúrio em alemão.

- Já está Bill. Pode virar-se para mim outra vez. – diz-lhe o médico sorrindo. – Agora temos de esperar para ver se faz efeito. – fica sério de repente e continua – Vou ser-lhe totalmente sincero. Eu acho que, no estado em que está, esta injecção não lhe vai fazer nada. Deve ser examinado ao pormenor e tomar a medicação correcta para isso melhorar. Mas não é uma coisa que eu posa fazer agora a tão poucas horas do concerto. O tratamento pode demorar, pelo menos, uma semana.

Bill olha o médico e baixa a cara ficando a olhar para as mãos. Esforçava-se por se mostrar forte. Coloco-me na sua frente e ergo-lhe a cabeça com uma mão.

- Vais ficar bem. – digo-lhe, olhando-o nos olhos e afagando-lhe a cara – Mas, talvez a melhor solução agora fosse cancelar o concerto e voltares para a Alemanha.

Ele solta uma lágrima, que lhe seco com a mão. Olha-me e abre a boca fechando-a logo de seguida. Preparava-se para me dizer algo, mas as palavras não lhe saiam. Voltou a abrir a boca e fechar, olhando depois para baixo para as suas mãos e agarrando as minhas de seguida. Sem me olhar murmura algo, tão baixo que me foi impossível ouvir o que dizia.

- Olha para mim Bill. Não consegui ouvir-te. – peço-lhe erguendo-lhe a cara.

Ele olha para mim e, finalmente, fala.

3 comentários:

Anónimo disse...

Adoro mm!*.*

COntinua ;)

Anónimo disse...

lindahhhhhhhh adorei


a imagem ta super gira e original!!!!



parabens

Anónimo disse...

ok ta fantaxtika !!!!!!!


lool adorei !!!!!!


poe o capitulo , please!!!!!!